números e moeda de stablecoins
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Quem hoje em dia não quer sua própria stablecoin? Pois é, não subestime o poder de fogo da máquina de guerra russa.

As criptomoedas voltam a ganhar espaço na Rússia, agora com a fabricante estatal de armamentos Rostec planejando lançar sua própria stablecoin, chamada RUBx, segundo a mídia estatal russa. O token digital será lastreado em rublos e estará disponível na blockchain Tron.

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A agência de notícias TASS foi a primeira a divulgar a informação, citando Alexander Nazarov, vice-diretor geral da Rostec, que afirmou que o token será lastreado um a um com rublos.

“Cada RUBx é respaldado por obrigações reais em rublos”, disse Nazarov à TASS. “Isso está juridicamente estabelecido”.

A reportagem acrescenta que o banco central da Rússia aprovou o projeto, que permitirá que empresas e pessoas físicas movimentem dinheiro.

A Rostec, mais conhecida por fabricar armamentos — como aeronaves e sistemas de defesa — também produz equipamentos médicos e motores automotivos. E agora, tokens cripto. A empresa ainda planeja lançar uma plataforma de pagamentos chamada RT-Pay, utilizando a infraestrutura bancária da Rússia.

A Tron é a blockchain por trás do TRX, a oitava maior moeda digital em valor de mercado, atualmente com US$ 26,8 bilhões. A rede Tron é popular como meio de pagamento para stablecoins, pois permite o envio rápido e barato desses tokens digitais — geralmente no espaço DeFi, onde os usuários se conectam sem permissão e de forma anônima.

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As principais stablecoins, como USDC e USDT, estão disponíveis na rede Tron, assim como em outras blockchains como o Ethereum e a Solana.

O momento das stablecoins

As stablecoins são tokens digitais populares que têm como lastro moedas fiduciárias não voláteis, como dólar, euro ou, neste caso, o rublo. Também existem stablecoins lastreadas em ouro, embora sejam menos comuns.

A proposta é permitir que traders de cripto realizem transações rápidas — como comprar Bitcoin e outros ativos digitais — sem precisar utilizar os sistemas bancários tradicionais. As stablecoins também são populares para pagamentos e envio de remessas internacionais, já que é mais rápido e barato transferir fundos via cripto do que por meio de bancos ou serviços de transferência.

As stablecoins recentemente ganharam espaço no mainstream, com grandes empresas como a Meta e a Amazon, além de grandes bancos como o Bank of America e Revolut, demonstrando interesse em emitir seus próprios tokens. O estado norte-americano de Wyoming deve lançar sua própria stablecoin em agosto. E a lista só cresce.

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Especialistas já disseram que esperam uma enxurrada de stablecoins — possivelmente milhares — entrando no mercado após a aprovação de legislações favoráveis nos Estados Unidos. O motivo? As stablecoins movimentam bilhões, e empresas como a Circle, emissora do USDC, lucram bilhões — praticamente de forma passiva — ao aplicar os dólares que lastreiam seus tokens em títulos do Tesouro dos EUA que rendem juros.

Agora, a Rússia parece pronta para entrar na corrida — e essa não é sua primeira incursão no setor cripto. O país tem usado criptomoedas para driblar sanções dos EUA e da Europa impostas após a invasão da Ucrânia. A mineração de cripto também foi legalizada no país no ano passado.

O presidente Vladimir Putin também já falou sobre o Bitcoin: em um fórum público no ano passado, questionou quem poderia impedir o Bitcoin e outros sistemas de pagamento eletrônicos. A resposta? “Ninguém”, disse ele.

* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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