Imagem da matéria: Eike Batista lança criptomoeda para financiar empresa de "supercana"
Eike Batista (Foto: Agência Senado)

O empresário Eike Batista anunciou nesta quarta-feira (26) o lançamento do EIKE, uma criptomoeda que será usada para supostamente financiar sua mais nova empreitada no setor energético: a Brazil Renewable X (BRXe). O token foi feito na blockchain Solana e está em fase de pré-venda. 

A BRXe aponta que seu diferencial seria o uso da supercana, que a empresa descreve como uma variedade de cana-de-açúcar de alto rendimento que triplicaria a produção de etanol e geraria 12 vezes mais biomassa do que espécies tradicionais.

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Além disso, a empresa afirma que irá desenvolver combustíveis sustentáveis para a aviação, oferecendo uma alternativa limpa ao querosene utilizado atualmente, bem como investir na criação de plásticos biodegradáveis e materiais biotecnológicos.

O diretor de novos negócios da EBXe, Gabriel Gouveia Magalhães, disse ao Portal do Bitcoin que os donos do token EIKE vão receber dividendos por airdrops correspondendo a rentabilidade do projeto da BRXe. A expectativa da companhia é começar a ter lucro no ano de 2028. 

A BRXe fez um valuation que o suprimento total de tokens EIKE é de US$ 1 bilhão e o suprimento total será de 1 bilhão de unidades. Esses valores, conforme aponta o representante da empresa, estariam ligado ao valuation da EBXe, que afirmam ser de US$ 63 bilhões. 

O token EIKE terá 79% do seu suprimento nas mãos dos donos do projeto, que, segundo o white paper, só poderão começar a vender quando o projeto se tornar lucrativo.

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Por enquanto, o token é vendido apenas na pré-venda direto no site do projeto. O plano é lançar em corretoras quando forem captados US$ 100 milhões.

Os verdadeiros donos

Um pequeno grande detalhe do projeto é que Eike Batista está apenas emprestando o nome. O empresário foi preso em 2017, acusado de pagar propinas para pessoas ligadas ao então governador Sergio Cabral. Desde então, teve os bens bloqueados e, por isso, não contribuiu com nenhum aporte na nova empresa.

Conforme informações do jornal Valor Econômico, a BRXe tem como sócios o administrador Luis Claudio Rubio e o engenheiro agrônomo Sizuo Matsuoka, com 60% do capital. Os outros 40% são da BrasilInvest, empresa de Mario Garnero, sendo que Eike terá apenas um papel de promotor do empreendimento.

Garnero afirma que já captou US$ 500 milhões para investimento no projeto junto com o fundo dos Emirados Árabes Abu Dhabi Investment Group (ADIG) e o fundo americano General Finance.

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O plano é fazer o plantio da supercana no norte do estado do Rio de Janeiro. O sócio majoritário Rubio disse ao Valor Econômico que a BRXe já tem 53 funcionários, além de 200 hectares de plantações de mudas da “supercana” em Paraguaçu Paulista (SP) e em Araras (SP) em um laboratório. Eventualmente essas mudas irão depois aos terrenos cariocas para plantação em massa.

A polêmica “supercana”

Reportagem do portal InvestNews aponta que a supercana é vista com descrença no setor do agronegócio brasileiro. Especialistas apontam que existem outras plantas com maior viabilidade econômica para gerar matéria-prima para produtos que não sejam o álcool e o etanol.

Além disso, o Valor Econômico lembra que os sócios Rubio e Matsuoka já criaram uma empresa para tentar explorar as possibilidades da supercana: a Vignis, que fechou em 2018 após tentar vender o projeto para a gigante Raízen, que não se interessou.

Eike Batista e as criptomoedas

Em janeiro deste ano, Eike Batista compartilhou um vídeo no Instagram afirmando: “Estou com meus olhos atentos para o mercado das criptomoedas”.

Ele inicia o vídeo afirmando que, como empresário, sempre deu o máximo de valor a tecnologia e inovação. Apesar de já ter comentado positivamente sobre o mercado no passado, ele ressaltou que nos últimos anos “não tinha muita confiança” no setor, mas que agora mudou de visão após estudar o tema.

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“Recentemente me dediquei a estudar um pouco mais e estou entendo que a tecnologia que está por trás dessas criptomoedas é que vai fazer a diferença no mundo que hoje estou enxergando, que vai ser totalmente tokenizado — no fundo, desarbitrando as bolsas de valores para fazer uma espécie de crowdfunding via tokenização”, disse Eike.

Sobre o Bitcoin, citando grandes empresas detentoras do ativo, como a BlackRock, Eike Batista disse que todo mundo quer colocar dinheiro naquilo que tem oferta limitada, como o é o BTC, descrevendo a criação de Satoshi Nakamoto como “reserva de valor garantido absoluta”.

“Então é hora de abraçar o mundo do Bitcoin”, concluiu.

Eike já foi preso por acusação de crime com Bitcoin

A prisão de 2017 não é a única na ficha criminal de Eike. O empresário também foi preso em 2019 após o Ministério Público Federal acusá-lo de fazer lavagem de dinheiro fruto de crime por meio da compra de Bitcoin e criptomoedas e usando o nome da esposa.

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