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As ações da Méliuz caíram mais de 8% na última sexta-feira (31) após anunciar uma oferta pública primária de ações com a meta de arrecadar até R$ 450 milhões (US$ 78,6 milhões) para ampliar seu investimento em Bitcoin.

A empresa de cashback e cupons de desconto, que é negociada na B3 sob o ticker CASH3, planeja inicialmente oferecer 17 milhões de ações ordinárias para levantar R$ 150 milhões (US$ 26,2 milhões). Há ainda a possibilidade de ampliação da oferta em até 200%, o que pode triplicar o valor captado caso haja demanda.

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O anúncio marca mais um passo na transformação da Méliuz de uma fintech tradicional para o que ela define como a primeira empresa brasileira com tesouraria baseada em Bitcoin. Desde março, quando anunciou a compra de US$ 4,13 milhões em BTC, a Méliuz acumulou 320,2 BTC — equivalentes a aproximadamente US$ 33,55 milhões aos preços atuais.

A Méliuz foi uma das primeiras fintechs brasileiras a oferecer exposição a criptomoedas para seus clientes. Esse novo movimento faz parte de uma estratégia para ampliar seu envolvimento com a indústria cripto.

Leia também: O que é um tesouro corporativo de Bitcoin? A estratégia do momento entre as empresas

“Em vez de apenas alocar parte do caixa em Bitcoin como proteção contra a inflação ou desvalorização cambial, a empresa reposicionou seu propósito para atuar maximizando a quantidade de Bitcoin por ação”, afirmou a companhia em comunicado anterior sobre a mudança de estratégia.

O mercado parece já ter precificado a novidade. As ações da Méliuz vêm oscilando fortemente no último ano — acumulam alta de cerca de 217% desde o início de 2025, quando estavam em torno de R$ 2,53, chegando a uma máxima de vários anos perto de R$ 11. A queda de sexta-feira levou o preço para R$ 8,13, com volume negociado de 6,51 milhões de ações, enquanto os investidores digeriam a diluição.

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A Méliuz está copiando a estratégia de investimento consolidada pela empresa norte-americana Strategy. A empresa de software foi pioneira na estratégia de tesouraria com Bitcoin, acumulando 580.250 BTC — mais de US$ 60 bilhões em valor — por meio de sucessivas captações de capital.

Durante os ciclos de alta, as ações da Strategy chegaram a superar a valorização do próprio Bitcoin, o que levou alguns investidores a considerá-la uma “proxy” do Bitcoin no mercado tradicional.

Mas a Méliuz opera em outra escala. O valor de mercado da companhia gira em torno de R$ 305 milhões (US$ 53,8 milhões), uma fração dos R$ 9 bilhões que alcançou após seu IPO em 2020.

O preço da nova emissão será definido em 12 de junho, com início da negociação das novas ações marcado para 16 de junho. A empresa também agendou dois períodos prioritários de subscrição para acionistas existentes — o primeiro começando em 4 de junho, após o encerramento em 3 de junho, e o segundo terminando em 10 de junho, com corte em 9 de junho — garantindo prioridade aos investidores atuais.

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As reservas de Bitcoin da Méliuz registram atualmente um lucro modesto de 3%, segundo dados do Bitcoin Treasuries, com preço médio de compra de US$ 101.575 por moeda. A compra inicial de 45,72 BTC em março foi feita a um preço médio de US$ 90.926, ligeiramente acima do valor de mercado na época, quando os preços estavam em alta.

* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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