Correção: O policial acusado de extorsão levou o documento de notificação extra-judicial depois do sequestro e não antes, como publicado inicialmente. A informação foi corrigida.
Falando em sessão na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo na última quarta-feira (23), o deputado estadual Coronel Nishikawa (PSL) defendeu um dos presos no caso de suposta prática de extorsão contra um empresário de bitcoin de Santos (SP).
“Pelo que tudo indica, são acusações falsas”, disse o parlamentar, conforme a descrição da sessão publicada no Diário Oficial de São Paulo.
Provavelmente ele se referiu à condição do Tenente Nahrlich, que a mando de Guilherme Aere dos Santos teria ido ao encontro do empresário de bitcoin, sócio da BWA, em um shopping para negociar uma dívida.
“Até oficiais participam de bico. É por esse salário que não cobre nem despesa”, disse.
Nahrlich aparentemente prestava segurança particular a Santos, o que é comum no meio militar. No entanto, o mandante disse que ele teria ido apenas levar um documento de acordo extrajudicial ao devedor, depois do suposto sequestro.
Deputado visitou preso
Em julho deste ano, o empresário teria sido levado sem ordem judicial ao 73º DP na zona norte de São Paulo e lá teria pago R$ 1 milhão, de uma suposta dívida de R$ 4 milhões devida a Santos.
Após denúncia do empresário, as Corregedorias da Polícia Militar e Civil de São Paulo cumpriram 10 mandados de prisão preventiva contra os acusados — sete policiais civis e dois militares.
Nishikawa conta que esteve no Presídio Romão Gomes em visita ao tenente que “está com prisão preventiva decretada, acusado de participar de um esquema de bitcoin”.
“Nós fomos ouvir pessoalmente o tenente para ver o que está ocorrendo. Pelo que tudo indica, são acusações falsas”, disse deputado.
Segundo ele, muitas prisões ocorrem por conta da falta de credibilidade dos policiais militares, que muitas vezes complementam o salário com ‘bicos’.
“Não sou juiz para poder julgar. Entretanto, nada melhor do que ir pessoalmente ouvir, porque a Rota é uma instituição respeitada”, concluiu.
Caso envolve Bitcoin Banco
Em depoimento à Corregedoria de São Paulo, P.R.R.B, empresário do ramo de Bitcoin de Santos (SP), achou que iria ser morto a caminho do da 73ª DP.
Ele narrou os encontros e negociações iniciais com Guilherme Aere dos Santos. A primeira reunião foi em novembro de 2018. O empresário disse que Guilherme havia feito uma compra de criptomoedas e mais teria investido R$ 3 milhões.
O dinheiro foi sacado uma semana depois com um lucro, segundo o relato, de quase R$ 100 mil. Foi a partir de então, as relações se encerraram, pois houve o pedido de transferência dos fundos para a exchange NegocieCoins, do Bitcoin Banco.
A partir de então Guilherme começou a realizar o famoso giro infinito entre as corretoras TemBTC e NegocieCoins. Com as operações de arbitragens o valor que era de R$ 4,6 milhões virou R$ 24 milhões.
P.R.R.B afirma também que houve um acordo de confissão de dívida da ordem de R$ 10 milhões por parte do GBB com Guilherme e que os problemas desta empresa tinham acontecido por causa de uma fraude.
Meses depois, em julho, ele diz ter sido convocado para uma reunião para atender um cliente de Guilherme. Nas proximidades do local, ele foi parado por policiais civis, que apontaram suas armas para ele.
“É o P. mesmo, a casa caiu para você”, relatou ter escutado. A seguir o enfiaram dentro de um carro Hilux.
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