Imagem da matéria: Cúmplices do Sheik das Criptomoedas são presos por envolvimento com pirâmide focada em latinos
Sheik das criptomoedas em festa à fantasia (Foto: Reprodução)

Foram detidas recentemente mais duas pessoas ligadas à pirâmide financeira Forcount, que tem como um de seus líderes Francisley Valdevino da Silva, que ficou conhecido como “Sheik das Criptomoedas“, preso por fraudes financeiras no Brasil. As informações são do portal Coindesk.

Conforme aponta a reportagem, foram presos Nestor Nunez, cidadão espanhol de 64 anos na Espanha; e Ramon Perez, cidadão norte-americano que se entregou às autoridades em Orlando, nos Estados Unidos.

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A Forcount é descrita como uma operação criminosa liderada por brasileiros para fraudar falantes da língua espanhola ao redor do mundo. O montante juntado pelos criminosos seria de US$ 8,4 milhões.

Perez é acusado de ser um dos operadores da fraude e de lavar dinheiro por meio de companhias de fachada. Nunez desemenharia uma papel diferente: ele seria pago pelo Sheik, o verdadeiro líder, para se apresentar como CEO da Forcount e usando o nome falso “Salvador Molina”.

Em dezembro de 2022, o Departamento de Justiça dos EUA (DoJ) formalizou acusações contra vários golpistas das criptomoedas, incluindo Francisley Valdevino da Silva. O Sheik responde às autoridades americanas sobre sua participação nos esquemas de pirâmide com criptomoedas IcomTech e Forcount, também conhecidos como ‘Weltsys’.

Também em dezembro, a Polícia Federal do Paraná indiciou seis pessoas acusadas de lesar milhares de investidores brasileiros por meio da Rental Coins, a pirâmide financeira com criptomoedas de Francisley Valdevino da Silva.

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Fancisley é um dos indiciados pela PF nesta fase que representa a conclusão das investigações da Operação Poyais, que derrubou a Rental Coins.

O Sheik está preso desde novembro do ano passado. As estiomativas são de que tenha deixado um prejuízo de R$ 1 bilhão.

A trajetória do Sheik das Criptomoedas

Francisley Valdevino da Silva ficou conhecido por ter entre suas vítimas o cantor Wesley Safadão e a modelo Sasha Meneghel. O piramideiro é acusado de ter roubado R$ 1,2 milhão da filha da apresentadora Xuxa.

O Sheik contou boa parte de sua vida em postagens de blog. Segundo os relatos do prórpio, o começo nos negócios foi bem longe do padrão luxuoso posterior – reportagem da TV Globo mostrou que em uma casa usada por ele foram apreendidos relógios, joias, carros de luxo, barras de ouro e dinheiro em espécie.

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Francisley afirma que seu primeiro emprego foi em uma pet shop chamada Águia de Ouro. Por lá, teria passado por todos os cargos possíveis, desde a limpeza dos animais de estimação até o cargo de vendedor externo, durante quatro anos de trabalho.

Os momentos difíceis continuaram: em 2007, morando em Sorocaba (SP), diz ter aberto uma web rádio gospel, que não deu certo. Ele se mudou para Curitiba e abriu uma loja de roupas. Inicialmente bem-sucedida, com sete unidades no Sul do Brasil, a empreitada acabou falindo por “má administração”, segundo ele próprio.

Foi aí, que segundo o próprio, que o poder gravitacional das pirâmides financeiras começou a puxá-lo para sua órbita.

“Para tentar me reerguer como empresário, decidi investir na área de Marketing Multinível e abri a empresa Wolkeb Club, que oferecia um serviço de clube de compras e descontos para os conveniados. Após de seis meses de empresa atuando como presidente, comecei a sofrer difamações sobre estar aplicando um golpe financeiro”, afirma.

Esse texto tem com título “O Início de um Império”.

Um encontro fortuito

Em 2016 Francisley se muda para os Estados Unidos, passando pelos estados da Flórida e de Utah. E é lá que sua vida é alterada por um encontro fortuito.

“No final de 2016, passando por algumas dificuldades financeiras nos EUA, estava em um supermercado com apenas $20 no bolso, quando encontrei um homem que, em uma conversa de poucos minutos, me falou sobre as criptomoedas. Ao final recebi um convite para conhecer um pouco mais sobre os ativos digitais”, relembra.

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O Sheik diz que resolveu estudar o tema, estagiou em uma empresa – da qual não cita o nome e resolveu montar uma companhia própria, a Intergalaxy Softwares Digitais.

O sucesso e o emaranhado de CNPJs

Francisley trouxe a Intergalaxy para o Brasil – e a transformaria em um confuso conglomerado de empresas. Reportagem do Portal do Bitcoin de fevereiro desse ano mostra como todas essas entidades – que incluiu nomes como Rental Coins, Interag Consultoria, Intertradec SA, Compralo Intermediação e a própria Intergalaxy Holdings – estão reunidas por um novelo de controle cruzado de acionistas, do qual o nome de Francisley se sobressai.

É desse bolo que nasceria a pirâmide financeira da Rental Coins, que logo atrair milhares de clientes com uma agressiva propaganda enganosa.

A Rental Coins promovia um suposto serviço de aluguel de criptoativos com pagamento de remunerações mensais que poderiam alcançar até 20% do capital investido.

Alegando vasta experiência no mercado de tecnologia e criptoativos, ele teria iludido os clientes informando possuir uma grande equipe de traders que realizariam operações de investimento com as criptomoedas alugadas e, assim, gerariam lucro para suportar o pagamento dos rendimentos.

Todas as promessas de investimento, no entanto, seriam uma farsa. Em reportagem do Fantástico, o delegado da Polícia Federal, Filipe Hille Pace, apontou que o esquema de Francisley era uma pirâmide clássica: não havia nenhum investimento, apenas dinheiro de novos clientes pagando os antigos.

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