Imagem da matéria: “Não poder sacar criptoativo é uma evolução”, diz head de cripto do Itaú
Painel do Itaú sobre criptomoedas no Web Summit Rio 2025 (Foto: Saori Honorato/Portal do Bitcoin)

O mercado de criptomoedas está entre um dos temas mais debatidos no primeiro dia do Web Summit Rio, sendo tema até mesmo por bancos tradicionais, como o Itaú

Durante uma discussão no estande da empresa no maior evento de tecnologia da América Latina, Guto Antunes, head de ativos digitais do Itaú, debateu como o banco está entrando no mercado de criptomoedas  e como está deixando alguns serviços deliberadamente de fora, alegando que isso é uma forma de proteger o cliente. 

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Um desses serviços é o wallet out — ou seja, a possibilidade de o cliente que compra criptomoedas no Itaú possa transferi-las para uma carteira externa. A funcionalidade não é permitida atualmente no aplicativo do banco e, na visão do executivo, isso é algo positivo.

“A questão de não poder sacar criptoativo é uma evolução”, afirmou Antunes. “Cripto era objeto de lavagem de dinheiro e financiamento ao crime. Eles usavam essa intermediação das criptos porque era muito fácil: você comprava um ativo e conseguia transferi-lo de qualquer lugar e de qualquer forma 24/7. O crime organizado percebeu isso e começou a usar cripto para essa finalidade. Por isso que muita gente lá atrás falava que ‘cripto é coisa de bandido, cripto é coisa perigosa’”.

O executivo afirmou que o objetivo com essa restrição não é “centralizar o cliente” para só usar a plataforma do Itaú, mas sim impedir qualquer uso indevido das criptomoedas adquiridas através do banco.

“Nós estudamos muito o comportamento do cliente e conversamos com o regulador. […] Ter uma regulação para cripto é muito importante e está acontecendo. A partir do momento que tivermos uma lei em comum, nós saberemos o que pode e o que não pode fazer”, afirmou.

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Questionado pela reportagem do Portal do Bitcoin durante o evento se a medida não restringiria um dos princípios básicos das criptomoedas — ser o verdadeiro dono do próprio dinheiro e movimentá-lo de forma livre, inclusive para realizar a autocustódia —, o executivo manteve sua posição.

“O que nós vemos hoje são dados grandes de criptoativos sendo usados com o objetivo de lavagem de dinheiro e financiamento ao crime — isso existe. E, a partir do momento que você facilita saídas, sem uma regulação ou acompanhamento, você começa a ter risco. Quando você vai para uma alta escala, para pagamento transfronteiriço, tem que ser acompanhado mais de perto para que você mantenha o bom uso. Então a preocupação de forma geral é como nós vamos fazer isso de uma forma que não limite a tecnologia, mas também permita que o acompanhamento do que está acontecendo dentro desses casos de abuso”, concluiu.

Itaú e as criptomoedas

Em dezembro do ano passado, o Itaú liberou a negociação de Bitcoin e Ethereum para todos os clientes de seu app visando “proporcionar uma alternativa de investimento”. Na semana passada, o banco ampliou as criptomoedas ofertadas para USDC, Solana (SOL) e XRP.

Quando lançou a oferta de criptomoedas, o banco informou que já estava testando e previa para 2025 a liberação do serviço de “wallet in”, que permite ao cliente transferir criptomoedas de sua carteira externa para o banco.

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Já o “wallet out”, que possibilita o envio de criptomoedas do banco para uma carteira externa, ainda estava em fase de avaliação. Porém, a fala de hoje do executivo sugere que esse serviço não deve chegar tão cedo.

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