O preço do Bitcoin caiu abaixo de US$ 95.000 na quarta-feira, após o Escritório de Análise Econômica dos EUA (Bureau of Economic Analysis) informar que a economia contraiu a uma taxa anualizada de 0,3% no primeiro trimestre, destacando preocupações com uma possível recessão relacionadas às tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump.
Economistas esperavam que a economia dos EUA crescesse a uma taxa anualizada de 0,3% nos três meses até março; no entanto, a leitura desta quarta-feira (30) representou a primeira queda trimestral no crescimento econômico desde o primeiro trimestre de 2022, segundo a Trading Economics.
O Bitcoin estava sendo negociado recentemente por volta de US$ 94.300, caindo imediatamente após os dados divulgados na quarta-feira, de acordo com a fornecedora de dados cripto CoinGecko. As altcoins oscilaram, com Ethereum e Solana caindo 3% cada, para US$ 1.760 e US$ 143, respectivamente, nas últimas 24 horas.
Os principais índices acionários dos EUA abriram em território negativo, com o S&P 500 e o Nasdaq, com forte presença de tecnologia, caindo ambos mais de 2%. Historicamente, o Bitcoin tem se correlacionado amplamente com as ações.
O Bitcoin teve um boom quando o Federal Reserve implementou uma série de cortes na taxa de juros no ano passado, reduzindo sua taxa básica para uma faixa-alvo de 4,25% a 4,50%. Em dezembro, no entanto, o banco central adotou uma postura relativamente cautelosa, apontando para possíveis mudanças nas políticas comerciais e de imigração sob Trump, que poderiam complicar a longa luta do Fed para restaurar a estabilidade dos preços.
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Desde que Trump concentrou seus esforços na reformulação do comércio global, dados chamados de “soft data”, como a pesquisa de consumidores da Universidade de Michigan, indicaram uma queda acentuada no sentimento dos consumidores americanos. Os dados de crescimento econômico divulgados na quarta-feira, notavelmente, foram uma evidência concreta de que as tarifas de Trump estão tendo um impacto negativo na capacidade da economia de se expandir.
Embora o presidente tenha anunciado uma pausa de 90 dias em tarifas “recíprocas” no início deste mês, outras tarifas já entraram em vigor. Isso inclui tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, uma tarifa básica de 10% sobre importações de quase todos os países, tarifas setoriais específicas e tarifas de 145% sobre produtos chineses, que já estão em vigor há várias semanas.
O Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, sugeriu na terça-feira que os varejistas americanos não enfrentariam grandes interrupções por causa das tarifas, apesar de alertas de que o volume de embarques no porto de Los Angeles está em forte queda, segundo a Reuters.
“Temos alguns ótimos varejistas”, disse Bessent à Fox News. “Presumo que eles tenham feito pedidos antecipados. Acho que veremos algumas elasticidades […], e então veremos quão rapidamente os chineses querem diminuir a tensão.”
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt
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