O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, considera que tentar simplesmente eliminar as criptomoedas do mercado não é a coisa certa a se fazer e que a atitude adequada é conhecer a tecnologia e se aproximar desse setor. As declarações foram feitas na terça-feira (5) durante o evento “Digitalização da Economia: agenda de inovação do Banco Central do Brasil”, conforme aponta reportagem do UOL.
“O que o Banco Central (do Brasil) talvez seja um pouco diferente de alguns outros bancos é que entendemos que expelir o mundo de criptomoedas e de stablecoins do mundo financeiro talvez não seja a melhor coisa a fazer”, disse.
Campos Neto lembrou que o Banco Central tem tido papel fundamental no desenvolvimento do setor Web3 no Brasil, principalmente por meio do projeto do Drex, o Real Digital. “A nossa CBDC é uma forma de fazer isso, de tentar trazer tudo para perto”, afirmou.
O executivo ainda lembrou que “quanto mais perto estiver, mais você vai conseguir regular, entender, e menos surpresas você vai ter”.
BC vai regular setor cripto no Brasil
No dia 14 de junho deste ano, o Banco Central foi escolhido pelo Poder Executivo como o órgão regulador do mercado de criptomoedas no Brasil. O Decreto 11.563 publicado no Diário Oficial da União foi assinado pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e pelo presidente do BC, Roberto Campos Neto.
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O decreto estabelece que o Banco Central irá regular a prestação de serviços com criptomoedas (chamadas de “ativos virtuais” no texto) e terá o poder de autorizar quem pode atuar no mercado. O BC também tem o poder para supervisionar o funcionamento do setor.
Por enquanto, o Banco Central ainda não estabeleceu o conjunto de regras que o setor deverá adotar. Logo após o decreto ter sido publicado, Campos Neto disse em um evento público que o BC está pronto para assumir o papel.
“O Banco Central está preparado”, disse Campos Neto ao ser questionado se a entidade se sentia pronta para assumir a função de regulador. Mas o executivo ressaltou que “globalmente os Bancos Centrais ainda estão em fase de aprendizagem” e que ainda um longo caminho regulatório terá que ser percorrido.
“Acho que temos um trabalho amplo para ser feito. Esse PL é um marco inicial, falamos de como regular as corretoras. Temos ainda um caminho bastante longo para percorrer em termos de regulação de criptomoedas”, disse ele na ocasião.
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