Imagem da matéria: Criptomoeda pega carona em XRP e decola 64%; conheça os motivos por trás da alta
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Enquanto todo o mercado de criptomoedas estava de olho em XRP após o token criado pela Ripple Labs se livrar da classificação de valor mobiliário, outro token se valorizou de forma impressionante de forma mais discreta: Stellar (XLM).

A XLM subiu 64% na quinta-feira (13) à medida que o mercado precificava a vitória parcial da Ripple, e ficou atrás apenas do próprio XRP no ranking das maiores valorizações do dia.

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Na disparada, XLM atingiu sua maior cotação desde maio de 2022, de US$ 0,18, e agora acumula uma alta de 61% no mês — ganho que sobe para 85% desde o dia 1º de janeiro, segundo o CoinMarketCap.

Mas afinal, por que a XLM está subindo tanto?

Gráfico de preço da Stellar (XLM) desde o início de 2023 (Fonte: CoinMarketCap)
Gráfico de preço da Stellar (XLM) desde o início de 2023 (Fonte: CoinMarketCap)

A correlação entre XLM e XRP

Embora boa parte do argumento usado para explicar a alta de outras criptomoedas seja que, assim como XRP, elas também foram enquadradas pelos reguladores americanos como valores mobiliários, esse não é o caso da XLM.

O token nativo da Stellar nunca foi apontado pela SEC como um possível valor mobiliário ao longo dos anos, ao contrário do que foi visto com Solana (SOL), Cardano (ADA), Polygon (MATIC), BNB e outras 70 criptomoedas.

Um fator para isso é que, ao contrário da Ripple, a Stellar não fez uma oferta inicial de moeda (ICO) dos moldes tradicionais – um problema que está no cerne do processo entre SEC e Ripple.

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Isso ficou claro na decisão de quinta-feira do Tribunal do Distrito Sul de Nova York, que, embora tenha afirmado que XRP em si não se enquadra como valor mobiliário, apontou que a oferta institucional da moeda feita pela Ripple violou as leis americanas.

A correlação entre os preços de XRP e XLM, portanto, parece estar centrada nas semelhança de ambas as blockchains, que tem o objetivo comum de fornecer um sistema de pagamentos distribuído que pessoas, empresas e bancos possam usar para realizar transações de forma mais rápida e barata do que é possível atualmente pelo sistema financeiro tradicional.

Essa similaridade entre as blockchains já se refletiu em outros momentos do passado em que a XLM acompanhou o preço da XRP. Na realidade, a história das duas criptomoedas se cruzam desde a origem da Stellar. Afinal, a empresa foi criada por Jed McCaleb, um dos fundadores originais da Ripple que deixou a companhia em 2013 após uma série de confrontos internos.

Ao se desligar da Ripple em meio a um processo judicial que rendeu US$ 3 bilhões para McCaleb e o tornou um dos homens mais ricos do meio cripto, ele e seu parceiro Joyce Kim fizeram um fork no protocolo original da Ripple e lançaram a Stellar em 2014. 

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Essa relação próxima da Stellar com a Ripple é um fator essencial para entender a recente alta da XLM, conforme explica Lucca Benedetti, analista de Research do MB.

“A correlação entre XLM e XRP é alta porque a XLM é um fork da XRP. Ela foi criada por um dos desenvolvedores que acabou saindo da Ripple e decidiu criar o próprio projeto. Portanto, a alta da XLM é 100% por conta da proximidade com a XRP. O mercado, ao enxergar essa similaridade, acaba empurrando o ativo junto”, disse ele ao Portal do Bitcoin.

Ele acrescenta que, embora a XLM não tenha sido alvo da SEC até agora, a vitória parcial da Ripple essa semana também colabora para a segurança legal da Stellar.

Paulo Boghosian, ex-head de cripto do TC e atual diretor do TC Pandhora Investimentos, explica que já se tornou comum os investidores do mercado cripto agruparem tokens e projetos por suas funções econômicas, surgindo aí a correlação entre Stellar e Ripple.

“Stellar tem sim diversas semelhanças com a Ripple, sendo que ambos podem ser classificados como tokens de pagamentos – Ripple um pouco mais voltada para o pagamento interbancário. Não à toa, quando olhamos para a matriz de correlação histórica desses criptoativos, a correlação de Pearson de 30 dias entre Ripple e Stellar está acima de 0,9, o que significa uma altíssima correlação entre os dois tokens, segundo dados da Coinalyze”, aponta o analista.

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É difícil dizer se a correlação com o XRP continuará a ditar o preço da XLM no futuro, como indica Vinícius Bazan, analista de criptoativos da Empiricus Research.

“Embora XLM seja muito parecida tecnicamente com XRP, são projetos diferentes. Eu acho que a alta da XLM é mais uma questão desse momento do que uma relação de longo prazo. Os criptoativos tendem a seguir o Bitcoin como um líder de mercado de definição de ciclos. Não necessariamente dois ativos, por serem parecidos, sempre vão seguir na mesma direção. Um exemplo é Bitcoin e Bitcoin Cash, que foram para direções diferentes nos últimos anos”, exemplifica.

Semelhanças e diferenças entre Ripple e Stellar

Boghosian afirma que a correlação entre os tokens vai além do fato de estarem no mesmo setor. Além de terem um fundador em comum —  Jed McCaleb —, suas blockchains são bem parecidas no quesito tecnológico e no design. “Apesar de utilizarem mecanismos de consensos diferentes, ambos são variações de blockchains federadas (Federated Byzantine Agreements), sacrificando descentralização para se tornarem mais rápidas e escaláveis, sendo que Ripple é a mais centralizadas delas”, explica.

Como aponta a casa de análises Messari, embora a premissa da Stellar fosse similar a da Ripple, de otimizar pagamentos por meio da tecnologia blockchain, a empresa estava mais focada na questão social, com o objetivo de “criar um sistema financeiro aberto e acessível, onde pessoas de todos os níveis de renda possam acessar serviços financeiros simples, seguros e de baixo custo”.

Para fazer isso, foi criada a fundação sem fins lucrativos Stellar Development Foundation (SDF) em colaboração com o CEO da Stripe, Patrick Collison. Ele investiu US$ 3 milhões para financiar a criação da Stellar. Em troca, recebeu 2 bilhões de Stellar Lumens (XLM) quando o projeto foi criado. 

Parte dos tokens gerados naquela época foram distribuídos para parceiros e para o restante da comunidade cripto por meio de airdrops à empresas e projetos escolhidos pela fundação da Stellar. Portanto, a empresa não fez um ICO “tradicional” da mesma forma que XRP e criptomoedas como Ethereum (ETH) e Tezos (XTZ) — ofertas estas cercadas de polêmicas.

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Como explica o site da Stellar, ao contrário da maioria das criptomoedas do mercado, XLM não são minerados. No lançamento do projeto, a Stellar gerou 100 bilhões de XLM. Em novembro de 2019, a comunidade votou para diminuir a oferta da moeda pela metade, levando a fundação a queimar 50 bilhões de XLM. 

Atualmente, há 20 bilhões de XLM em circulação, com cerca de 30 bilhões ainda em posse da fundação e que entrarão nos mercados públicos nos próximos anos. Os fundos são usados pela fundação para desenvolver e promover o crescimento da blockchain. 

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