Enquanto as principais criptomoedas do mercado pisaram no freio em fevereiro, uma altcoin pouco conhecida chamada Conflux (CFX) achou espaço para engatar uma valorização de mais de 960% desde o dia 1º de janeiro deste ano.
Se CFX abriu o ano valendo US$ 0,02, nesta quarta-feira (1º) o token já é negociado por volta de US$ 0,23, segundo o CoinMarketCap. Esse ganho de preço faz a Conflux aparecer na liderança das criptomoedas que mais valorizaram em 2023.
Embora seja atualmente uma das altcoins mais quentes do mercado, o CFX circula desde dezembro de 2020 e chegou a atingir um recorde de preço de US$ 1,70 em março de 2021.
Mas afinal, o que é a Conflux e o que explica sua alta de quase quatro dígitos nos últimos meses?
Por dentro da Conflux
A rede Conflux é uma blockchain pública baseada em um mecanismo de consenso conhecido como Tree-Graph, criado pelos próprios desenvolvedores do projeto para melhorar os recursos de dimensionamento da rede em relação a outras concorrentes, como Ethereum.
A blockchain, no entanto, é compatível com o Ethereum Virtual Machine (EVM), o que lhe permite dar suporte a contratos inteligentes escritos em Solidity, como explica a análise da Messari.
O site oficial do projeto aponta que o token nativo do ecossistema da Conflux, o CFX, pode ser usado para que detentores paguem taxas de transação, participem da governança da rede e ganhem recompensas por meio da mineração e aluguel de armazenamento.
A Conflux ganhou vida na universidade chinesa de Tsinghua, no laboratório de pesquisa do Dr. Andrew Yao, ganhador do Prêmio Turing — uma espécie de “Prêmio Nobel” da computação que reconhece as principais contribuições à área.
O fundador presidente do projeto é Fan Long, que também criou o Tree-Graph Research Institute para desenvolver pesquisas e aplicativos sobre o algorítimo de consenso Tree-Graph.
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A entidade ganhou destaque por fazer parcerias com os governo regionais de Shanghai e Hunan, na China, o que ajudou a Conflux ganhar a chancela de “única blockchain em conformidade regulatória na China”.
Criptomoeda e telecom chinesa
A boa relação que a Conflux mantém com o governo chinês, conhecido por sua aversão ao mercado de criptomoedas, ganhou um novo passo importante no começo de 2023 e pode estar por trás da recente alta da criptomoeda.
Trata-se de uma parceria entre a Conflux e a China Telecom, a segunda maior operadora de telecomunicações da China, que atende mais de 390 milhões de pessoas no país asiático.
A Conflux foi procurada para construir chips de celular baseados em blockchain para a China Telecom, no que poderá ser o maior produto de hardware blockchain já visto globalmente, segundo descreveu o anúncio do projeto no dia 15 de fevereiro.
“O cartão BSIM integra a tecnologia Tree-graph, dual proof-of-stake e proof-of-work da Conflux, permitindo o mais alto desempenho do sistema para qualquer blockchain do mundo”, explicou a empresa.
“O cartão BSIM irá gerenciar e armazenar as chaves pública e privada do usuário no cartão e realizar assinaturas digitais de forma que a chave privada não saia do cartão. Também pode permitir armazenamento criptografado, recuperação de chaves e outras operações”, acrescentou.
O bom momento da Conflux não terminou com o anúncio da parceria com a China Telecom. Nesta quarta-feira (1º), a empresa revelou que recebeu US$ 10 milhões da firma de investimentos DWF Labs.
O investimento pretende ajudar a Conflux a expandir sua tecnologia e aumentar sua base de usuários, conforme disse a equipe do DWF ao The Block. O cofundador da Conflux, Fan Long, acrescentou que o aporte estratégico da DWF ajudará “tremendamente” a Conflux.
Um objetivo do projeto com o investimento é aproveitar a nova política de Hong Kong, cujo governo planeja destinar US$ 6,4 milhões para o desenvolvimento de seu ecossistema Web3. No final de fevereiro, a Comissão de Valores Mobiliários e Futuros de Hong Kong (SFC) deu sinais de que a reabertura da negociação de criptomoedas para investidores de varejo acontecerá em breve.
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