Imagem da matéria: Criador da Dogecoin: “Queria que fosse o fim das criptomoedas, mas não é”
(Foto: Reprodução Jackson Palmer)

Em uma entrevista ao jornal australiano Crikey, Jackson Palmer, co-criador da dogecoin (DOGE), afirmou que queria que a atual “fosse o fim das criptos, mas não é” e que “cada vez mais pessoas não estão fazendo nada além de ganhar dinheiro fazendo nada. Isso meio que deixou todos nós fodidos.”

Palmer estava promovendo seu novo podcast “Griftonomics” — um nome que também reflete suas críticas sobre cripto, pois une as palavras “grifter” (“vigarista”) e “economics” (“economia”).

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“Eu honestamente pensei que [cripto] iria implodir um pouco mais rápido e que as pessoas fossem aprender uma lição”, explicou Palmer. “Mas cada vez mais, nos últimos seis meses, vi uma perseverança contínua. Você vê essas grandes pessoas com muito dinheiro se envolvendo e isso significa que não vai parar.”

Ele também desconsiderou a ideia de que possa haver um “inverno cripto” chegando: “Ainda vejo montes de dinheiro sendo investido por promotores cripto. Estão esperando que uma nova remessa de trouxas entrem. Isso acontece em ciclos”.

Palmer chamou ofertas iniciais de moedas (ou ICOs, na sigla em inglês), organizações autônomas descentralizadas (ou DAOs) e tokens não fungíveis (ou NFTs) de golpes, além de acusar ofertas iniciais de jogos (IGOs) de serem a mais nova fraude da indústria. IGOs são similares às ICOs: investidores pré-adquirem NFTs ou moedas de um jogo blockchain.

Cinismo

Apesar de o dinheiro estar entrando, o criador da dogecoin ainda acredita que o cinismo em relação a cripto está crescendo.

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Ele relembrou sobre como, entre 2013 e 2020, ele estava rodeado de “céticos cripto”, mas que “um a um deles se rendeu às criptos”.

Porém, ele vê que o entusiasmo está enfraquecendo agora: “Já que as pessoas estão perdendo, houve um despertar”.

“Acho que haverá uma queda. Acho que está na hora de passarmos por uma espécie de estouro, mas não acho que será uma grande explosão. Será bem mais doloroso e, infelizmente, pode afetar minorias e aqueles [que estão] no nível mais baixo do espectro socioeconômico quando acontecer.”

Palmer também tinha alguns comentários sobre Elon Musk, CEO da Tesla e apostador em dogecoin.

“Ele é um vigarista. Ele vende uma visão na expectativa de que, um dia, ele poderá cumprir com o que promete, mas ele não sabe disso. Ele só é bom em fingir que sabe”, afirmou. “Minha opinião sobre ele e todos os bilionários é que eu não me importo muito com eles.”

Palmer e dogecoin

A dogecoin foi criada pelos programadores de software Jackson Palmer e Billy Markus em 2013, que queriam que o projeto fosse uma sátira irreverente da antiga febre de emissão de “altcoins” que têm pouco valor, exceto pelo simbolismo inovador.

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Desde então, a criptomoeda ganhou uma base de fãs fanáticos quando o bitcoin (BTC) começou seu mais recente ciclo de alta, no fim de 2020. Agora, esses fãs são conhecidos como “Doge Army” (ou “Exército Doge”, em tradução livre).

O avatar da moeda é o icônico cachorrinho da raça shiba inu, cujo rosto ganhou destaque como um meme acompanhado de frases adoráveis e “mal escritas” (sic) em inglês, como “much wow” (ou “bastante uau”).

Dogecoin também se tornou um pequeno, mas rentável fenômeno da cultura pop pelo Twitter.

Celebridades, como o rapper Snoop Dogg, o roqueiro Gene Simmons e o multibilionário Elon Musk tiveram algo a dizer sobre a criptomoeda na plataforma — fazendo seu preço disparar.

Em 2021, via Twitter, Jackson Palmer havia publicado duras críticas contra seu antigo projeto, do qual ele saiu em 2015. Suas críticas incendiária começaram a partir do segundo tuíte em um fio:

“Após anos de estudo, acredito que criptomoedas são uma tecnologia de direita e hipercapitalista desenvolvida principalmente para amplificar a riqueza de seus defensores por meio de uma combinação de evasão fiscal, supervisão regulatória reduzida e escassez artificialmente executada.”

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*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.

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