A corretora de criptomoedas Quantia, que é registrada nas Ilhas Virgens Britânicas, mas opera na Argentina, suspendeu saques e depósitos no último fim de semana por conta do colapso da FTX e de seu token FTT, ambos criados pelo ex-trader Sam Bankman-Fried (SBF). A empresa ainda não se manifestou publicamente, apesar de ter prometido aos clientes em um email que o faria na segunda-feira (14).
De acordo com uma cópia do comunicado que circulou pela internet, a Quantia afirmou que o motivo da ação é que há uma dependência de serviços prestados à plataforma pela FTX, o que culmina na suspensão de serviços aos clientes.
“Por conta da falta de informações e a crise da empresa liderada pelo americano Sam Bankman-Fried, que acabou em falência, a Quantia não consegue operar normalmente”, diz um trecho do email assinado pelo cofundador da corretora, Miguel Schweizer.
O documento, que foi comentado e compartilhado na imprensa, como no site do jornal argentino Clarín, por exemplo, também ressalta o status que a FTX obteve por ter uma empresa regulada nos EUA, e, portanto, auditada.
Conforme apurou o site Criptonotícias, além dos serviços de compra e venda e trade que a Quantia oferece na Argentina, ela também fornece o sistema de empréstimo, que paga juros em cima do que é mantido em custódia. “Por exemplo, para criptomoedas como Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH), as taxas anuais ficam em torno de 4 ou 5%”, ressalta a reportagem.
Segundo informações no site oficial da Quantia, a plataforma tem 8 anos de existência, US$ 500 milhões sob custódia e um volume mensal de US$ 30 milhões. A quantidade de clientes não é revelada.
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Falência da FTX e a turbulência no setor cripto
O fim da exchange FTX — e um rombo estimado em US$ 10 bilhões — foi um ponto de discussão importante em toda a indústria cripto durante as últimas semanas. Logo que vieram à tona notícias da falta de liquidez da FTX e sua dependência do token FTT, que entrou em derrocada, várias empresas, como a Coinbase, por exemplo, passaram a informar ao mercado se tinham ou não exposição às empresas de SBF.
Na Argentina, por exemplo, a corretora Buenbit foi a primeira a informar que não tinha nenhum ativo exposto ao caso, comentou o Clarín.
No entanto, como o caso FTX é recente, muitas empresas ainda podem se manifestar no decorrer desta semana, já que processos judiciais recentes também mostraram que mais de um milhão de credores podem ter pedidos contra a exchange falida, com mais revelações provavelmente surgindo nos próximos dias.
A Liquid Global, por exemplo, se manifestou já nesta terça-feira (15), comunicando que está suspendendo todas as retiradas — tanto fiduciárias quanto de criptomoedas — da plataforma.
“As retiradas fiduciárias e de criptos foram suspensas na Liquid Global em conformidade com os requisitos do processo voluntário de recuperação judicial nos Estados Unidos”, afirmou a exchange no Twitter.