O CoinMarketCap mudou seu sistema de classificação de exchanges pouco mais de um mês após ter sido adquirido pela Binance por US$ 400 milhões. O novo sistema agora coloca a Binance em primeiro lugar – e remove números anteriores que sugeriam que a bolsa era usada para wash trading.
O novo sistema classifica as exchanges pelo tráfego da web. “Em vez de solicitar que as corretoras enviem seus números de usuário, um bom proxy será o tráfego da Web”, afirmou o CoinMarketCap. Agora é a métrica padrão para a classificação das exchanges. Ele coloca a Binance no topo com uma pontuação de 1.000, seguida pelo Coinbase Pro e BitMEX.
“Nós escutamos. O Coinmarketcap atualizou as classificações de das exchganges incorporando o fator de tráfego da web. Confira o ranking de atualização no URL abaixo e conte-nos saber o que você pensa”, tuitou ontem o CEO da Binance, Changpeng Zhao.
Como o CoinTelegraph apontou, a diretora de estratégia e CEO interina do CoinMarketCap, Carylyne Chan, disse, em uma entrevista no ano passado: “Vimos outras pessoas fazendo coisas como você disse, o tráfego da Web como uma maneira [de verificar se as exchanges são legítimas], mas as pessoas negociam usando chaves de API e é por isso que o tráfego da Web não é um bom indicador “.
CoinMarketCap remove indicador de wash trading
Mas o provedor de dados não mudou apenas sua posição sobre usar o tráfego da Web, mas também removeu um indicador criado em julho de 2019, projetado para fornecer dados mais precisos e eliminar o wash trading.
Na época, o CEO da CoinMarketCap, Brandon Chez, disse à Forbes que o volume de negociações falsas “é uma questão importante, e estamos tentando ativamente resolvê-lo”.
Em 3 de abril, um dia após a Binance adquirir o CoinMarketCap, a bolsa foi classificada em 15 no site. O provedor de dados listou o volume reivindicado pela Binance como US$ 6,7 bilhões. Mas colocou seu volume ajustado, uma métrica projetada para remover qualquer atividade suspeita, em US$ 2,1 bilhões.
“O volume ajustado é uma maneira de visualizar todas as exchanges, excluindo os dados que são distorcidos (muito diferentes de outras bolsas) ou potencialmente suspeitos. Dessa forma, você pode pensar no volume ajustado como uma maneira de fornecer uma apresentação mais detalhada dos dados e no volume relatado como claramente o que as exchanges nos fornecem por meio de sua API ”, explicou CoinMarketCap.
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Mas essa métrica acabou. A métrica original, incluindo wash trading e dados “potencialmente suspeitos” – de acordo com o CoinMarketCap – é a única que permanece. Aqui também, Binance está no topo.
Por que o topo é importante?
Ser classificado no topo é importante para as exchanges. Um relatório da Bitwise alegou que até 95% dos volumes das exchanges são falsos, pois fazem wash trading para aumentar seus volumes – e subir na classificação.
Aumentar os números nas exchanges é um grande negócio. Alexey Andryunin, 20 anos, estudante de segundo ano na Universidade Estadual de Moscou, cobra US$ 15.000 a seus 30 clientes para falsificar volumes de negociação para eles. Embora ele esteja aumentando o volume de projetos de tokens e não de exchanges, ele alegou que elas estão cientes do que ele faz e não fazem nenhum movimento para contê-lo.
As exchanges até pagam para serem listadas nos espaços patrocinados no topo dos rankings, em vez de terem que aumentar seus próprios volumes para alcançar uma posição superior. O site de notícias sobre criptomoedas BeInCrypto, por exemplo, lista a exchange de criptomoedas Stormgain em um espaço patrocinado no topo de seu ranking, apesar da bolsa ter volumes muito menores do que os que estão abaixo dela.
Fundamentalmente, o ponto principal é importante porque aumenta a exposição da marca e faz com que pareça ser a mais popular, atraindo assim novos clientes. Esses novos clientes não apenas pagam taxas de negociação e taxas de saque, mas também aumentam os volumes de negociação – colocando a bolsa ainda mais alta no ranking e atraindo mais clientes. Um círculo virtuoso – ou vicioso.
*Traduzido e republicado com autorização da Decrypt.co- Leia também: Google pede ao Banco Central para operar conta de débito similar à usada por Nubank e Mercado Pago
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