Cinco projetos no Congresso tentam revogar decisão de Bolsonaro que vetou blockchain no Exército
Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (Foto: Shutterstock)

A ordem do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para revogação de portarias do Exército — incluindo a que criava uma rede blockchain para rastreamento de armas e explosivos — continua a gerar reações. Além dos questionamentos do Ministério Público Federal, há projetos no Congresso Nacional que tentam anular essa decisão do presidente.

No Senado tramita o PDL 179/2020, que prevê a revogação da Portaria 62 do Exército, publicada em 17 de abril. Ela revogou três portarias anteriores — nº 46, 60 e 61 — que tratavam do acompanhamento e rastreamento de produtos controlados pelo Exército, como armas, munições e explosivos.

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Entre as medidas inclusas nessas portarias estava uma rede baseada em blockchain, discutida há dois anos, cuja finalidade seria de acompanhar e rastrear tais produtos em todo o território nacional, da origem ao destino.

Os autores do projeto, todos senadores do partido Cidadania — Alessandro Viera (SE), Eliziane Gama (MA) e Jorge Kajuru (GO) — citaram declaração feita pelo próprio presidente, por meio das redes sociais. Na postagem, dirigida a atiradores e colecionadores, Bolsonaro afirmou que havia determinado a revogação porque as normas não se adequavam às suas diretrizes.

Na justificativa para o PDL, os parlamentares argumentam que houve uma “grave interferência” de Jair Bolsonaro nesse caso.

Nota-se, portanto, que o presidente da República extrapolou as competências que lhe são constitucionalmente atribuídas, colocando em risco a segurança da população e fortalecendo a atuação de milícias e facções criminosas”.

Ações na Câmara

Já na Câmara dos Deputados tramitam pelo menos quatro propostas que também visam sustar a Portaria 62 do Exército, publicada após a declaração polêmica de Bolsonaro.

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Todas elas criticam a interferência do presidente nos assuntos do Exército e apontam que a decisão coloca em risco a segurança pública nacional.

“A medida adotada não pode subsistir porque conspira contra o interesse público, já que a segurança da sociedade é prioridade assegurada pela própria Constituição”, diz Pereira, autor de um dos projetos.

Questionamentos do MPF

Procuradores do MPF apontam que a decisão do presidente no Exército interfere em atos de exclusividade do Exército. O desdobramento do caso pode levar a uma ação de improbidade na Justiça Federal ou à abertura de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a procuradora regional da República Raquel Branquinho aponta a possibilidade de Bolsonaro ter agido para beneficiar uma parcela de eleitores e que não há espaço na Constituição “para ideias e atitudes voluntaristas” do presidente, ainda que pautadas por “bons propósitos”.

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Além do pedido de Branquinho, outra ação do MPF cobra explicações do Comando Logístico do Exército para prosseguirem no trabalho. De autoria do Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC) e da Câmara de Controle Externo da Atividade Policial e Sistema Prisional (7.ª CCR), ela quer saber se o órgão vai admitir a suposta ingerência do presidente.

Em ofício, o general Laerte de Souza Santos, que assinou a portaria 62, disse que as normas revogadas foram alvo de inúmeros questionamentos e contrapontos levantados pelas redes sociais e pela administração pública, em razão de o tema ser muito técnico.

Bolsonaro e as armas

A ampliação da posse e porte de armas de fogo no país é uma das bandeiras de Jair Bolsonaro desde os tempo de deputado federal e o acompanhou na campanha presidencial.

No entanto, ela esbarra no Estatuto do Desarmamento, que vê na redução do número de armas em circulação um elemento chave para combater a violência e o fluxo de armas para organizações criminosas.

Bolsonaro e seus apoiadores mais fiéis são críticos mordazes dessa lei e a consideram uma violação ao direito de autodefesa.

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O símbolo de uma arma com os dedos polegar e indicador das mãos, inclusive, foi uma das marcas da campanha eleitoral de Bolsonaro.


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