Na manhã desta quinta-feira (05), o bitcon ultrapassou a marca de R$ 85 mil pela primeira vez na história, de acordo com dados do Índice de Preço do Bitcoin no Brasil (IPB). Em dólar, a criptomoeda já é negociada acima dos US$ 15.000.
O movimento de alta do bitcoin teve início em janeiro. Em março, ao se aproximar dos R$ 50.000, recuou para R$ 21.000 com o estouro da pandemia, mas em menos de um mês já havia se recuperado. Desde então, seguiu uma trajetória rumo aos R$ 85.000.
Mas o que está impulsionando tanto o preço do bitcoin? Bom, no Brasil, é importante ressaltar a forte desvalorização do real frente ao dólar. Como o bitcoin é um ativo global, o preço em real costuma seguir a movimentação do preço em dólar, com pequenos ágios e deságios dependendo do dia.
Em real, o preço do bitcoin acumula valorização superior a 190% apenas em 2020.
Em dólar, alta já é a maior dos últimos 30 meses
O preço do bitcoin em dólar teve uma valorização de 110% desde a virada do ano, quando abriu cotado a US$ 7.212.
A última vez que o bitcoin foi negociado acima dos US$ 15.000 foi na primeira semana de janeiro de 2018, dias após ele ter registrado seu recorde histórico de US$ 20.000.
Por que valorizando tanto? Em maio deste ano aconteceu o terceiro halving na rede do bitcoin, evento programado para ocorrer de quatro em quatro anos onde a emissão de novos bitcoins é cortada pela metade. Isso diminui a entrada de novas moedas no mercado que, com o aumento da demanda podem impulsionar mais ainda o preço.
Não menos importante, a entrada de grandes investidores institucionais impulsionou ainda mais o mercado no segundo semestre.
Dando início a uma nova tendência, em setembro, a empresa MicroStrategy anunciou a compra de US$ 425 milhões em bitcoin. Essa foi a primeira compra pública de uma empresa listada na bolsa do EUA.
Seguindo o exemplo, a Square, que tem como cofundador Jack Dorsey, criador do Twitter, também anunciou a compra de US$ 50 milhões em bitcoin.
O Paypal também entrou na jogada. O gigante do mercado de pagamentos digitais anunciou que permitirá que seus clientes comprem, mantenham e vendam bitcoin e várias outras criptomoedas diretamente por meio de suas contas.
Por fim, na última terça-feira de outubro, mais duas notícias movimentaram o mercado: O DBS, o maior banco de Singapura e do sudeste asiático, disse que vai lançar uma corretora de criptomoedas. E o JPMorgan, maior banco dos EUA, divulgou ter começado a usar sua criptomoeda pela primeira vez para pagamentos internacionais.