Imagem da matéria: Binance se recusa a entregar lista dos 700 maiores clientes para CPI das Pirâmides Financeiras
Foto: Shutterstock

A Binance não atendeu a dois pedidos de informações feitos pelos deputados da CPI das Pirâmides Financeiras por meio de ofício. A corretora de criptomoedas se recusou a dizer quais são os maiores clientes da plataforma e não enviou o contrato firmado com a Latam Gateway, empresa que faz o processamento de pagamentos para a exchange no Brasil. 

A primeira exigência da CPI era a lista dos 700 maiores clientes da Binance. Durante a sessão na qual depôs Guilherme Haddad Nazar, diretor geral da empresa e sobrinho do ministro da Fazenda Fernando Haddad, ficou explícito que os deputados se referiam aos clientes brasileiros.

Publicidade

Mas ao responder o requerimento oficial, a Binance titubeou: “A listagem solicitada neste item do Requerimento, não apresenta delimitação suficiente ao seu cumprimento, considerando que a Binance é uma empresa global, que atua em mais de 100 países em todo o mundo, oferecendo uma ampla gama de serviços”. 

O pedido por essa lista surgiu porque durante o depoimento de Nazar na CPI, veio à tona uma informação da Capitual, ex-processadora de pagamentos da Binance, que uma análise feita pela empresa AML Reputacional identificou que os 700 maiores usuários da Binance foram classificados com 95% de chances de estarem fazendo lavagem de dinheiro na plataforma.

Na ocasião, o diretor da Binance negou ter conhecimento sobre esse estudo e recomendou que os deputados cobrassem o documento da Capitual. O relator então disse que iria fazer um ofício para que a Binance compartilhasse com a CPI a lista dos seus 700 maiores clientes no Brasil. 

Leia também: Binance se diz “vítima” de pirâmides; CPI quer lista dos 700 maiores clientes da corretora

Além disso, a CPI também pediu que a Binance fornecesse uma cópia de seu contrato com a Latam Gateway, mas a corretora disse que não teve tempo para enviar o documento. “Em virtude da exiguidade do prazo não foi possível atender à solicitação formulada”, justificou. 

Publicidade

Em resposta a outras perguntas que chegaram via ofício, a Binance informou ter 200 pessoas trabalhando na operação brasileira e disse seguir a Lei Geral de Proteção de Dados (Lei Nº 13.709/18) e o Regulamento Geral de Proteção de Dados Europeu (GDPR).

Caso Capitual 

Latam Gateway é a empresa que passou a ser responsável pelas operações de saque e depósito em reais da Binance no Brasil, após a corretora romper com a Capitual

Uma das exigências da CPI era saber o motivo do rompimento da relação comercial entre Binance e Capitual, o que paralisou os saques de clientes brasileiros por várias semanas. 

A resposta da empresa é que a Capitual “apresentou novas exigências comerciais” que não estavam no contrato e que “passou a exigir exclusividade no serviço prestado”. 

Publicidade

Na época, a Capitual disse que precisava de dados dos clientes para cumprir com exigências do Banco Central. A Binance sempre discordou que essas exigências existissem e usa o termo “supostas exigências” na resposta para a CPI. 

“Diante deste cenário de verdadeira insegurança contratual, não apenas para empresa na condição de contratante, mas, sobretudo, aos usuários da plataforma, a Binance decidiu levar a discussão ao judiciário, rompendo o acordo e, ato contínuo, iniciando nova parceria contratual com a empresa Latam Gateway”, afirma.

Talvez você queira ler
Imagem da matéria: Murano Investimentos é a nova associada da ABCripto

Murano Investimentos é a nova associada da ABCripto

Ingresso da empresa visa reforçar o ecossistema de infraestrutura inovadora e eficaz para o desenvolvimento da criptoeconomia no Brasil
Imagem da matéria: Atlético de Madrid quer processar corretora de criptomoedas por calote de R$ 214 milhões

Atlético de Madrid quer processar corretora de criptomoedas por calote de R$ 214 milhões

A WhaleFin não pagou o combinado para ter sua marca exposta nas camisas do clube
Imagem da matéria: Crítica do Bitcoin, presidente do Banco Central Europeu admite que filho perdeu "tudo" em cripto

Crítica do Bitcoin, presidente do Banco Central Europeu admite que filho perdeu “tudo” em cripto

Líder do sistema bancário europeu, Christine Lagarde já afirmou que todos os ativos cripto “não valem nada” e são “baseados em nada”
logo a binance no celular e bandeira dos EUA no fundo

SEC segue atrás de provas de fraude na operação da Binance nos EUA, diz jornal

Em junho, a SEC acusou CZ e a Binance global de exercer “controle completo” sobre os ativos dos clientes americanos e de misturar os fundos “como bem entendem”