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Antônio Neto Ais, criador foragido da Braiscompany (Foto: Reprodução/Instagram)

A Braiscompany registrou em seu balanço contábil de 2022 que possuía R$ 774 milhões no setor de locação de criptoativos, que a empresa suspeita de ser pirâmide financeira alardeava ser negócio principal. Isso leva a crer que essa é a quantia de dinheiro de clientes que estava sob a posse dos fundadores da empresa Antonio Neto Ais e Fabrícia Campos — hoje considerados foragidos.

Os dados são da própria Braiscompany e foram entregues para o Procon da Paraíba no curso do inquérito civil aberto pelo Ministério Público contra a companhia. Em artigo publicado no Portal do Bitcoin, o contador e CEO da Economatica, Felipe Pontes, apontou que em 2021 a empresa apontou que possuía R$ 170 milhões em uma conta de compensação, que seria o montante dos clientes sob posse do grupo. Foi um aumento de 355% em um ano.

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A Polícia Federal calcula que o esquema tenha provocado um prejuízo de R$ 1,5 bilhão.

O balanço apresentado pela Braiscompany afirma que esse valor de R$ 774 milhões em 2022 está dentro de “Contas de Compensação”, em uma área chamada “Contratos de Locação” e “Locação de Criptoativos”.

Veja abaixo:

Balanço contábil de 2022 da Braiscompany apresentado pela empresa ao Procon-PB (Imagem: Reprodução)

Conta de compensação

Segundo Felipe Pontes, contas de compensação “não devem ser utilizadas na contabilidade formal de uma empresa. Elas são usadas apenas para controle gerencial e de uso obrigatório apenas por algumas empresas que são de setores regulados ou para elaboração de notas explicativas”.

O contador afirma que “para fugir da regulação, a Braiscompany diz que não atua em um setor regulado. Por outro lado, a sua contabilidade agora parece dizer outra coisa: pelo uso de contas de compensação, eles estão em algum setor regulado que exige isso. A administração da Braiscompany precisa se decidir”.

O especialista analisou o balanço contábil de 2021 da Braiscompany.

A queda da Braiscompany

Braiscompany, empresa suspeita de criar um esquema de pirâmide financeira com criptomoedas que movimentou R$ 1,5 bilhão, foi alvo de uma operação da Polícia Federal na última quinta-feira (16). 

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A PF realizou buscas e apreensões na sede da Braiscompany em João Pessoa e Campina Grande na Paraíba, e em São Paulo, bem como sequestro de bens e a determinação da suspensão parcial das atividades da Braiscompany.

Antônio Neto Ais e Fabrícia Campos, o casal que criou a empresa, foram alvos de mandados de prisão temporária, mas não foram encontrados e seguem foragidos.

Na sexta-feira (17), o juiz Carlos Eduardo Leite Lisboa, do Tribunal de Justiça (TJ) da Paraíba, concedeu bloqueio de R$ 45 milhões dos bens e dos automóveis registrados em nome da companhia, embora não tenha autorizado o arresto destes bens.

O juiz, porém, negou o bloqueio de transações feitas pela Braiscompany junto à diversas exchanges de criptomoedas, como Binance, Coinbase e Kraken, por exemplo.

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Também na sexta, o perfil no Instagram Ais revelou que ele pode estar na Argentina, localidade que pode ser consultada através de um storie postado por ele — ou algum assessor— que dizia: “Força para lutar, fé para vencer”.

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