Imagem da matéria: Atualização Shanghai pode levar corretoras centralizadas para longe do staking de Ethereum nos EUA
(Foto: Shutterstock)

A atualização Shanghai, concluída na noite de quarta-feira (12), pode representar o sinal de saída de vários nomes de peso do staking de Ethereum, especialmente as corretoras centralizadas.

A atualização possibilitou que os validadores iniciassem a retirada de 18 milhões de tokens ETH em staking na rede.

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Essas retiradas se enquadram em duas categorias principais: saques parciais, que permitem que os validadores coletem suas recompensas e deixem pelo menos 32 ETH depositados para continuar gerando recompensas, e saques completos, que retiram todo o valor da rede.

A exchange Huobi, a exchange descentralizada (DEX) PieDAO, o protocolo de finanças descentralizadas Staked.us, e corretora Kraken estavam entre as instituições na fila para fazer retiradas, de acordo com um dashboard da Nansen.

Depois de entrar em acordo com os reguladores dos EUA, a Kraken está entre as empresas na fila para finalizar sua atuação como validadora da rede. Em fevereiro, a empresa concordou em parar de oferecer seus produtos de staking a clientes dos EUA como parte de seu acordo de US$ 30 milhões com a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, a SEC. 

Marco Santori, Diretor Jurídico da Kraken, disse ao Decrypt que a SEC sabia que a Kraken teria que esperar até que as retiradas se tornassem disponíveis para cumprir essa parte do acordo. 

Clientes fora dos EUA podem optar por manter sua ETH no pool de staking da Kraken, mas os clientes americanos terão seus fundos devolvidos.

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“O acordo foi bastante claro nesse ponto”, disse Santori. “E, como dissemos, queremos deixar esse assunto para trás. Portanto, não, não ofereceremos staking nos EUA para ETH.”

Antes do acordo e da atualização Shanghai, a Kraken estava entre as opções de staking mais populares para pessoas que não tinham 32 ETH para aplicar por conta própria. No início de setembro de 2022, 30% do ETH em stake era controlado pela Lido Finance, 15% pela Coinbase, 8% pela Kraken e outros 7% pela Binance.

Mas na sequência, esse crescimento não se espalhou igualmente. O protocolo descentralizado de liquidez staking, Lido, foi o único que viu o número de depositantes aumentar, embora em apenas 1%. A Coinbase, Kraken e Binance viram seu número de depositantes encolher, segundo a Nansen.

É algo compreensível, afinal a Coinbase está enfrentando sua própria luta com a SEC. Em março, recebeu um aviso do regulador, alertando que a SEC havia encontrado violações potenciais em vários de seus produtos — incluindo o Coinbase Earn, seu pool de stake.

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Mas a SEC ainda não entrou com uma ação contra a Coinbase e a empresa disse que pretende lutar contra quaisquer acusações que possam estar chegando.

Um porta-voz da Coinbase se recusou a comentar sobre a atualização Shanghai além do que a exchange já havia compartilhado no Twitter e em postagens de blog, alertando os clientes de que poderia demorar um pouco para receber seus fundos. 

“Os clientes podem precisar de um pouco de paciência”, a empresa escreveu. “Prevemos que o protocolo Ethereum levará semanas a meses para processar os pedidos não solicitados imediatamente após a atualização.”

A exchange disse na quarta-feira que os clientes cujo ETH está na fila para serem retirados continuarão a ganhar recompensas até receberem os seus fundos.

Enquanto isso, a Binance, que administra um dos maiores pools de staking de ETH depois da Coinbase, virou objeto de um processo abrangente da Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities, a CFTC.

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O processo não faz qualquer menção aos produtos de staking da empresa, mas especialistas jurídicos disseram que as penalidades que a CFTC está buscando podem prejudicar a empresa.

Então, para recapitular: a SEC já forçou a Kraken a remover os clientes dos EUA de seu pool de staking ETH e alega que a Coinbase cometeu violações com seus próprios produtos de staking. Além disso, a CFTC está buscando reperações maciços em sua queixa contra a Binance, que diz ter cometido violações de derivativos e negociado contra seus próprios clientes.

Se você olhar bem de perto, quase parece que os reguladores dos EUA estão trabalhando para criar mais descentralização entre os validadores que protegem a rede Ethereum.

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.

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