Imagem da matéria: Ação coletiva acusa Binance e CZ de manipular mercado durante quebra da FTX
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O colapso da FTX em novembro do ano passado teve um elemento inédito entre as grandes histórias de falência corporativas: tudo aconteceu ao vivo, diante dos olhos de milhões que seguiam os principais personagens no Twitter (agora chamado de X).

Alguns gatilhos para a quebra da FTX partiram de Changpeng “CZ” Zhao, CEO da Binance. Em um primeiro momento, ele falou que iria vender toda sua reserva de FTT, tokens nativos da FTX, o que intensificou o medo dos investidores. Depois do estrago, CZ voltou para rede social para sugerir uma possível compra da FTX, que logo desistiu da ideia.

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Agora, esses movimentos de CZ estão sendo apontados como uma suposta manipulação de mercado em uma ação coletiva contra o executivo e a Binance U.S (braço norte-americano da corretora). O processo foi apresentado na segunda-feira (2) no Tribunal Distrital do Norte da Califórnia. 

Os autores da ação judicial afirmam que CZ e a Binance violaram leis estaduais e federais sobre manipulação do mercado no episódio que causou terremoto no setor cripto. O argumento é que o executivo agiu de forma deliberada para causar prejuízos aos concorrentes.

“Zhao disseminou publicamente essas informações no Twitter e em outras plataformas de rede social para prejudicar a FTX, o que acabou levando a um colapso apressado e sem precedentes da FTX e de todas as entidades vinculadas à ela”, afirmam os autores da ação na petição.

No processo, ainda há argumento de que a publicação de CZ sobre vender os ativos fez com que o preço do FTT fosse de US$ 23 para US$ 3. Isso teria empurrado a FTX para a falência sem chances de contornar a situação.

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Discussão pública vira cataclisma no mercado

A rixa entre a Binance e a FTX ganhou a praça pública no dia 30 de outubro, quando Sam Bankman-Fried provocou CZ, dizendo que o concorrente não poderia entrar nos Estados Unidos, pois seria preso.

O criador da Binance, na época, não respondeu. Contudo, ao surgirem suspeitas de que a Alameda Research, empresa de investimentos ligada à FTX, tinha um terço do balanço em FTT, o executivo de origem chinesa farejou sangue.

Logo depois, no dia 6 de novembro, CZ disse no Twitter que iria liquidar tudo que tinha de FTT. A Binance tinha uma participação na FTX até 2021, quando a empresa de SBF comprou a parte da Binance e pagou grande parte com seu token.

O movimento fez com que houvesse uma onda de liquidações de FTT e saques da FTX. A verdade então veio à tona: a corretora não tinha liquidez para conseguir honrar com os saques dos clientes.

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A novela seguiu. Diante de uma iminente quebra da corretora rival, CZ anunciou que havia chegado a um entendimento inicial com SBF para comprar a FTX – um negócio condicionado a um processo de due diligence.

Porém, dois dias depois, a Binance informou que havia desistido da operação de compra da FTX. “No início, nossa expectativa era poder oferecer suporte aos clientes da FTX para prover liquidez, mas os problemas estão além do nosso controle ou capacidade de ajuda”, afirmou a companhia em nota.

SBF foi preso em dezembro de 2022 nas Bahamas e deportado para os Estados Unidos. Chegou a ser solto para aguardar o julgamento em liberdade, mas voltou a ser preso por falar com a imprensa e assim, na visão dos promotores, ameaçar promover obstrução de Justiça.

O julgamento de SBF começou nesta terça-feira (3). O executivo é acusado de sete crimes, incluindo fraude eletrônica e conspiração para cometer fraudes em títulos e commodities.

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