Imagem da matéria: A expectativa, os riscos e o medo com a grande fusão do Ethereum | Opinião
(Foto: Shutterstock)

Holders de criptomoedas querem que maio acabe logo, pois é um mês que não trouxe nada além de prejuízos. Embora seja muito cedo para dizer que o pior já passou — o bitcoin (BTC) está abaixo de US$ 30 mil agora e pode cair ainda mais —, parece que a indústria vai aguentar firmemente a queda, contanto que tudo dê certo na fusão do Ethereum.

Caso você esteja vivendo numa caverna cripto, “A Fusão” se refere à tão aguardada atualização da blockchain Ethereum, que fará com que a segunda maior criptomoeda do mercado migre para um modelo proof of stake (ou PoS, na sigla em inglês) — uma mudança que deve acabar com as preocupações sobre o impacto ambiental do Ethereum e melhorar drasticamente a velocidade de suas transações.

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A Fusão é o mais recente nome — o anterior era Ethereum 2.0 — de um processo que está em andamento há anos e já foi adiado mais vezes do que se pode imaginar.

Mas os principais responsáveis pelo Ethereum, incluindo o cofundador Vitalik Buterin, agora alegam que irá acontecer em agosto, quando a Beacon Chain — uma blockchain paralela ao Ethereum, que está servindo como uma rede proof of stake de testes — irá se fundir com a blockchain principal do Ethereum.

É melhor que estejam certos. O setor cripto realmente precisa de uma vitória agora e o Ethereum realizar a atualização mais importante na História da blockchain seria justamente isso.

Iria demonstrar que a comunidade Ethereum — que tem a reputação de ser amigável, mas fútil — é capaz de lidar com assuntos sérios. Também pode resultar em um enorme rali de preço para o ether (ETH).

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Embora as chances de o Ethereum realizar a fusão pareçam promissoras, também existem motivos para se preocupar. Nesta semana, a Beacon Chain passou por uma “reorganização de blocos”, que fez com que sua blockchain se bifurcasse por sete blocos consecutivos — algo que não acontecia há anos.

Embora o motivo tenha sido benigno, resultou em uma breve crise de confiança, pois o surgimento de múltiplas blockchain concorrentes após a fusão seria uma catástrofe.

Para mérito deles, a elite de desenvolvedores que ajuda a facilitar a fusão avançou de forma paciente e metódica para garantir que a nova blockchain do Ethereum esteja pronta para brilhar.

Segundo Jesse Powell, CEO da corretora Kraken, em participação recente ao podcast “gm” do Decrypt, ele não está preocupado com os inúmeros atrasos que marcaram o processo de fusão, pois o sucesso é mais importante do que a velocidade quando se trata de algo dessa magnitude.

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Powell está certo, mas isso não significa que a fusão do Ethereum pode demorar muito mais. Mais atrasos poderão resultar em acusações de que a comunidade Ethereum não está dando conta da tarefa e que os problemas das taxas de gas da blockchain — que são um grande impeditivo à adesão em massa das criptos — podem nunca ser solucionados.

O fracasso do Ethereum em migrar do sistema proof of work (ou PoW), que consome muita energia, também daria mais motivo para ambientalistas e políticos, que já criticam a indústria cripto, atacarem ainda mais o setor.

A moral da história é que há muito em jogo por conta da fusão, não apenas para o Ethereum como também para toda a indústria cripto. O sucesso iria renovar a fé no futuro da Web 3, embora mais atrasos ou uma execução mal-sucedida possa resultar no colapso do preço e em um novo e terrível “inverno cripto”.

Todo mundo na comunidade cripto, incluindo os maximalistas de Bitcoin, deve estar torcendo para que o Ethereum tenha êxito. A alternativa é um mercado ainda pior do que este em que já estamos.

*Artigo por Daniel Roberts e Jeff John Roberts, editor-chefe e editor-executivo, respectivamente, do Decrypt.

**Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.

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