Imagem da matéria: O que a marca de US$ 50 mil significa para o Bitcoin?
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O Bitcoin (BTC) começou a segunda-feira (23) ultrapassando a barreira dos US$ 50 mil pela primeira vez desde maio deste ano. Mas o que impulsionou o BTC a voltar a manter uma cotação acima desse importante nível? E quão significativo isso é a longo prazo?

“A narrativa geral agora é insanamente otimista”, disse ao Decrypt Jason Deane, analista de Bitcoin da Quantum Economics, observando que “há uma infinidade de razões para a ação do preço do BTC neste momento”.

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Essas razões, argumentou Deane, incluem “uma continuação do aumento dos endereços de carteira ativa e um padrão de acumulação que indica uma possível restrição de fornecimento de entrada nas exchanges”.

De acordo com Curtis Ting, diretor administrativo da Kraken na Europa, Oriente Médio e África, o interesse em aberto de futuros de Bitcoin “subiu esta manhã, sugerindo novas especulações sobre o preço da criptomoeda”.

Além disso, Deane sugeriu que as notícias internacionais em torno do BTC — como o lançamento no Reino Unido dos serviços de criptomoedas do PayPal e a Lei do Bitcoin de El Salvador entrando em vigor em breve — podem estar desempenhando um papel no aumento do preço do ativo.

Nos últimos 30 dias, o preço da moeda registrou um aumento percentual de 51%, crescendo a partir de uma mínima de US$ 33 mil. Apesar da alta, foi um período tumultuado para a criptomoeda líder do mercado.

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O Senado dos EUA aprovou no início do mês o gigantesco projeto de infraestrutura do presidente Joe Biden, que incluía algumas implicações problemáticas para o Bitcoin e a indústria de criptomoedas em geral. 

O texto do projeto parecia expandir as exigências fiscais para atores que fazem a custódia de criptomoedas, como mineradores — uma medida que os defensores do setor acreditam que pode dar fim à inovação no país.

O mês passado também viu o presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), Gary Gensler, criticar o Bitcoin ao descrever as criptomoedas como ativos especulativos que não atendem aos requisitos da moeda real.

O fato de o BTC ter conseguido valorizar apesar dessas manchetes negativas sugere que a moeda está cada vez mais resistente ao ciclo de notícias; ao contrário do início do ano, quando a Tesla abandonou o BTC como forma de pagamento, provocando uma queda de preço de quase 25% em uma única semana.    

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Confiança dos mineradores

A mineração também pode ter desempenhado um papel importante na volta da criptomoeda à marca de US$ 50 mil.

Desde que a China passou a reprimir os mineradores em junho, as empresas que atuam no setor têm aproveitado a queda na competição para aumentar seus lucros. Na verdade, um relatório da Arcane Research sugeriu recentemente que a receita diária de mineração de BTC aumentou 10% em apenas uma semana, com os mineradores arrecadando cerca de US$ 35 milhões por dia.

“Menos concorrência = maior lucratividade para as mineradoras que ainda operam”, disse WIll Clemente, analista da empresa de consultoria em mineração Blockware Solutions.

Clemente acrescentou uma observação de que os mineradores têm segurado seu BTC em vez de vendê-lo, o que implica que eles acreditam que o preço da criptomoeda continuará a aumentar.

Romper a barreira de US$ 50 mil importa?

Quando o Bitcoin atingiu US$ 50 mil pela primeira vez em fevereiro de 2021, o aumento de preço validou uma onda de interesse institucional na criptomoeda.

Essa onda de investimento institucional começou quando a empresa de software MicroStrategy comprou US$ 250 milhões em BTC no ano passado. No final de 2020, a empresa de Michael Saylor acumulava meio bilhão de dólares em BTC.

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Seguindo o exemplo da MicroStrategy, empresas como a Square e Ark Invest — e investidores como Stanely Druckenmiller — fizeram grandes apostas na criptomoeda, impulsionando o preço para a máxima histórica de US$ 63 mil.

Juntamente com o investimento institucional, outras grandes empresas começaram a integrar o Bitcoin aos seus serviços; mais notavelmente o PayPal, que em outubro de 2020 anunciou que ofereceria compra e venda de criptomoedas para seus usuários.

A gigante dos pagamentos online anunciou nesta segunda (23) que lançará seus serviços de criptomoeda no Reino Unido, a primeira expansão fora dos EUA.

A superação da barreira dos US$ 50 mil também é, sem dúvida, um marco psicológico. Deane disse ao Decrypt que “quanto mais tempo o preço permanecer acima desse nível, maior será a probabilidade de se tornar um forte suporte”.

Mas, apesar de toda a empolgação que cercou essa última investida de preço do BTC, a criptomoeda ainda pode ser afetada pela volatilidade; tudo desabou alguns meses atrás, com o preço caindo para menos de US$ 30 mil em julho.

*Traduzido e editado com autorização da Decrypt.co

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