Imagem da matéria: Por que a Empiricus e a Vitreo atraíram o BTG
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Quem vai segurar a máquina BTG? Nesta segunda-feira (31), o banco de André Esteves confirmou a compra de 100% da Universa, holding que tem debaixo do seu guarda-chuva a casa de análises Empiricus, a gestora Vitreo, o consolidador de investimentos Real Valor, além dos portais Money Times e Seu Dinheiro. A notícia sobre a operação havia sido antecipada com exclusividade em 19 de maio pelo site NeoFeed.

A aquisição, inicialmente, será de R$ 690 milhões, sendo a maior parte (R$ 440 milhões) à vista e o restante (R$ 250 milhões) pago em units do BTG Pactual, ambos mediante a conclusão da transação. Em até quatro anos, a operação poderá ter, ainda, um ‘earn out’, a depender do atingimento de metas operacionais e financeiras.

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Pelo acordo, as operações da Universa continuarão de maneira separada às do BTG Pactual. O contrato, porém, prevê a “exploração de sinergias operacionais e estratégicas”, disse o banco no fato relevante divulgado nesta manhã. Mas por que a Universa, especialmente a Empiricus, interessou ao BTG? A explicação é simples.

Vamos aos detalhes…

A casa de análise, popularizada por seu marketing agressivo (concorde você ou não), tem uma força gigantesca no varejo, ou seja, perante o investidor pessoa física, público-alvo do BTG Pactual digital. Hoje, a empresa fundada por Felipe Miranda, Caio Mesquita e Rodolfo Amstalden soma 425 mil clientes e ajudaria, portanto, a levar novos clientes à plataforma de investimentos, sem contar o BTG+, banco de varejo lançado em setembro do ano passado.

A Vitreo, por sua vez, nasceu em outubro de 2018 e vem crescendo bastante desde então. Hoje, contabiliza R$ 11 bilhões sob custódia, volume que cresce num ritmo de aproximadamente 4% ao mês. A Empiricus era parceira comercial da Vitreo desde que a casa surgiu como gestora em 2018. Os três sócios-fundadores da casa de análise e George Wachsmann (o “Jojô”), CIO da Vitreo, seguirão no comando da operação e passam também a integrar o quadro societário do BTG quando a operação for concluída.

Em conteúdo, o BTG já tem a Exame — com 11,3 milhões de visitas/mês — e agora passará a ter a força do Money Times (com 10,7 milhões de visitas) e Seu Dinheiro (com pouco mais de 2 milhões de visitas). Já pensou na força?

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A notícia desta segunda-feira chega num momento em que a disputa entre BTG e XP fica cada dia mais acirrada. Um dos capítulos mais recentes dessa epopeia veio no domingo (30), quando a empresa fundada por Guilherme Benchimol fechou um acordo com o escritório de agentes autônomos Messem Investimentos — que tem mais de R$ 15 bi sob administração — para criar uma nova corretora.

Nos últimos meses, a XP vem perdendo AAIs para o banco de André Esteves. No ano passado, EQI Investimentos e Lifetime trocaram a parceria com a XP por acordos com o BTG. Mais recentemente, o banco atraiu a Acqua-Vero. Na semana passada, outros dois escritórios, Onix Capital e Wise, encerraram contrato com a XP. No mercado, corre a informação, ainda, de que a Monte Bravo — maior escritório associado à XP — estaria negociando com o BTG.

A briga não ocorre apenas na ponta da distribuição. Em março, fechou a compra do consolidador de investimentos Kinvo por R$ 72 milhões, numa estratégia do banco para avançar no segmento de varejo de investimentos e, claramente, jogar mais pimenta na disputa com a XP (que comprou o Fliper no ano passado). Agora, resta saber como ficará com a compra da Universa, que tem debaixo do seu guarda-chuva o Real Valor — concorrente da Kinvo.

Já em abril, o BTG — que já tinha comprado a Nécton por R$ 348 milhões — anunciou a aquisição de 100% do capital da Fator Corretora, numa estratégia para reforçar o segmento de assessoria de investimentos. Neste mês, o banco concluiu a compra do controle do Banco Pan.

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As ofensivas do BTG talvez não parem por aí. Na sexta-feira à noite, o banco confirmou que fará uma nova oferta de ações, com esforços restritos de colocação, numa operação em que pretende captar entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3 bilhões. A oferta deve ser precificada em 8 de junho. Os coordenadores da operação são BTG Pactual (lider), Bradesco BBIItaú BBASantander Brasil e UBS BB.

A oferta será composta, inicialmente, por 20.335.000 units, sendo que cada unit representa uma ação ordinária (ON) e duas preferenciais (PN). As units do BTG fecharam a sexta-feira cotadas a R$ 122,94. Se houver demanda em excesso, a oferta pode ser acrescida em até 20%.

No fato relevante, o banco disse que o recurso será usado para o “curso normal dos seus negócios”, mas também para acelerar iniciativas estratégicas, assim como para o crescimento da área de negócios de varejo digital e para “manter fortes indicadores de capital e liquidez”.

É o terceiro follow-on do BTG em menos de um ano. Em julho de 2020, o banco de Esteves levantou R$ 2,65 bilhão. Em janeiro deste ano, captou R$ 2,57 bilhões.

Hoje, o BTG Pactual é avaliado em R$ 140,9 bilhões. Para se ter uma ideia, sua principal concorrente no mercado de investimentos, a XP está com market cap de cerca de R$ 120,4 bilhões, considerando o fechamento do dólar nesta sexta-feira (28).

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Segundo Marcelo Flora, sócio responsável pelo BTG Pactual digital, o negócio “é resultado de um relacionamento de longo prazo e construído com base no respeito e na admiração mútua, mas somente recentemente começamos a falar sobre parcerias e outras alternativas mais concretas”.

“Para os clientes e funcionários da Empiricus e da Vitreo, nada muda em termos práticos. Ao contrário, agora há mais benefícios para eles, com apoio institucional, de capital e tecnologia”, explicou em nota Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus. “Este é um grande impulso ao modelo 3.0 de investimentos. Com o suporte do BTG Pactual, poderemos fazer muito mais pelo nosso cliente e oferecer mais oportunidades de crescimento aos nossos funcionários”, completou Caio Mesquita, CEO da casa de análise.

Como de praxe, a conclusão e o fechamento da operação estão sujeitos à verificação de determinadas condições precedentes, incluindo a obtenção de todas as aprovações regulatórias necessárias para a consolidação do controle acionário, inclusive do Banco Central (BC).

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