Autoridades da Coreia do Sul condenaram dois executivos da Komid, exchange de criptomoedas do país, por envolvimento em uma falsificação de volume nos negócios. As informações são do site The Block, que teve acesso à reportagem da agência de notícias sul-coreana Blockinpress.
Segundo a matéria, o CEO da empresa, Hyunsuk Choi, foi condenado no dia 17 de janeiro à três anos de reclusão, enquanto um executivo da companhia – chamado apenas de Park – foi condenado à dois anos na cadeia por “terem orquestrado um volume de negociações fraudulento”.
De acordo com as informações, os executivos teriam criado cinco contas, nas quais teriam fabricado cerca de cinco milhões de transações. Os documentos apresentados à Justiça mostram que o falso volume de negócios enganou investidores, iludidos pela falsa percepção. Com isso, Choi e Park ganharam cerca de US$ 45 milhões.
A juíza responsável pela condenação afirmou nos autos que “o crime prejudicou a confiança dos clientes em relação às exchanges de criptomoedas, além de ter provocado um impacto negativo no mercado doméstico de negociação de criptomoedas.”
Essa foi a primeira vez que um executivo de alto escalão foi condenado à prisão pela prática de falsificação de volume de negócios. No entanto, no início de 2018, a promotoria sul-coreana prendeu quatro funcionários da corretora Coinnest, incluindo o diretor executivo, mas não houve condenação.
Justiça e criptomoedas na Coreia
Em meados de abril, três funcionários da HTSCoin, outra exchange, foram presos por fraude e apropriação indébita e a maior bolsa sul-coreana de criptomoedas, a Upbit, foi investigada pelas autoridades.
Segundo o site The Block, a lavagem de dinheiro nas negociações virtuais e a criação de atividades e transações artificiais “é uma prática comum” no ambiente das criptomoedas.
O Blockchain Transparency Institute (Instituto de Transparência sobre Blockchain, em português) aponta evidências de lavagem de dinheiro em transações no ambiente virtual de criptomoedas entre 80% dos traders e 95% das exchanges, segundo relatório divulgado em dezembro.
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A Coreia do Sul é um dos países com mais regulações sobre as atividades que envolvem criptomoedas e, mesmo assim, o cenário de blockchain no país é muito ativo.
No último ano, o país expandiu esforços para combater a especulação excessiva e atividades ilícitas no mercado de criptomoedas, gerando tensão entre órgãos estatais e empresas.
Em junho de 2018, a Comissão de Serviços Financeiros da Coreia do Sul (FSC, na sigla em inglês) criou novas regulamentações sobre relações entre exchanges de criptomoedas e bancos no país, conforme reportado pelo Portal do Bitcoin. Com isso, foi estabelecido um monitoramento mais rígido das transações bancárias das companhias.
A mesma Comissão já havia determinado seis meses antes que novas contas em exchanges tivessem verificação de identidade dos usuários, o que proibiu o anonimato no comércio de criptomoedas na Coreia do Sul.
Para amenizar os conflitos com executivos do mercado de criptomoedas, a Coreia do Sul decidiu seguir as políticas de regulamentação estabelecidas pelos países que compõem o bloco do G20 em maio do mesmo ano. Mesmo assim, o país deve seguir o plano de intensificar o combate à lavagem de dinheiro.
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