Moedas douradas de Bitcoin (BTC) em frente a um gráfico de preço de alta
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As principais criptomoedas ensaiam uma recuperação nesta quarta-feira (17), em linha com os ganhos nos mercados acionários, puxados por balanços de empresas na Europa. Ainda assim, o clima ainda é de cautela depois de comentários do presidente do banco central dos EUA, Jerome Powell, sobre a possibilidade de manter os juros elevados e com o risco de retaliação de Israel ao recente ataque do Irã.

Bitcoin sobe 1,7% em 24 horas, para US$ 63.050,03, segundo dados do Coingecko.   

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Em reais, o BTC ganha 1,4%, negociado a R$ 336.570,83, de acordo com o Índice do Preço do Bitcoin (IPB). 

Ethereum (ETH) tem alta de 1,8%, cotado a US$ 3.074,66. 

As altcoins também voltam ao terreno positivo, entre elas BNB (+1,3%), Solana (+5,4%), XRP (+2,7%), Toncoin (+2,6%), Dogecoin (+3,6%), Avalanche (+1,1%), Shiba Inu (+6,4%), TRON (+2,4%), Polkadot (+1,4%), Chainlink (+3,1%) e Polygon (+0,4%). Cardano (-0,1%) e Bitcoin Cash (-0,5%) operam estáveis.

Bitcoin hoje

Apesar da recuperação nesta manhã, o Bitcoin acumula perdas de 8,5% em sete dias, sob a pressão de realização de lucros antes do halving da criptomoeda e nervosismo diante da escalada do conflito entre Irã e Israel.

“O apetite por ativos de risco continua a cair à medida que as tensões permanecem no Oriente Médio e as perspectivas de um corte das taxas nos EUA diminuem quase diariamente”, disse à Bloomberg Matete Thulare, chefe de execução cambial do Rand Merchant Bank, em Joanesburgo.

Se antes traders precificavam até seis reduções dos juros em 2024 nos EUA, ou 1,5 ponto percentual, agora a dúvida é se o mercado pode contar com um afrouxamento de pelo menos meio ponto, de acordo com as projeções.

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Diante de riscos geopolíticos e inflação acelerada, a narrativa de aposta no Bitcoin como hedge volta a guiar as estratégias de alguns investidores.

O Bitcoin continua sendo um ativo viável em 2024 em um cenário “apocalíptico”, já que “sua correlação com o ouro aumentou recentemente e investidores continuam a diversificar e se afastar de ativos financeiros tradicionais”, disse Edouard Hindi, diretor de investimentos da Tyr Capital, em e-mail ao CoinDesk.

Hindi destaca que, com a demanda pelos fundos de índice (ETFs) de Bitcoin spot, o BTC poderia subir para US$ 120 mil nos próximos meses.

No entanto, esses fundos registraram saídas pelo terceiro dia seguido nos EUA, com resgastes de US$ 58 milhões na terça-feira (16). Com o resultado, as entradas líquidas acumuladas caíram para cerca de US$ 12,43 bilhões, mostram dados da SoSoValue.

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O Grayscale Bitcoin Trust (GBTC) tem liderado os saques, tendo perdido 50% de todos os bitcoins que possuía desde janeiro deste ano, quando a SEC liberou a negociação dos ETFs de Bitcoin à vista.

Regulação de stablecoins nos EUA

As senadoras Kirsten Gillibrand, do Partido Democrata, e a republicana Cynthia Lummis apresentaram nesta quarta-feira (17) o projeto de lei “Lummis-Gillibrand Payment Stablecoin Act”.

O projeto exigirá que emissores de stablecoins mantenham fundos na proporção de “um para um” ou reservas equivalentes em dinheiro como garantia do token. A proposta também proíbe stablecoins algorítmicas sem reservas e afirma que nem o emissor nem os usuários podem usar stablecoins para fins ilícitos ou não autorizados, como lavagem de dinheiro, de acordo com comunicado compartilhado com o The Block.

Em entrevista à Bloomberg na terça-feira (16), o democrata Sherrod Brown, um crítico das criptomoedas à frente do Comitê Bancário do Senado, disse que está aberto a avançar uma legislação para as stablecoins, mas antes será necessário que algumas de suas preocupações sejam esclarecidas.

Atraso no lançamento do Drex

No Brasil, o coordenador da iniciativa do Drex no Banco Central, Fabio Araujo, disse que as soluções de privacidade testadas não conseguiram atender às expectativas, o que deve atrasar o lançamento da versão digital do real.

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Durante participação na terça-feira (16) em um painel no Web Summit, no Rio de Janeiro, Araujo afirmou que as soluções de privacidade para o desenvolvimento da versão tokenizada do real “devem estar mais amadurecidas” até meados do ano, mas não prontas, segundo informações do Valor Econômico e Cointelegraph.

A Parfin iniciou os testes recentemente com o Bacen e não disponibilizou para os participantes.

“A gente já testou algumas soluções. Essas soluções têm seus prós e contras. A gente vai fazer uma análise de quais soluções são maiores ou suficientes para a adoção do ecossistema do Drex e deve soltar um relatório para a sociedade no meio do ano, encerrando essa primeira fase de testes”, afirmou.

Outros destaques desta quarta

Além de lançar um contrato futuro de Bitcoin que começa a ser negociado nesta quarta-feira (17), a B3 anunciou uma solução de ativos tokenizados para plataformas de crowdfunding. A ferramenta, desenvolvida em parceria com a B3 Digitas, é customizável e poderá atender qualquer plataforma de financiamento coletivo, explicou a B3 em comunicado.

“A solução tecnológica da B3 chega para atender a uma necessidade crescente das empresas por financiamento, especialmente aquelas com faturamento de até R$ 40 milhões. Uma das maneiras dessas companhias financiarem seu crescimento tem sido as plataformas de equity crowdfunding”, disse Flavia Mouta, diretora de Emissores da B3.

Em meio ao rali do Bitcoin neste ano, grandes exchanges voltam a contratar. Em entrevista à Bloomberg, Kris Marszalek, CEO da Crypto.com, disse que, no total, espera abrir 1.400 vagas, das quais 700 já foram preenchidas desde novembro. O executivo disse que as contratações serão feitas de forma gradual e “estrategicamente” para ajudar no objetivo de triplicar o número de usuários registrados, atualmente em 80 milhões.

Corretoras rivais fazem mudanças no alto escalão. Tim Byun, responsável de relações governamentais globais da OKX, segunda maior exchange de criptomoedas do mundo, e o chefe de produtos, Wei Lan, deixaram a empresa recentemente, disseram fontes ao CoinDesk. A OKX não comentou.

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Já a Binance.US, braço da Binance nos EUA, contratou o ex-diretor do Federal Reserve de Nova York Martin Grant para o conselho de administração da BAM Management US Holdings. Grant terá como tarefa ajudar a supervisionar os processos de divulgação de relatórios financeiros e controles internos da corretora, segundo comunicado.

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