As duas maiores criptomoedas aceleram as perdas nesta segunda-feira (9) enquanto as altcoins operam em terreno negativo, em meio ao nervosismo dos mercados financeiros após o ataque do grupo Hamas contra Israel no fim de semana. O temor do envolvimento de outros países do Oriente Médio no conflito impulsiona o petróleo e pressiona os índices acionários.
O Bitcoin (BTC) mostra queda de 1,2% em 24 horas, cotado a US$ 27.519,82, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC recua 0,9%, para R$ 143.501,33, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH) registra baixa de 1,8%, negociado a US$ 1.593,80.
Apesar da migração para o sistema de consenso de prova de participação (PoS), a segunda maior criptomoeda está longe de se tornar deflacionária: nos últimos 30 dias, a oferta global de Ethereum aumentou em quase 30 mil ETH, de acordo com o agregador de dados ultrasound.money.
Em outro destaque, a exchange Huobi Global, agora chamada HTX, conseguiu recuperar US$ 8 milhões em Ethereum depois de pagar US$ 400 mil em ETH ao hacker responsável pelo roubo, segundo o Decrypt.
As principais altcoins são negociadas com perdas nesta segunda, entre elas BNB (-0,3%), XRP (-2,2%), Solana (-2,6%), Cardano (-0,2%), Dogecoin (-1,8%), Polygon (-1,9%), Polkadot (-2,3%), Shiba Inu (-1,8%) e Avalanche (-2%).
Toncoin (TON) vai na contramão e sobe 1,1% em 24 horas. A MEXC Ventures, o braço de investimento da MEXC exchange, anunciou um “financiamento de oito dígitos para a Toncoin”, implicando um investimento de cerca de US$ 10 milhões no ecossistema.
Enquanto isso, a Deribit, maior exchange cripto para opções, planeja ampliar a lista de tokens vinculados a esses contratos, incluindo Solana (SOL), XRP e Polygon (MATIC) a partir de janeiro, de acordo com a Bloomberg. A empresa também busca uma licença na União Europeia.
Bitcoin hoje
A segunda-feira é marcada pelo salto de 5% na cotação do petróleo WTI, que passou de US$ 87 o barril, e pela queda das bolsas na Europa e dos índices futuros dos EUA, de acordo com dados da Bloomberg.
O ataque surpresa do grupo islâmico Hamas a Israel já matou mais de mil pessoas, entre palestinos e israelenses. Segundo o Itamaraty, três brasileiros que participavam de um festival de música eletrônica, realizado no sul de Israel, estão desaparecidos, informou a Folha de S. Paulo.
O conflito preocupa o mercado devido à possibilidade de contágio na região. Reportagem do Wall Street Journal revela que o Irã teria ajudado a planejar o ataque, segundo fontes dos grupos Hamas e Hezbolla, que tem apoio do governo iraniano.
Enquanto Bitcoin e Ethereum reagem ao risco geopolítico, traders miram outros fatores de longo prazo, como o próximo halving da rede do BTC, programado para abril de 2024.
Após dados que mostraram criação de empregos acima do esperado nos EUA, investidores também ficam atentos ao desempenho dos títulos do Tesouro americano, os chamados Treasuries. Análise do Bank of America aponta que os títulos estão sobrevendidos, o que pode sinalizar maior volatilidade nos preços de outros ativos, o que inclui as criptomoedas.
E por falar em Treasuries, a suíça Backed Finance expandiu sua oferta tokenizada de títulos de curto prazo do Tesouro dos EUA para a Base, rede de segunda camada do Ethereum da Coinbase, disse a empresa na sexta-feira (6) em comunicado.
Ainda no segmento de tokenização, a MakerDAO estuda usar urânio tokenizado como lastro de sua stablecoin, uma proposta vista como polêmica devido à potencial volatilidade, destaca o Decrypt.
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Depoimento de ex-CEO da Alameda Research
O grande destaque da semana será o depoimento da ex-CEO da Alameda Research, Caroline Ellison, no julgamento do fundador da FTX, Sam Bankman-Fried (SBF).
A ex-namorada de Bankman-Fried é uma testemunha-chave, já que estava no comando do braço de trading do grupo quando a exchange de criptomoedas colapsou em novembro passado.
De acordo com o CoinDesk, após a conclusão do depoimento de Gary Wang, cofundador da FTX, nesta terça-feira (10), o Departamento de Justiça dos EUA deve convocar Ellison para depor.
Em seu segundo dia de depoimento na sexta-feira (6), Wang afirmou que a FTX estava usando o dinheiro de clientes “há anos”, conforme o Financial Times. Gary e Ellison se declararam culpados de várias acusações de fraude em dezembro e prometeram cooperar com as investigações.
Um tema que deve ser barrado nesta semana será a menção do investimento da FTX antes do colapso na agora valiosa startup de inteligência artificial Anthropic. O DoJ argumenta que o investimento foi realizado com fundos de clientes.
CPI das Pirâmides Financeiras
O relatório da CPI das Pirâmides Financeiras deve ser votado nesta segunda-feira (9). A pauta da reunião de hoje da comissão, marcada para às 17h, mostra que haverá a discussão e a votação do relatório produzido pelo relator Ricardo Silva (PSD-SP).
Durante sua participação no Rio Innovation Week na sexta (6), o deputado federal Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) afirmou que um projeto de lei propondo a segregação patrimonial de provedores de serviços com criptomoedas pode ser aprovado no Senado já nesta semana.
E a Binance, que é investigada pela CPI das Pirâmides, continua a oferecer derivativos para brasileiros apesar da proibição e um processo reaberto pela CVM, mostra reportagem do Portal do Bitcoin.
Procurada para comentar sobre a situação, a Binance reiterou que “não oferece derivativos no Brasil e atua em conformidade com o cenário regulatório brasileiro e mantém permanente diálogo com as autoridades para desenvolvimento do setor cripto e blockchain no Brasil e no mundo”.
Outros destaques das criptomoedas
A equipe da divisão de fiscalização da CFTC (Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities) recomendou que a agência acuse Stephen Ehrlich, cofundador da Voyager Digital, de violar suas regras de derivativos ao enganar clientes sobre a segurança dos ativos após uma investigação sobre a conduta da plataforma de crédito cripto antes da recuperação judicial, de acordo com a Bloomberg. Os comissários da CFTC agora decidem se aprovarão uma ação coerciva contra o executivo dentro de alguns dias, disseram as pessoas, que pediram anonimato.
No Reino Unido, a Autoridade de Conduta Financeira (FCA) promete agir rápido para identificar e punir empresas cripto que violarem as novas regras que limitam a forma como promovem seus produtos. Desde o último domingo (8), as normas foram ampliadas e agora incluem provedores de serviços de criptoativos – independentemente de sua localização.
Em entrevista à Bloomberg, Lucy Castledine, diretora da FCA, disse que a lista de alertas online de infratores será atualizada de hora em hora. Quanto à legislação para os criptoativos, a deputada Lisa Cameron avisou que o Reino Unido não irá “copiar” a regulação da União Europeia.
No mercado de tokens não fungíveis (NFTs), a Yuga Labs, startup que criou a famosa coleção Bored Ape Yacht Club e outros projetos importantes, anunciou uma reestruturação e cortes de empregos na sexta-feira (6). Em e-mail à equipe compartilhado publicamente, o CEO da Yuga Labs, Daniel Alegre, escreveu que a startup acumulou muitos projetos e precisa repensar suas prioridades.
Procurada pelo Decrypt, a empresa não informou o número de demissões, que por enquanto, afetam apenas os EUA. A Yuga ainda está conduzindo uma avaliação sobre as equipes internacionais.
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