As criptomoedas mostram resistência à investida de reguladores nos EUA e embarcam em um rali nesta quarta-feira (29), em linha com os ganhos das bolsas europeias e futuros em Nova York, onde o nervosismo provocado pela crise bancária começa a diminuir.
O Bitcoin (BTC) avança 5,5% nas últimas 24 horas, para US$ 28.455,45, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC tem alta de 4,3%, cotado a R$ 148.037,55, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH) opera com valorização de 5,5%, negociado a US$ 1.820,11, na esteira da confirmação da próxima atualização da blockchain em 12 de abril.
XRP dispara pelo segundo dia, com ganho de 19%, em meio à expectativa de investidores de uma decisão favorável na batalha da Ripple, emissora do token, com a SEC, a CVM dos EUA.
As principais altcoins também se recuperam, entre elas BNB (+2,8%), Cardano (+11,5%), Dogecoin (+5,5%), Polygon (+8,7%), Solana (+7,4%), Polkadot (+7%), Shiba Inu (+4,7%) e Avalanche (+4,8%).
Bitcoin hoje
Nesta quarta, o mercado cripto é marcado por um novo ataque hacker, desta vez contra a exchange Safemoon, baseada na rede BNB, que causou um rombo de quase US$ 9 milhões aproveitando uma falha, de acordo com o The Block.
Outro destaque é a Zebedee, criada pelo brasileiro André Neves, que lançou um recurso de pagamento em seu aplicativo que permite aos usuários enviar instantaneamente qualquer quantia para cinco jurisdições, incluindo Filipinas e Brasil, por pouco ou nenhum custo, usando a Lightning Network do Bitcoin, noticiou o CoinDesk. Ainda no setor de pagamentos, a Apple estreou seu serviço “compre agora, pague depois” nos EUA.
Apesar dos ganhos nesta quarta, o processo aberto pela Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities (CFTC) nos EUA contra a Binance preocupa investidores de criptomoedas, diante do alcance das operações da maior exchange cripto do mundo.
Essa cautela é refletida no ‘’Indice de Medo e Ganância”, que mede o clima atual no mercado. O indicador caiu para 59 na terça-feira (28), depois de atingir 68, o maior nível em quase 18 meses, há apenas uma semana, de acordo com dados da Alternative.me divulgados pelo CoinDesk.
Leituras acima de 50 indicam que a percepção do mercado passou para o território da “ganância”, enquanto abaixo de 50 mostram “medo”. O índice subiu para 68 pela primeira vez desde novembro de 2021, quando o BTC ultrapassou US$ 69 mil.
Ainda assim, especialistas destacam a força da maior criptomoeda em meio à pressão regulatória nos EUA.
“O Bitcoin está exibindo uma resiliência inacreditável ao que está acontecendo ao seu redor, mesmo na indústria cripto”, escreveu Craig Erlam, analista sênior da Oanda, em nota ao mercado. Ele acrescentou que é importante se perguntar sobre o fôlego do atual rali no longo prazo.
Processo contra Binance
A Binance sente o peso da mão de reguladores: investidores retiraram mais de US$ 2 bilhões da corretora na rede Ethereum em sete dias, de acordo com dados da Nansen citados pelo Wall Street Journal. O balanço da empresa mostra ativos de US$ 64 bilhões, de acordo com números on-chain.
Em entrevista à CNBC, o presidente da CFTC, Rostin Behnam, acusou a Binance de burlar as regras dos EUA.
“Esta foi uma fraude contínua que remonta a 2019, uma violação contínua da lei (…)”, disse Behnam ao programa “Squawk Box” da CNBC. “Este parecia ser um caso bastante claro de evasão e algo com o qual precisávamos intervir agressivamente e fazê-lo o mais rápido possível.”
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Ao Portal do Bitcoin, Arnoldo Reyes, diretor para América Latina da Paxos, disse que razão do processo da SEC contra a empresa, que foi proibida de emitir a stablecoin BUSD da Binance, “está nas entrelinhas”.
“Não é por conta da Paxos, mas para quem a Paxos está emitindo stablecoins. E essa companhia [Binance] não tem sede nos Estados Unidos. E tem sido trabalhoso para os reguladores conseguirem colocar as mãos nessa empresa. Então eu penso que o que eles estão fazendo é tentar descobrir como abrir caminho até ela. Nesse caso, foi pela Paxos”.
Em meio à turbulência envolvendo a Binance, a BUSD já registra saques de US$ 500 milhões.
E mais detalhes são revelados sobre o processo contra a corretora.
A Radix Trading, com sede em Chicago, disse ao Wall Street Journal que é a “empresa de trading A” não identificada mencionada no processo contra a Binance e seu CEO, Changpeng “CZ” Zhao.
No processo, a CFTC mencionou pelo menos três empresas de negociação quantitativa com sede nos EUA que estavam ativas na Binance, embora clientes americanos sejam proibidos de negociar nessa jurisdição.
Aposta da Stake.com em cripto
Em uma manhã do ano passado, o bilionário mais jovem da Austrália, Ed Craven, acordou com a notícia de que um de seus parceiros famosos, o astro do rap Drake, havia ganhado US$ 38 milhões com jogos de azar em Bitcoin em seu site de apostas em criptomoedas Stake.com.
“Foi uma manhã difícil”, disse Craven, 27, ao Financial Times. Mas, no geral, seu negócio tem ido muito bem desde o início da pandemia, graças a jogadores ricos do mundo todo atraídos pelo anonimato das apostas em criptomoedas.
Lançado em 2017 por Craven e seu cofundador nos EUA, Bijan Tehrani, 28, o site cresceu quase despercebido e se tornou o sétimo maior grupo de apostas do mundo em receita, superando marcas estabelecidas como DraftKings e 888, de acordo com estimativas compiladas pela consultoria Regulus Partners para o Financial Times.
Em 2020, o Stake.com gerou receita bruta de apostas, uma métrica importante do setor, de apenas US$ 105 milhões. Em 2022, o valor foi de quase US$ 2,6 bilhões, segundo números da empresa vistos pelo FT.
Ao contrário da maioria dos grandes grupos de jogos de azar, que não aceitam criptomoedas, muitos dos 600 mil usuários constantes do Stake.com e 6 milhões de contas registradas estão localizados nos chamados “mercados cinzas” como Brasil, Japão e outros países do sudeste da Ásia, onde as regras para cassinos online em sites estrangeiros ainda não foram definidas.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse em entrevista ao portal UOL no começo do mês que pretende tributar “jogos eletrônicos”, o que também pode incluir casas de apostas online, de acordo com a Reuters.
Outros destaques das criptomoedas
A brasileira Fênix DTVM realizou a primeira venda de uma barra de ouro no país com total de rastreabilidade por meio da tecnologia blockchain, conforme a Exame. O recurso é usado para registrar todos os passos para a extração do metal precioso, o que garante a procedência do produto e evita o envolvimento com atividades irregulares, como o garimpo ilegal ou o desmatamento. O projeto é resultado de uma parceria com a blockchain Minespider, e a Fênix pretende oferecer 100% de rastreabilidade para todos seus fornecedores e operações até o final deste ano.
A CVM aprovou na terça-feira (28) a prorrogação do início da vigência do novo marco regulatório de fundos de investimento de 3 de abril para 2 de outubro de 2023. Reportagem da Folha revelou que o mercado pedia uma extensão do prazo para o início da vigência da norma para os fundos ainda a serem criados, de modo a adequá-los às novas regras.
Entre as principais mudanças trazidas pelo novo marco regulatório está a permissão para que os fundos invistam diretamente em criptoativos, informou a Folha.
Na contramão da FTX e Tezos, que cancelaram seus patrocínios na Fórmula 1, a exchange cripto Kraken, com sede em São Francisco, fechou um acordo com a Williams Racing, na primeira parceria oficial em criptomoedas e Web3 da equipe britânica, segundo o Decrypt. Também marca a primeira parceria global da Kraken, que começa já no Grande Prêmio da Austrália neste fim de semana. A marca Kraken aparecerá na asa traseira dos carros da Williams, nas roupas dos pilotos e nos bonés até o final da temporada de 2023.
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