Imagem da matéria: Braiscompany: o caso da empresa da Paraíba que está deixando milhares de investidores em pânico
Antônio Neto Ais, lider da Braiscompany (Foto: Reprodução/Instagram)

A Braiscompany parecia ser a empresa ideal: os investidores depositavam o dinheiro nas contas e magicamente o milagre da multiplicação acontecia. Até que a empresa com sede em Campina Grande, na Paraíba, parou de pagar para o desespero dos clientes que acreditavam estar contratando um serviço de “locação de criptoativos”.

Criada em 2018 pelo casal Antonio Neto Ais e Fabricia Ais, a Braiscompany começou a atrasar os pagamentos mensais de parte dos seus 10 mil clientes no dia 20 de dezembro, com os atrasados atingindo um número ainda maior de investidores nos repasses que deveriam acontecer nos dias 30 de dezembro e 10 de janeiro.

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O coro de clientes indignados com os atrasos cresceu tanto que a Braiscompany desativou os comentários no seu Instagram — isso depois de excluir das postagens quaisquer críticas à empresa.

Isso não impediu que investidores procurassem outros canais para demonstrar insatisfação, como o site Reclame Aqui e grupos de Telegram e WhatsApp.

O que querem os clientes da Braiscompany?

O que os clientes da Braiscompany querem saber é quando a empresa vai voltar a pagar em dia o rendimento mensal do serviço de “locação de criptoativos”. Nesta oferta de investimento, o cliente trava por um ano uma determinada quantia de bitcoin com a empresa, e recebe todo mês um rendimento supostamente obtido pelos traders da companhia.

A Braiscompany ostenta sua capacidade de obter todo mês altos rendimentos aos investidores, mesmo durante mercados de baixa em que todas as criptomoedas estão em queda. Como faz isso, a empresa nunca deixou claro.

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As estratégias da Braiscompany, bem como sua saúde financeira, começaram a ser questionadas desde o final do ano passado, quando começou os atrasos de pagamentos.

A companhia já deu três justificativas diferentes para os atrasos recorrentes. Os pagamentos de 20 de dezembro, por exemplo, não foram feitos em dia por conta do novo aplicativo Brais App, que sequer foi lançado ainda.

Já os atrasos dos contratos do dia 30 foram justificados pela empresa por “inconsistências” nos endereços de criptomoedas fornecidos pelos clientes. Agora, a falta dos pagamentos que deveriam acontecer em 10 de janeiro é culpa da Binance, conforme acusou Antonio Neto Ais.

Em uma live realizada no início da semana, o líder da Braiscompany acusou a Binance de colocar travas em saques e liquidações da empresa, impedindo assim que os valores fossem repassados aos clientes.

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Neto revelou que 80% de todo o capital investido na empresa, estimado por ele em cerca de R$ 600 milhões, está dentro da Binance. 

As suspeitas em torno da Braiscompany

Os atrasos nos pagamentos pela Braiscompany acendeu o alerta de muitos investidores, já que a maioria das empresas dessa categoria, que prometem entregar aos investidores grandes lucros através do trade de criptomoedas, começaram a ruir da mesma forma: atrasando pagamentos.

Por conta disso, clientes já começaram a procurar advogados para pressionar judicialmente a empresa a fazer os pagamentos prometidos. Na quinta-feira (12), por exemplo, um escritório de advocacia protocolou na CVM uma denúncia formal contra a Braiscompany, acusando a empresa de fazer oferta irregular de valores mobiliários nas ofertas de contrato de investimento coletivo. 

Além de pedir a abertura de uma investigação, os advogados exigem que a CVM atue para barrar a suposta atuação fraudulenta da empresa por meio de instrumentos legais, como stop order, ou seja, a suspensão dos serviços da empresa.

Ao citar casos semelhantes em que os reguladores da CVM atuaram para proteger os investidores do setor cripto, os advogados relembram o stop order que a autarquia executou contra a pirâmide financeira Atlas Quantum em 2019.

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A denúncia também diz ser um sinal vermelho o fato de que a “locação de criptoativos” que a Braiscompany divulga é o mesmo serviço que a Rental Coins fingia oferecer antes de dar calote nos investidores e seu líder, Francisley Vanderino da Silva, o “Sheik das criptomoedas”, ser preso.  

Assim como a Braiscompany, a Rental Coins também prometia entregar altos rendimentos aos investidores. Posteriormente, a Polícia Federal descobriu que a “locação de criptoativos” não passava de uma farsa para mascarar uma pirâmide financeira no qual os líderes do esquema desviavam o dinheiro dos clientes para enriquecimento pessoal.

As acusações de que a Braiscompany é uma pirâmide circulam desde 2020, quando Tiago Reis, o criador da casa de análises Suno Research, acusou a empresa de aplicar golpe nos investidores.

Para pesar contra a Braiscompany, o passado de seus líderes também não é um dos mais exemplares. Antonio Neto Ais e Fabricia Ais já tiveram passagem pela D9 Club, uma pirâmide financeira cujo líder Danilo Dubaiano encontra-se foragido, curtindo uma vida de luxo em Dubai.

Para evitar ter o mesmo destino que os investidores da D9 Club ou da Rental Coins, os clientes da Braicompany já se organizam em associações. Nesta semana, foi fundada a Associação de Vítimas da BraisCompany (AVB) pelo advogado João Bezerra Filho, que também era cliente da empresa.

O plano da associação é coletar informações pertinentes ao caso e buscar amparo jurídico para formular um plano de atuação que garanta os pagamentos dos clientes da Braiscompany.

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