Logo do Terra classic LUNC - ao fundo gráfico em vermelho fogo
Foto: Shutterstock

A Nansen, uma empresa de análise de blockchain, diz a quebra da corretora FTX foi influenciada em parte pelo colapso anterior do ecossistema Terra (LUNA) e foi gerada pela estratégia empregada pela FTX para tentar manter no azul o seu braço de mercado Alameda Research. Segundo a Nansen, nunca houve uma delimitação clara das finanças entre FTX e Alameda, o que agravou a crise.

A Nansen publicou uma longa análise de dados on-chain na quinta-feira (17), pouco mais de uma semana após o colapso das empresas em questão, com o derretimento das empresas ainda reverberando em todo o universo das criptomoedas. 

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“Juntando as peças de nossa investigação on-chain, ficou evidente que o colapso de Terra (LUNA) revelou uma falha profunda criada pela relação confusa da Alameda e da FTX”, escreveu a equipe da Nansen. “Houve saídas significativas de tokens nativos FTT da Alameda para FTX devido à situação criada pelo fim do Terra.

Os analistas da Nansen levantam a hipótese de que a Alameda estava com poucas opções para reembolsar capital que não conseguiu recuperar após o colapso da criptomoeda TerraUSD. Em vez disso, pegou um empréstimo com a FTX. Os dados on-chain mostram que, na altura em que a TerraUSD perdeu sua indexação e eliminou US$ 40 bilhões, houve um influxo de US$ 4 bilhões em FTT da FTX para Alameda. 

Relação perigosa

As carteiras pertencentes à Alameda Research, a empresa de investimento também fundada por Sam Bankman-Fried em 2017, estavam interagindo com o que mais tarde se tornariam carteiras controladas pela FTX – antes mesmo da FTX começar a operar, em maio de 2019. 

“Embora relativamente baixo em volume (~US$ 160 mil), isso sugere fortemente que a Alameda estava consideravelmente envolvida no início da FTX e que não havia uma separação clara entre a Alameda e a FTX”, escreveu a equipe em seu post.

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Ficou claro há duas semanas que pelo menos US$ 5 bilhões dos ativos do balanço patrimonial da Alameda eram tokens nativos da FTX, o FTT, e que uma grande parte dos seus ativos era ilíquida. Em poucos dias, a notícia gerou uma movimentação no mercado e fez com que diversos detentores de FTT sacassem seus tokens e outros retirassem seus depósitos da FTX.

A FTX entrou com um pedido de recuperação judicial logo após a Binance desistir de um acordo para a exchange.

A análise de Nansen constatou igualmente que a FTX controlava cerca de 80% da oferta de FTT, mesmo com os documentos da empresa dizendo que deteria apenas metade da oferta de 350 milhões. Mas isso deixou a Alameda em uma situação que os analistas descrevem como um “nó górdio” (uma metáfora para um problema insolúvel), já que a empresa não podia vender grandes quantidades de seu estoque de FTT sem reduzir o preço. 

Em vez disso, os dados on-chain sugerem que a Alameda estava contraindo empréstimos da Genesis desde setembro de 2021. 

Desde então, a Genesis confirmou que tem uma “exposição significativa” ao FTX, mas não comentou nenhuma das teorias sobre ser um grande credor da Alameda. Na quarta-feira, a empresa suspendeu as retiradas de clientes, citando “turbulência de mercado sem precedentes.”

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.

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