Em um evento em Londres do início da semana, a fabricante de smartphones Vertu revelou seu mais recente dispositivo, Metavertu—um “telefone Web3” que pode executar seu próprio node (nó) blockchain e transformar fotos e vídeos em NFTs com um único clique.
O dispositivo em si é destinado a uma parcela bem específica de usuários de alto padrão. Todos os modelos ostentam uma moldura de cerâmica e a tela de vidro de safira da Vertu, alimentada por uma CPU Qualcomm SnapDragon 8 Gen 1. Uma tela AMOLED de 6,67 pol., 2400×1080, um conjunto de câmeras de três lentes e uma bateria de 4.600 mAh completam a lista de especificações.
O modelo básico vem com acabamento em fibra de carbono, 12 GB de RAM e 512 GB de armazenamento interno e um preço de US$ 3,6 mil. O modelo top de linha, por sua vez, tem 18 GB de RAM e 1 TB de armazenamento, e vem envolto em “Couro de Jacaré Himalaya”, Ouro 18K e diamantes. O preço? Impressionantes US$ 41 mil (R$ 218 mil na cotação atual).
O novo público de luxo da Vertu
De qualquer forma, se você paga 1 milhão de dólares em um NFT do Bored Ape Yacht Club, isso já é extremamente restrito a uma parcela específica da população.
É presumivelmente nisso que a Vertu está apostando. A fabricante vendeu anteriormente smartphones com especificações de nível médio e acabamentos escandalosamente caros para consumidores de luxo (em 2017, ela faliu e passou por uma sucessão de proprietários antes do relançamento em 2018).
Hoje em dia, a classe alta está se mudando para o emocionante mundo da Web3, NFTs e do metaverso, com o surgimento de um “nouveau riche” cripto, para quem as coleções de NFTs CryptoPunks e Azuki são as novas Burberry e Louis Vuitton.
Mas o problema com a Web3, disse o CEO da Vertu, Gary Chan, no evento de lançamento do telefone em Londres, é que sua complexidade é um balde de água fria para atrair novos usuários. “Queremos reinventar o smartphone para descomplicar a Web3”, disse ele.
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Web3 com um clique
Com isso em mente, o Metavertu pode alternar entre o modo Web2 — o sistema operacional Android padrão visto na maioria dos smartphones — para um modo Web3. Os usuários podem criar uma carteira cripto com poucos cliques, com chaves privadas protegidas pelo trusted execution environment (TEE) do telefone e acessar um conjunto de aplicativos descentralizados (dApps) através de uma interface amigável no estilo Android.
Essas dApps incluem VOS, que permite que o telefone seja usado como um “validador”, um nó leve e um cliente simples na blockchain Ethereum, de acordo com um porta-voz da Vertu. Outro dApp, o Vshot, permite ao usuário mintar um NFT de uma foto ou vídeo com apenas um clique.
O telefone também inclui o Vtalk, um aplicativo de mensagens instantâneas peer-to-peer criptografado que “integra recursos de redes sociais descentralizadas”, incluindo DAOs, de acordo com Chan.
Além de tudo isso, os usuários têm acesso a 10 terabytes de armazenamento distribuído em IPFS, bem como acesso ao serviço de concierge “red button” da Vertu 24 horas por dia, 7 dias por semana. Mesmo esse serviço foi atualizado para refletir o mundo Web3.
“Temos uma equipe especial de investimento em NFT para ajudar nossos usuários a entender melhor os NFTs rapidamente”, disse Chan. Isso inclui orientar os recém-chegados no processo de coleta de tokens não fungíveis e aconselhá-los sobre quais coleções futuras valem a pena.
O Metavertu estará à venda a partir de 3 de novembro através do site da Vertu, bem como das suas lojas físicas, incluindo um novo local na Bond Street, em Londres, que será inaugurado no final do ano.
*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.
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