O Bitcoin era negociado abaixo de US$ 44.000 no pregão da Ásia desta sexta-feira (11), em linha com o desempenho do mercado acionário americano após os dados da inflação ao consumidor nos EUA na quinta-feira, que vieram acima do esperado por analistas. No Brasil, o BTC era cotado a R$ 229.182,43, mostra o índice do Portal do Bitcoin.
A criptomoeda com maior capitalização do mercado reage à perspectiva de aumento das taxas de juros nos EUA e de menor apetite por risco com o cenário de menor liquidez. Os comentários do presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, não ajudaram. Segundo a Bloomberg, ele apoia elevar os juros em um ponto percentual até julho. Relatório do Departamento de Trabalho mostrou alta de 7,5% do IPC em janeiro nos EUA, o maior nível em quatro décadas.
O BTC era negociado a US$ 43.288,29 às 6h19 de Brasília, com queda de 2% nas últimas 24 horas, segundo dados do CoinGecko. O Ethereum perdia 3,2%, cotado a US$ 3.095,01 no mesmo período. Mas em sete dias, o Bitcoin ainda acumula alta de 16,7%, seguido do ETH, com ganho de 15,9% na última semana.
Análise da Blockforce Capital indica que a queda do Bitcoin desde a máxima em novembro foi tão forte que o comprador médio nos últimos dois meses deve ficar no prejuízo até que a criptomoeda supere US$ 47.000. Esse seria o preço médio que investidores pagaram pelo ativo nos últimos cinco meses, o que significa que, em média, qualquer pessoa que comprou durante esse período provavelmente perdeu dinheiro e pode não querer comprar mais até conseguir o chamado break even, ou ponto de equilíbrio.
Outros destaques
Alerta de golpe: Conforme a Reuters, Coinbase Global removeu instruções de ‘como comprar’ para pelo menos três tokens que foram alvo de alertas do chamado golpe “rug pull”, literalmente “puxar o tapete”, quando um protocolo é abandonado por desenvolvedores, sinalizando que investidores poderiam perder dinheiro. A exchange disse na quinta-feira que planeja melhorar os mecanismos de proteção.
Binance em expansão: Após anunciar um investimento de US$ 200 milhões na Forbes, o CEO da Binance, Changpeng Zhao, disse em entrevista à CNBC que pode fazer outras apostas em setores suscetíveis à disrupção causada pela Web3. “Analisaremos quase todos os setores das indústrias tradicionais e tentaremos fazer algumas aquisições, alguns investimentos e tentar trazê-los para a Web3 e o mundo blockchain.”
Aposta em blockchain: Análise do Financial Times diz que, após o boom cripto, muitas moedas criadas na esteira do Bitcoin não terão valor. Mas os crescentes volumes de transações criaram demanda por infraestrutura real, e grandes investimentos estão em andamento, como os anunciados nesta semana na Alchemy e Polygon.
Expansão da Robinhood: O aplicativo de negociação quer que as criptomoedas sejam uma parte central da estratégia em sua expansão internacional, segundo Steve Quirk, diretor de corretagem da empresa. “Também temos aspirações de tornar essa marca global e o faríamos com foco em cripto”, disse à CNBC na quarta-feira.
Diamante negro: O maior diamante lapidado do mundo, que teria pelo menos um bilhão de anos, foi vendido por US$ 4,3 milhões a um comprador não identificado que optou por pagar com criptomoedas, segundo a casa de leilões Sotheby’s. O diamante negro, chamado “o Enigma”, pesa 555,55 quilates.
Bitso na Colômbia: A exchange anunciou seu lançamento formal no país e contratou o ex-executivo da Mastercard Emilio Pardo como country manager. O executivo será responsável por desenvolver a estratégia da Bitso para aumentar a adoção de criptomoedas e a inclusão financeira na Colômbia.
Regulação e CBDCs
Leia Também
CBDC da Jamaica: O Banco da Jamaica lançará, mostra a Bloomberg, o dólar jamaicano digital em 2022 após o projeto piloto bem-sucedido em 2021, escreveu o primeiro-ministro, Andrew Holness, no Twitter. Holness acrescentou que a CBDC servirá como base para a arquitetura de pagamentos digitais da Jamaica e facilitará uma maior inclusão financeira, com transações mais rápidas e menores custos dos serviços bancários.
Nem uma tulipa: O presidente do banco central da Índia, Shaktikanta Das, disse em entrevista coletiva que as criptomoedas não têm valor subjacente e que “não são nem uma tulipa”, alertando investidores sobre seus riscos. O termo faz referência à chamada bolha das tulipas, ocorrida no mercado holandês no século 17. Há uma semana, o governo central anunciou um plano de tributação de 30% sobre a receita de criptoativos.
Lobby no Canadá: Uma parlamentar conservadora quer que o governo de Justin Trudeau comece a levar as criptomoedas a sério e recomendou que o ministro das Finanças crie um marco nacional para atrair investidores. A proposta de Michelle Rempel Garner é a primeira incursão legislativa do Canadá na classe de ativos. Segundo Garner, em vez de “atrair bilhões de dólares em investimentos nesta indústria em rápido crescimento”, o país está perdendo talentos para a Europa e EUA, disse em comunicado.
Projeto no Tennessee: Um projeto de lei, mostra o Coindesk, apresentado pelo deputado estadual democrata Jason Powell permitiria que o Tennesse, condados e municípios do estado invistam em criptomoedas e tokens não fungíveis. “É importante que parlamentares do estado ajam rápido para garantir que o Tennessee não fique para trás no boom da tecnologia cripto”, disse Powell ao site.
Segurança
Resgastes disparam: Criminosos conseguiram US$ 1,3 bilhão em pagamentos de resgate resultantes de vítimas de ataques de hackers nos últimos dois anos, refletindo um grande aumento do crime cibernético, de acordo com novo relatório da Chainalysis. Os pagamentos somaram US$ 602 milhões em 2021 e US$ 692 milhões em 2020, e a expectativa é que o valor de 2021 aumente à medida que mais informações sejam disponibilizadas.
Metaverso, Games e NFTs
Tokenização de imóveis: Artigo do Valor analisa a dualidade da propriedade imobiliária, no mundo real, no virtual e suas consequências. Para o direito registral brasileiro, o real proprietário do imóvel é a empresa de tecnologia, enquanto no mundo virtual, o dono do token, detentor da propriedade digital, é a pessoa qualificada para transacionar o imóvel.
YouTube e NFTs: A plataforma disse que poderia aproveitar as tecnologias de blockchain e do metaverso para reduzir fraudes no mercado de arte digital e oferecer uma experiência de visualização mais social para os conteúdos sobre games.
Fatia de 1%: Tokens não fungíveis têm um valor combinado de cerca de US$ 16 bilhões, apenas uma fração do ecossistema de cerca de US$ 2 trilhões de milhares de ativos digitais, de acordo com análise dos dados da NFTGo pela empresa de pesquisa e informações sobre criptomoedas Messari.
Foco no metaverso e IA: O fundo soberano da Coreia do Sul, com US$ 200 bilhões sob gestão, planeja aumentar os investimentos em startups do Vale do Silício, com foco no metaverso e inteligência artificial, para acelerar sua expansão em ativos alternativos. A informação é da Bloomberg.
Estrategista do TikTok: A BAYZ, organização em jogos play-to-earn, anunciou na quarta-feira (09) a contratação do brasileiro Gui Barbosa como diretor-geral a partir de março deste ano. Segundo comunicado à imprensa, Barbosa vai liderar campanhas internacionais para impulsionar o engajamento e o consumo de conteúdo. Até então, o estrategista liderava o setor de Games no TikTok para América Latina e as iniciativas da ByteDance para a região.
Nova Internet ou farsa?: Em coluna no New York Times, Spencer Bokat-Lindell diz que o conceito de Web3 faz cada vez mais parte da cultura mainstream. Ele conversou com especialistas para saber se a Web3 realmente poderia democratizar a Internet eliminando intermediários – grandes empresas de tecnologia, bancos e reguladores – ou se seria uma bolha especulativa prestes a estourar.