Uma pesquisa realizada pela corretora Foxbit junto à sua base de clientes mostra que há um desejo crescente entre os investidores de usar mais rotineiramente as criptomoedas como meio de pagamento: 80% dos 1.200 entrevistados disseram que gostariam de realizar pagamentos com essa classe de ativos.
Além disso, o levantamento destaca que 78% dos participantes gostariam de garantir mais utilidade às criptomoedas, a partir do pagamento por produtos e serviços. Já os outros 22%, optam por manter seus tokens apenas como investimento.
No entanto, apesar do alto interesse, apenas 16% dos entrevistados já realizaram algum tipo de pagamento com criptomoedas, se deparando com estabelecimentos que aceitavam o método, contra 84% que nunca tiveram a experiência.
O analista de conteúdo do Grupo Foxbit, Beto Fernandes, explica que o ambiente é fundamental para oferecer oportunidades aos consumidores.
“Se as lojas não estão preparadas para este tipo de recebimento, é natural que os clientes fiquem cada vez mais restritos ao uso de seus tokens. Esta dinâmica não beneficia nenhum dos lados, pois reduz as chances de uma relação diferente entre empresa, cliente e finanças”, diz.
Não à toa, 71% dos entrevistados disseram preferir realizar suas compras com criptomoedas em lojas online do que físicas.
“Não é possível cravar os motivos, mas a inferência sugere que os e-commerces não só são mais claros em sua comunicação, mas também são mais adeptos às criptomoedas. Ao mesmo tempo, as plataformas digitais, incluindo os navegadores, estão mais adaptados às conexões de diferentes carteiras do que os sistemas de pagamentos tradicionais”, explica o especialista.
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Bitcoin é apontado como predileto
A pesquisa perguntou também quais criptomoedas os usuários mais gostariam de usar como forma de pagamento. Bitcoin (BTC) puxou a fila com 63%, seguido por Ethereum (ETH), com 32%, e Tether (USDT), 20%. Logo atrás, estão XRP e Solana (SOL), com 9% e 14%, respectivamente. A categoria “outras” representou 13% das respostas.
Ainda de acordo com Beto Fernandes, esta foi uma surpresa. Afinal, mesmo com a popularidade, o Bitcoin possui uma forte narrativa de reserva de valor, o que leva os investidores a optarem por manter a criptomoeda parada na carteira.
“Esperar que BTC fosse a escolha como principal meio de pagamento não era o que esperávamos. A aposta estava mais para o USDT, que, esta sim, tem uma pressão menos forte para investimentos e maior para usabilidade, principalmente quando falamos de transações internacionais. Isso sugere que a premissa do BTC de dinheiro digital permanece forte, independente de outras tecnologias ou desempenho de preços”.
Metodologia
Para estes resultados, a pesquisa contou com sete perguntas de múltipla escolha, que ficaram disponíveis na exchange entre 22 de maio a 4 de junho. No total, foram utilizadas as respostas de mais de 1.225 participantes que completaram o questionário. Formulários incompletos não foram aplicados no levantamento.
Em relação ao perfil, São Paulo lidera o volume de participantes da pesquisa, com 32,7%. Em segundo lugar está o Rio de Janeiro (9,6%), seguido por Minas Gerais (8,9%). Já a idade dos participantes, a maioria possui entre 36 e 49 anos de idade (38%). Logo depois, está o público com mais de 50 anos (27%). Jovens entre 19 e 25 anos representaram apenas 9% do levantamento.
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