No início desta semana, surgiu na internet um abaixo-assinado pedindo a cooperação das autoridades argentinas para a captura e extradição do casal que comandava a pirâmide financeira Braiscompany, Antônio Neto Ais e Fabrícia Campos.
“Queridos hermanos, através deste instrumento buscamos colaboração na captura de um casal fugitivo que se refugia na Argentina”, diz o pedido criado pelo advogado especializado em criptoativos Artêmio Picanço.
No início deste mês, um ex-funcionário da Braiscompany que havia sido preso em junho em Puerto Iguazú, na região da fronteira com Foz do Iguaçu, no Paraná, foi extraditado da Argentina para o Brasil. E é justamente na Argentina que os investidores da Braiscompany acreditam que Antônio e Fabrícia estão escondidos.
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Para atrair assinantes, Picanço diz na descrição do pedido que “eles foram responsáveis por uma fraude financeira multimilionária no Brasil e merecem responder pelos seus crimes. Atualmente estão na lista vermelha da Interpol e, aparentemente, estão localizados em San Isidro, no bairro de Buenos Aires”.
O texto aponta que a petição é uma forma de alcançar justiça e “combater a impunidade que atualmente assola todos os prejudicados por essas pessoas que destruíram a vida de inúmeras famílias ao redor do mundo”.
Até a manhã desta quarta-feira (20) o abaixo-assinado tinha 1.993 assinaturas, sendo a próxima meta definida em 2.500. Além disso, já existem dezenas de comentários de pessoas se dizendo lesadas pelo golpe ou por outras pirâmides e que agora pedem por justiça.
Ex-funcionário extraditado
Há algumas semanas um dos ex-funcionários da Braiscompany foi extraditado da Argentina para o Brasil após ter sido preso em junho em Puerto Iguazú, na região da fronteira com Foz do Iguaçu, no Paraná.
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A Justiça não informou o nome de quem seria transferido, mas na ocasião foram três ex-funcionários da empresa presos em Puerto Iguazú: Victor Hugo Learth, Arthur Barbosa e Sabrina Lima. Como Arthur e Sabrina estão detidos no Brasil, Victor Hugo deve ter sido o provável alvo da extradição.
As prisões dos envolvidos com a pirâmide foram parte da Operação Halving, iniciada pela Polícia Federal em fevereiro deste ano.
O caso Braiscompany
A Braiscompany era uma empresa que prometia retornos fixos aos seus clientes por meio do suposto investimento em criptomoedas. O esquema pedia que a pessoa comprasse valores em Bitcoin e os enviasse para uma wallet da empresa.
Em dezembro do ano passado, a Braiscompany parou de pagar os clientes. Em fevereiro deste ano, a pirâmide ruiu: o Ministério Público Federal abriu um processo penal contra Neto Ais e Fabrícia Campos e a Justiça autorizou pedidos de prisão preventiva. O casal, no entanto, fugiu.
Segundo a PF, nos últimos quatro anos, foram movimentados cerca de R$ 1,5 bilhão em criptomoedas vinculadas aos sócios da Braiscompany.
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