“O mundo dos pagamentos e das moedas estão mudando”, escreveu no Twitter no último domingo (23), o Fundo Monetário Internacional (FMI), que refletiu sobre a chegada das moedas digitais dos bancos centrais. A mesma postagem, a instituição compartilhou um vídeo que explica a tecnologia das criptomoedas.
No primeira publicação, um link leva a um artigo intitulado ‘De stablecoins a moedas digitais do Banco Central’. As stablecoins são criptomoedas de baixa volatilidade que permitem transferências sem mudança significativa de valor. Uma ‘Moeda Digital do Banco Central’ (CDBC na sigla em inglês) é uma stablecoin, mas controlada por um banco central.
Considerando a tecnologia das criptomoedas um sistema de pagamento mais barato, rápido, e mais fácil de usar, os autores do artigo citam que há risco e que por isso requer ação regulatória imediata.
“O mundo da moeda fiduciária está mudança contínua e a inovação vai transformar o panorama dos bancos e do dinheiro”, diz um trecho.
O texto, publicado em setembro do ano passado, foi escrito pelo diretor de mercados capitais do FMI, Tobias Adrian, e pelo chefe da divisão, Tommaso Mancini-Griffoli.
Veja o vídeo do FMI:
Benefícios e riscos das criptomoedas
Na publicação do vídeo sobre criptomoedas, há também um link que leva a outra página do FMI, a de Finanças e Desenvolvimento. Nela, um artigo aborda o que são as criptomoedas, seus benefícios e riscos.
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Sobre benefícios, pode se destacar a visão positiva do FMI acerca da inclusão financeira. Por outro lado, escreveu, “as criptomoedas ainda não cumprem as funções básicas do dinheiro como reserva de valor, meio de troca e unidade de conta.
FMI e as criptomoedas
Também no ano passado, um relatório de um estudo feito pelo FMI revelou que a organização acredita que as criptomoedas serão adotadas pelos bancos centrais. Isso porque, em sua visão, havia um aumento na adoção de criptoativos como alternativa aos ativos existentes.
A instituição prevê também tal adoção como realidade devido devido à redução de custos e ao aumento da eficiência.
Àquela altura, o FMI disse que 20% dos países no mundo já estariam estudando a possibilidade de uso da tecnologia pelos seus bancos centrais. Vale lembrar que hoje a China já testa uma moeda digital, o e-RMB, versão digital do yuan, e o Fed de Boston mais o MIT estudam criar uma CDBC para testes.
Meses antes, a então diretora geral do FMI, Christine Lagarde, disse que as tecnologias financeiras das criptomoedas e blockchain estavam balançando o sistema e precisam de regulamentação.
Depois dos comentários de Lagarde, o ex-economista-chefe do FMI, Kenneth Rogoff, afirmou que acreditava que os bancos centrais, mais precisamente os governos, iriam barrar o avanço das criptomoedas.