Imagem da matéria: Vídeo: Dono de empresa de Cabo Frio que dizia investir em Bitcoin explica por que não está pagando clientes
Jonas Gomes da Silva, conhecido como o “Pastor do Bitcoin”. (Foto: Reprodução)

“Eu caí em um grande golpe”, disse Jonas Gomes da Silva, em um vídeo direcionado a clientes da sua empresa de investimentos Eagle Eyes, que operava em Cabo Frio, cidade na Região dos Lagos (RJ). Conhecido como “Pastor do Bitcoin”, Jonas alega que foi traído por uma sócia que teria liquidado todo o dinheiro dos investidores em criptomoedas.

A empresa captava clientes com a promessa de rendimento de até 30% ao mês no capital investido, gerado através do suposto investimento em ativos digitais. No vídeo (veja abaixo) que circula nas redes sociais, Jonas diz que o motivo de não ter se manifestado publicamente até então, foi por conta de ameaças que começaram a ocorrer logo após o anúncio do encerramento das atividades da Eagle Eyes.

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“Um consultor perseguiu uma funcionária nossa alegando que se nos encontrasse, ele iria nos matar e nos picar todo”, disse Jonas.

Jonas explicou que o fim do negócio foi causado por uma onda de clientes que começaram a pedir o capital de volta. Segundo ele, a corrida dos investidores aconteceu depois que várias empresas do ramo, baseadas em Cabo Frio, entraram para os noticiários. Além disso, ressaltou o pastor, “os clientes automaticamente pararam de fazer os investimentos“.

“A gente parou de enviar recurso para a nossa trader, nossa sócia, a Bianca dos Passos Silva, a famosa ‘rainha das operações”, disse Jonas, declarando em seguida que havia sido traído: “Foi quando nós descobrimos que caímos em um golpe”.

Jonas acrescentou: “Na verdade, ela (Bianca) nunca operou o nosso dinheiro, e sim, ela nos rentabilizava com nosso próprio capital que enviamos para ela. Quando nós paramos de enviar o capital, ela automaticamente parou de nos rentabilizar”.

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De acordo com o Pastor do Bitcoin, Bianca “veio com uma desculpa” de que havia enviado todo o caixa da Eagles “para o criptoativo” e o “criptoativo congelou”. “Ou seja, ela disse pra mim que nós perdemos todo o nosso dinheiro. Então eu descobri que eu caí em um grande golpe”, concluiu. A explicação de Jonas sugere que Bianca tenha usado o dinheiro dos investidores para comprar criptomoedas e que tal investimento acabou dando errado. 

Empresa vira alvo de investidores

A Eagle Eyes captava clientes com a promessa de entregar até 30% ao mês no capital investido. Após o anúncio de encerramento do negócio, no dia 29 de setembro, um grupo de moradores colocou fogo em um restaurante que pertencia a Silva, localizado no bairro Jardim Esperança, em Cabo Frio.

A cidade ganhou o apelido de “Novo Egito” devido ao grande número de pirâmides financeiras disfarçadas de empresas de investimento que usam criptomoedas, como o bitcoin, com isca.

Na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, onde fica Cabo Frio, há uma onda de calotes de empresas como a Eagle Eyes. Em menos de uma semana, pelo menos quatro companhias deixaram de pagar seus clientes; ESA Consultoria & Investimentos, Oregon Enterprises e FCL Investimentos são algumas delas.

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O efeito dominó teve início no final de agosto, quando Glaidson Acácio dos Santos, o “Faraó do Bitcoin” da GAS Consultoria, foi preso no âmbito da Operação Kryptos da Polícia Federal. Após a queda da Gas Consultoria, diversas outras empresas suspeitas de operar pirâmides financeiras começaram a cair uma atrás da outra.

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