A Agence-France Presse (AFP) relata que os venezuelanos atingidos pela hiperinflação preferem continuar minerando bitcoin mesmo que estejam sujeitos a prisão imediata por roubo de energia, ou mesmo por extorsão, pela polícia.
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Realidade áspera dos venezuelanos
A moeda nacional da Venezuela, o bolívar, não vale mais nada. Recentemente, conforme relatado pelo Portal do Bitcoin, 1 bolívar chegou a valer o mesmo que 1 satoshi, ou seja, para comprar 1 Bitcoin é necessário de mais 1 Milhão de Bolívares venezuelanos.
Um estado que já teve tudo para ser rico explorando petróleo, já se tornou irrelevante no cenário mundial. Famoso por suas promessas socialistas, o governo foi forçado a considerar a diminuição de serviços sociais.
Atualmente, o Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta uma taxa de inflação de mais de setecentos por cento somente este ano. As pessoas no país estão passando fome, de acordo com o Los Angeles Times.
E, em 2018, não é prevista nenhuma melhora para os venezuelanos, uma vez que as projeções revisadas do FMI são superiores a 2300% de inflação, juntamente com uma nova queda no PIB de seis por cento negativos.
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Bitcoin é um sinal de esperança
Alex Vasquez, da AFP, informa que “praticado em todo o mundo, a mineração de Bitcoin faz parte de um crescente esforço subterrâneo na Venezuela para escapar dos piores efeitos de uma crise econômica, política e inflação desenfreada”.
“Quem compra bitcoins com bolívares ganha dinheiro aumentando o preço do bitcoin em relação ao dólar e escapa à inflação, uma solução genial”, explica um consultor de mineração local.
Ironicamente, tudo isso deve-se ao governo subsidiar a energia, já que “a Venezuela é um bom ponto de acesso da mineração porque a eletricidade necessária para administrar computadores é […] quase gratuita”, observa o artigo.
A especulação inclui algo da ordem de 100.000 venezuelanos que participam da mineração de criptomoedas de uma forma ou de outra.
Porém, conforme relatado anteriormente, a a agência de segurança estatal, o Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (SEBIN) impede a mineração de criptomoedas e está à procura de picos de uso de energia nas casas dos venezuelanos que possam dar indícios de que o cidadão está minerando criptomoedas.
Para evitar a detecção, os mineradores deixam suas maquinas espalhadas nas casas de pessoas de sua confiança. As invasões de SEBIN são uma ocorrência regular.
“O advogado Jesus Ollarves disse que, enquanto a mineração de bitcoin é legal na Venezuela, que não possui leis de criptomoedas,” aqueles que a praticam são frequentemente sujeitos a prisão pela polícia por roubo de energia”, adverte a AFP.
Além da sobrevivência básica, o bitcoin ajuda muitas pessoas a comprar alimentos e remédios”, escreve Vasquez
Com a fome batendo à porta do venezuelanos, não é de admirar que cada vez mais eles estão apostando na capacidade do bitcoin para lhes oferecer um alívio.
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