Imagem da matéria: Veja o que especialistas brasileiros estão prevendo para o mercado de criptomoedas em 2024
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O ano de 2024 iniciará com grandes expectativas no mercado de criptomoedas pelo retorno do ciclo de alta, visto que o Bitcoin encerra 2023 com uma valorização anual de 155%, até o momento.

Talvez a maior expectativa para o ano que vem seja a iminente chegada dos ETFs de Bitcoin à vista no mercado financeiro americano. Estes são produtos financeiros que permitem que investidores se exponham ao Bitcoin sem ter que fazer a custódia dos ativos. 

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Dentro do ecossistema do Bitcoin, todos estão de olho no halving, que ocorre por volta de abril de 2024. O halving é um evento que ocorre a cada quatro anos e reduz pela metade as recompensas dos mineradores, o que mantem a inflação do Bitcoin sob controle e tende a impulsionar a valorização do ativo.

Já no front doméstico, a bola está com o Banco Central, que irá organizar duas consultas públicas para criar a regulamentação do setor de criptomoedas no Brasil. 

O Portal do Bitcoin conversou com diversos especialistas e membros da indústria para saber quais são as expectativas para 2024 e quais acontecimentos devem influenciar o mercado no ano que vem.

Banco Central vai regular o mercado cripto nacional

Fabrício Tota, diretor de Novos Negócios do MB, aponta que o ETF de Bitcoin e o crescimento do ecossistema Solana terão grande influência em 2024, mas destaca principalmente o que os investidores brasileiros podem esperar no panorama interno.

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“Vale destacar a mudança no panorama regulatório aqui no Brasil. Ele é muito positivo, o que é ótimo para o mercado, mas deve dar uma chacoalhada significativa na indústria local, porque acho que principalmente à luz da consulta pública que o Banco Central emitiu na semana passada, deu para perceber já que a barra vai subir”, diz o executivo.

Leia também: BC publica consulta pública para colher opiniões sobre regulamentação do mercado cripto; veja como participar

Tota afirma que será um momento de definição dos players em atuação no Brasil, que terão que se perguntar: “Subo a barra junto ou vou para outro negócio, pois não me interessa esse nível de sofisticação?”. 

Após a Lei nº 14.478/2022 ser sancionada, o BC foi escolhido como o órgão regulador do mercado cripto e deve estabelecer as regras que os prestadores de serviços com ativos virtuais deverão seguir para atuar de forma regular no país.

Em live no início de dezembro, o consultor no Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do Banco Central, Antônio Marcos Guimarães, adiantou que no ano que vem, entre abril e maio, o BC fará uma segunda consulta pública com as minutas disponíveis: uma com a parte operacional da forma de funcionamento da VASP e do mercado de criptoativos e outra minuta específica do processo de autorização e obtenção de licença. 

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Na ocasião, o consultor do BC falou que regulamentar as corretoras de criptomoedas que estão sediadas em off-shores mas que prestam serviços para brasileiros é uma das principais preocupações da entidade. Para fazer isso, ele afirma que o BC está estudando as políticas já aplicadas em outros países, como Estados Unidos e Reino Unido. 

Finalmente um ETF de Bitcoin à vista chegará nos EUA

César Felix, gerente de Customer Experience da NovaDAX, lembra que logo no começo do ano irá terminar o prazo final da SEC em relação a diversos pedidos de ETFs à vista de Bitcoin.

“Para se ter uma ideia, de acordo com a Bloomberg, Wall Street já está na expectativa da aprovação dos ETFs, estimando o potencial do produto de captar até US$ 100 bilhões. Tudo isso irá colaborar para um interesse cada vez maior de investidores no mercado, com a entrada de capital institucional e ganho de liquidez, levando ao crescimento do setor como um todo”, avalia.

Thales Freitas, CEO da Bitso, aponta que há uma expectativa de que grandes empresas como BlackRock e Fidelity recebam autorização para lançar seus ETFs de Bitcoin já em janeiro. “Isto poderia transformar radicalmente o cenário cripto, fazendo com que ele seja ainda mais integrado aos portfólios de investidores e empresas. Esse foi o principal catalisador para o aumento do preço do Bitcoin neste ano.”

Halving e a redução da emissão de BTC

Beto Fernandes, analista da Foxbit, classifica o halving do Bitcoin como um grande checkpoint dos ciclos de mercado. “Historicamente, o evento costuma sinalizar o início de uma bull run. Assim, com o halving previsto já para abril, o movimento de acumulação de BTC não só tende, como já está acontecendo. A expectativa é de que o mecanismo que reduz a emissão de BTC gere um choque entre oferta e demanda, podendo renovar as máximas históricas no médio prazo”, diz. 

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Wander Guedes, Head da Mesa Prime da Transfero, lembra que os últimos halvings foram acompanhados de uma valorização significativa do BTC um ano após o evento, com uma alta de 284% e 559% em 2016 e 2020, respectivamente.

NFT, DeFi e jogos cripto voltarão a ser destaque

Sebástian Serrano, CEO da Ripio, observa que é provável que o novo ciclo de alta traga novas tendências para o setor, o mercado e a comunidade, como mais integrações com inteligências artificiais, recursos criativos como Ordinals e formas inéditas de tokenização para ativos do mundo real.

Mas ele lembra que antigas tendências podem ter um retorno importante em 2024. “Os protocolos DeFi, os NFTs e todo o setor de games na Web3 foram importantes nos ciclos de alta anteriores e são áreas a serem observadas, pois, mesmo com a recessão decorrente da pandemia, eles mantiveram grandes comunidades de desenvolvedores e usuários”, diz Serrano.

Tokenização vai tomar conta do mercado

Rodrigo Caggiano, diretor de produtos Mobiup, aponta dois fatores que entende que irão movimentar o mercado: Tokenização de Instrumentos Financeiros e Tokenização de Ativos Reais (RWA).

“A tokenização de ativos está prevista para atingir US$ 16 trilhões até 2030, representando cerca de 10% do PIB global, com ativos reais liderando essa transformação, conforme relatórios de instituições como J.P. Morgan, Binance e Boston Consulting Group. A tokenização não se limita a obras de arte; ela abrange uma variedade de ativos, desde bebidas raras até royalties musicais, tornando a diversificação das carteiras mais acessível”, afirma.

Volcano Bonds e a Bitcoin City

Luiz Parreira, CEO da Bipa, citou que os títulos de Bitcoin de El Salvador, conhecidos como “Volcano Bonds”, previstos para serem lançados no primeiro trimestre de 2024, devem agitar o mercado. O governo local quer pagar a dívida soberana com essa fonte e financiar a Bitcoin City. 

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“Isso marca o início dos mercados de capitais baseados em Bitcoin em El Salvador, com títulos de 10 anos oferecendo 6,5% de rendimento anual aos detentores”, diz Parreira. 

Pontos de atenção: guerras e eleição nos EUA

Ricardo Da Ros, CEO da Patex, afirma que acontecimentos geopolíticos podem influenciar o mercado cripto ano que vem, como a possível expansão das guerras que já estão em andamento, bem como outras podem eventualmente surgir. “Indico monitorar essas guerras, porque podem afetar o setor financeiro como um todo”, recomenda.

O executivo também indica como ponto de atenção o cenário político na maior economia do mundo. “Outro ponto a se considerar são as eleições nos Estados Unidos. A situação econômica dos EUA afetam a economia global e, caso ela se deteriore, isso pode impactar, sem dúvidas, no mercado cripto global e impactar o valor das moedas”. 

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