Imagem da matéria: Urpay bloqueia contas de clientes da Unick Forex após operação da Polícia Federal

Após a megaoperação da Polícia Federal contra a Unick Forex, a Urpay bloqueou as contas de clientes da empresa investigada por conta de um suposto mandado expedido pela 7ª Vara da Justiça Federal de Porto Alegre (RS) na última sexta-feira (18).

Um cliente da Unick Forex, que preferiu não se identificar, relatou ao Portal do Bitcoin que na sexta, quando foi consultar o seu extrato na Urpay, deparou-se com a seguinte informação:

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“Prezado Cliente. Na data de 18 de outubro de 2019, sua conta foi bloqueada provisoriamente conforme determinação da Sétima Vara  Federal de Porto Alegre, pedido número 5064097-48.2019.4.04.7100/RS e mandado número 710009634859”.

Tela da Urpay

De acordo com o cliente, o processo está em segredo de Justiça e “só tem acesso os advogados que defendem as partes”.

Outra pessoa que também pediu sigilo sobre sua identidade afirmou que soube do bloqueio por meio de outros investidores e resolveu conferir se era verdade. Ela, então, ao tentar acessar sua conta viu que estava também bloqueada.

Urpay bloqueada ou em manutenção?

Já um terceiro cliente da Unick Forex, que também pediu para não ter o nome revelado, pois ainda possui dinheiro na empresa, contou uma outra versão. Ele afirmou que a Urpay havia soltado um comunicado pelo qual a empresa estaria passando por uma manutenção.

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Apesar disso, a empresa de solução de pagamentos, usada pela Unick Forex para pagar seus investidores, postou uma nota nas redes sociais afirmando “que todos os serviços da Urpay estão funcionando normalmente”.

A Urpay informou, nesta mesma nota, que a partir desta segunda-feira (21) o suporte da empresa só funcionará pelo chat. 

“Nosso suporte funcionará somente pelo canal oficial (chat) do nosso site www.urpay.com.br, de segunda a sexta-feira das 08h às 20h”.

Sem resposta

O Portal do Bitcoin entrou em contato com o José André da Costa, CEO da Urpay. Ele, no entanto, apenas disse que estava de férias e que o jurídico da empresa responderia. Até a publicação desta reportagem não houve nenhum retorno.

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A Polícia Federal do Rio Grande do Sul, por meio de nota, não confirmou se houve algum bloqueio por parte da investigação. A PF apenas afirmou que “as medidas cautelares somente podem ser executadas por ordem judicial”.

Urpay e Unick Forex

Assim que os atrasos aos investidores começaram a aumentar em larga escala, Unick Forex colocou a culpa na Urpay.

Na época, a empresa acusada de pirâmide financeira afirmou que a empresa de soluções de pagamentos era quem estava atrasando os repasses dos rendimentos aos clientes. 

Em sua defesa, a Urpay contra-atacou e disse por meio de André da Costa que a Unick Forex havia deixado de ser sua cliente desde o início desse ano e que não fazia mais operações para ela. O que se revelou falso.

A versão foi contestada pelos próprios clientes da Unick Forex. Todos os três investidores que conversaram com a reportagem afirmaram que a Urpay é a empresa de pagamentos usada pela Unick.

Uma dessas pessoas disse que conseguiu retirar pelo menos o que havia aportado na Unick, mas que uma parente dela está com R$ 35 mil ainda presos.

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Os outros dois, no entanto, estão ainda com o dinheiro preso. Uma delas afirmou que sequer houve proposta de acordo. Essa pessoa contou que está “com cerca de R$ 12.900 presos desde junho”.

Unick investigada

A Unick Forex vem sendo investigada pela Polícia Federal desde janeiro deste ano, quando foi instaurado um inquérito policial. A promessa de dobrar o capital investido em seis meses chamou a atenção da PF.

Apesar de a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) ter proibido em março do ano passado a Unick Forex de captar clientes no Brasil e de fazer oferta pública de investimento, ela vinha atuando irregularmente e sob suspeita de esquema de pirâmide com criptomoedas.

Essa suspeita foi levantada pelo próprio órgão regulador que enviou ao Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul o caso para melhor apurar a suspeita de fraude.

O resultado foi que a Polícia Federal, por meio da Operação Lamanai, acabou verificando ao longo da investigação, que se evidenciaram outras práticas criminosas como a aquisição de moedas virtuais para remeter ao exterior, em supostos atos de evasão de divisas, assim como crimes de lavagem de dinheiro.

Em nota enviada à reportagem, a PF informou que a empresa bem como os seus responsáveis, além de serem investigados pela prática do crime de lavagem de dinheiro, podem responder por gestão fraudulenta de instituição financeira.  

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“Os crimes investigados na Operação Lamanai são operação de instituição financeira sem a devida autorização legal, organização criminosa, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e crime contra a economia popular”.


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