A Justiça do Rio Grande do Sul avalia decretar prisão preventiva de Danter Silva, ex-diretor de marketing da Unick Forex, por ele não ter sido localizado após liberdade provisória.
Danter chegou a ser preso em outubro passado, mas foi solto meses depois, em março, diante da crise do coronavírus.
Segundo publicação do Jornal NH desta quarta-feira (24), Danter foi intimado para ser notificado da necessidade de constituir novo advogado de defesa, visto que a banca de defensores renunciou à causa.
No entanto, ele não foi localizado no endereço informado à Justiça e não atendeu a ligações telefônicas. Há suspeita de tentativa de fuga.
Diante do sumiço, a juíza substituta da 7ª Vara Federal de Porto Alegre, Karine da Silva Cordeiro, considera decretar sua prisão.
Agora, as autoridades devem entrar em contato com familiares de Danter nos municípios de Sapiranga e Parobé, já que nem por telefone o oficial de Justiça conseguiu localizar Danter.
Na última sexta-feira (19), segundo o NH, o oficial Adão da Silva emitiu relatório sobre as várias tentativas frustradas de encontrar o réu.
Danter é um dos 15 réus no processo que investiga um golpe cujo formato foi caracterizado pela Polícia Federal como pirâmide financeira.
Unick Forex sem defesa
Como aconteceu com o grande chefão do esquema Unick, Leidimar Lopes, se Danter não resolver logo o problema, a juíza deve nomear um defensor público para defender o réu.
No início de junho, Cordeiro nomeou o defensor público Fabio Carboni Ceccon para defender Leidimar Lopes, antes defendido pelo escritório Nelson Wilians Fratoni Rodrigues.
O motivo para o abandono da empresa de Leidimar e Danter por parte do escritório foi o não pagamento de honorários e de despesas contratuais.
Pirâmide bilionária
Com a promessa de lucro de 100% sobre o valor investido em até seis meses, a empresa deixou um prejuízo bilionário. Denúncia do Ministério Público Federal feita em janeiro passado revelou que a Unick Forex captou R$ 29 bilhões de 1,5 milhão de pessoas.
Ofertas como essa chamaram a atenção das autoridades, levando a a Unick Forex a ser proibida de operar pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
A empresa, contudo, desafiou o órgão regulador e seguiu oferecendo seus produtos. Mudou até de nome, para Unick Academy, para tentar enganar as autoridades.
Contudo, após denúncias e investigações, a Polícia Federal deflagrou em outubro de 2019 a Operação Lamanai, que teve a Unick Forex como alvo. Nove pessoas foram presas, dentre elas Danter Silva e Leidimar Lopes.
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