Na manhã desta quinta-feira (28), o Twitter divulgou os resultados do primeiro trimestre de 2022, registrando US$ 1,2 bilhão de receita — uma alta de 16% em comparação a 2021 e pouco abaixo da receita estimada de US$ 1,23 bilhão.
Porém, às 9h (horário de Brasília), quando a teleconferência de resultados estava prestes a começar, a empresa anunciou, em um comunicado de imprensa, que a teleconferência, a carta aos acionistas e as orientações financeiras que geralmente acompanham o anúncio foram canceladas.
“Em face da transação proposta [com Elon Musk, CEO da Tesla], como é de costume durante a pendência de uma aquisição, o Twitter não irá realizar uma conferência”, afirmou a empresa no comunicado, acrescentando que mais detalhes sobre o trimestre anterior estarão disponíveis em seu documento do tipo 10-Q — abrangente relatório financeiro trimestral que deve ser enviado por empresas listadas em bolsa — à Comissão de Valores Mobiliários e de Câmbio dos EUA (ou SEC, na sigla em inglês).
Até a publicação desta matéria, o relatório trimestral ainda não foi enviado à reguladora americana.
O Twitter espera que o acordo com Musk, que concordou em adquirir a empresa por US$ 44 bilhões, seja encerrado antes do fim do ano. Para ser concretizado, o negócio ainda precisa passar por várias etapas, como assembleia de acionistas e aprovação das autoridades anti-truste do país.
Número inflacionado de usuários
Em seu relatório financeiro, o Twitter também revelou um erro em um recurso lançado em 2019, permitindo que usuários conectassem múltiplas contas, o que resultou no informe de números inflacionados de usuários ativos diários e monetizáveis (ou mDAU) de até 1,9 milhão.
Anteriormente, o Twitter havia registrado 216,6 milhões usuários ativos diários para o quarto trimestre de 2021, mas revisou esse número para 214,7 milhões.
“Um erro foi cometido na época e tais ações tomadas pela conta primária fizeram com todas as contas conectadas fossem contabilizadas como mDAU”, afirmou o Twitter. “Isso resultou em um exagero nos mDAU do primeiro trimestre de 2019 ao quarto trimestre de 2021.”
Apesar de o problema datar do primeiro trimestre de 2019, o Twitter só forneceu os números revisados para o quarto trimestre de 2020, citando sua política de retenção de dados.
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“Nossas estimativas sugerem que é improvável que os ajustes ao período anterior sejam maiores do que os [ajustes registrados] no quarto trimestre de 2020”, afirmou a empresa.
Os planos de Musk para o Twitter
Apesar de envolver o CEO de uma empresa de veículos elétricos, o acordo gerou muita agitação e especulação na comunidade cripto.
Musk havia dito diversas vezes acreditar que o Twitter deveria ser mais transparente.
“O código deveria estar no GitHub para que possa ser avaliado”, afirmou ele em uma entrevista durante a conferência Ted2022, em Vancouver, no Canadá.
“Apenas acredito que seja importante para o funcionamento da democracia nos Estados Unidos e em outros países. O risco à civilização diminui se pudermos aumentar a confiança no Twitter como uma plataforma pública.”
Musk também acredita que o processo de decidir quem deve ou não ser censurado no Twitter deve ser descentralizado — um eros que ressoa pela comunidade cripto.
Desde que o acordo foi anunciado, foi elogiado por Tyler e Cameron Winklevoss, irmãos e cofundadores da corretora cripto Gemini Trust Company.
Sam Bankman-Fried, CEO da FTX, havia compartilhado suas ideias decomo deveria ser uma versão em blockchain do Twitter.
Michael Saylor, CEO da MicroStrategy, um fã incansável do bitcoin (BTC), também parabenizou a aquisição.
*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.