Durante a operação La Casa de Papel que prendeu na quarta-feira (19) Patrick Abrahão, o marido da cantora Perlla e divulgador da pirâmide financeira Trust Investing, a Polícia Federal fez a apreensão de bens que vão desde cabeças de gado e ovelhas até carros de luxo, esmeraldas e criptomoedas.
De acordo com estimativa repassada ao Portal do Bitcoin pela Polícia Federal, foram 100 cabeças de gado e 75 ovelhas confiscadas durante o cumprimento de 41 mandados de busca e apreensão que aconteceram na quarta-feira nos estados de Goiás, Maranhão, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
A operação, que contou com parceria da Receita Federal e a Agência Nacional de Mineração (ANM), também apreendeu 268 kg de pedras verdes que se assemelham a esmeraldas — a PF ainda aguarda perícia para avaliar a veracidade das pedras.
Mas tudo indica que se deve tratar de esmeraldas, já que a Trust Investing operava de maneira irregular uma mina de esmeraldas na cidade de Campos Verdes, interior de Goiás.
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As autoridades também conseguiram confiscar o equivalente a US$ 250 mil em criptomoedas, cerca de R$ 1,2 milhão.
A PF informou que esses ativos apreendidos estavam em posse da operadora Trust Investing, mas não detalhou se o valor foi bloqueado em corretoras, ou se tiveram acesso direto às carteiras onde estavam armazenados. Também não informaram se os valores apreendidos estavam em bitcoin ou outra criptomoeda.
Além disso, foram confiscados 16 veículos, incluindo carros de luxo da BMW, Porche, Range Rover, Mercedes Benz, além de uma lancha e um Jet Sky.
A Polícia Federal também encontrou dinheiro em espécie durante a operação. Além de R$ 21 mil, foram confiscados 9,2 mil dólares americanos e mais 1,2 mil euros.
Para finalizar, as autoridades tomaram posse de joias, relógios, 35 celulares, 15 computadores e outros documentos encontrados nos locais alvos da operação.
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A Polícia Federal ainda calcula o valor total de todos os bens apreendidos, relembrando que também há decretado o sequestro de diversos imóveis em São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás.
Durante a operação de ontem, a PF também cumpriu cinco dos seis mandados de prisão emitidos. As prisões confirmadas até o momento são de Patrick Abrahão e seu pai, o pastor Ivonélio Abrahão, além de Diego Chaves, CEO da Trust Investing, e Fabiano Lorite, diretor de marketing da empresa.
O diretor de tecnologia da Trust Investing, Claudio Barbosa, também foi alvo de mandado de prisão, mas até o momento, não foi encontrado pelas autoridades.
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O início do fim da Trust Investing
Neste mês de outubro de 2022 completa um ano que a Trust Investing não paga os clientes, enganos por promessas de lucro de mais de 300% ao ano em pacotes de investimentos em criptomoedas.
Embora captasse dinheiro de milhares de brasileiros, a empresa dizia não ter obrigação de seguir as regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), uma vez que estava oficialmente registrada na Estônia.
Em outubro passado, a Trust Investing bloqueou a conta de todos os clientes alegando ter sofrido um ataque hacker. Na época, a empresa disse os pagamentos voltariam a acontecer em três meses, quando uma auditoria interna seria concluída — o que não aconteceu.
No início deste ano, os líderes da Trust afirmaram que o estrago provocado pelo suposto hacker havia sido muito maior do que o esperado e que um total de US$ 834 milhões teriam sido roubados da empresa — o equivalente a cerca de R$ 4,1 bilhões.
O rombo no caixa fez com que a Trust adiasse outra vez os pagamentos para que fosse criado um plano de reestruturação, anunciado por Patrick Abrahão em março. A solução da empresa foi a seguinte: não pagar os rendimentos prometidos, mas devolver o valor investido na plataforma. Meses se passaram e, mais uma vez, a Trust Investing não cumpriu a promessa.
Patrick Abrahão chegou a insinuar na época que a empresa poderia não devolver o dinheiro dos clientes se assim o quisesse, já que teria o direito de declarar falência sem sofrer consequências legais.
Quando procurado na época, Patrick se negou a responder as perguntas do Portal do Bitcoin alegando não poder falar em nome da empresa, mesmo sendo, fora do papel, seu principal porta-voz no Brasil.
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