Terra (LUNA) é acusada de lavar US$ 5 milhões por meio de empresa de fachada

Segundo denúncia da imprensa sul-coreana, companhia de Do Kwon usaria empresa de consultoria blockchain para lavar dinheiro
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(Foto: Shutterstock)

A Terraform Labs, empresa por trás da criptomoeda Terra (LUNA) e que tem como líder o encrencado empresário sul-coreano Do Kwon, pode ter lavado cerca de US$ 5 milhões por meio de uma empresa de fachada da Coreia do Sul. A denúncia foi publicada na segunda-feira (30) pela emissora de TV KBS.

De acordo com a reportagem, Kwon teria transferido 6 bilhões de won (US$ 4,8 milhões) para uma empresa de consultoria blockchain com sede na capital, Seul. O dinheiro teria sido declarado como “outras despesas” no imposto de renda da Terraforms.

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A empresa, descrita pelo site como “K” — e que teria sido criada em 2018, mesmo da fundação da Terraforms Lab — seria de fachada: ela teria usado o nome da Terra para atuar, inclusive identificando sua marca no hall de entrada do prédio onde fica o escritório.

Apesar de estar de portas fechadas, como mostra um vídeo gravado no local, “há sinais de trabalho”, ressalta a reportagem. Supostamente devido aos problemas que a Terra enfrenta, a identificação “foi removida nesse meio tempo”, alegou à KBS uma equipe do local.

“A maioria dos funcionários são desenvolvedores que estiveram envolvidos no projeto Terra e trabalharam praticamente sem fronteiras entre as duas empresas. Funcionários de um escritório próximo também dizem que parecia a mesma empresa”, descreve a reportagem.

Para completar a denúncia, a emissora diz que o CEO da ‘K’, Mo Kim, trabalhou no desenvolvimento da Terra. No entanto, ele negou que sua empresa seria uma subsidiária fachada da Terraforms.

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FatManTerra reforça denúncia

No mesmo dia da denúncia, o usuário do Twitter ‘FatManTerra’, que vem constantemente criticando supostos esquemas de Do Won, endossou a reportagem e trouxe detalhes em uma série de tuítes — vale lembrar que FatMan também acusou recentemente Kwon de uma fraude cometida por meio do Mirror Protocol (MIR).

“Por que isso é interessante? Bem, as autoridades fiscais da Coreia informaram que, no ano passado, a Terra enviou 6 bilhões de won (US$ 4,8 milhões) ao CEO da empresa K. Isso foi relatado nos livros como ‘outras despesas’. Hipoteticamente, se as duas fossem a mesma, isso indicaria lavagem”, escreveu.

Ele também associou outra empresa, Kernel Labs, como associada da Terraforms.

Governo da Coreia do Sul intima funcionários do Terra Labs

No último sábado (28), a emissora local JTBC revelou que funcionários da Terraform Labs foram intimados por promotores da Coreia do Sul a depor sobre as operações da empresa.

Na terça (31), também foi noticiado por um site local que reguladores sul-coreanos estão intensificando a supervisão ao setor cripto após o crash do ecossistema Terra e que para isso será criado o ‘Comitê de Ativos Digitais’.

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A nova entidade será uma versão maior e reorganizada do Comitê Especial de Ativos Virtuais (SCVC), que foi formado após o crash da TerraForm Labs no mês passado, que viu sua stablecoin TerraUSD (UST) e seu token de governança Terra (LUNA) perderem bilhões em questão de dias.