Os irmãos sul-africanos Raees Cajee, 20 anos, e Ameer Cajee, 17 anos – acusados de aplicar um golpe de US$ 3,6 bilhões por meio da suposta corretora Africrypt — disseram ao The Wall Street Journal na segunda-feira (28) que o real valor perdido por eles é menos de 1% da quantia divulgada.
“No auge do mercado, administrávamos pouco mais de US$ 200 milhões”, falou Cajee ao veículo, citando que o montante desaparecido hoje é de apenas US$ 5 milhões. O valor de US$ 3,6 bilhões havia sido informado por advogados das vítimas.
Em abril deste ano, os irmãos disseram que a Africrypt fecharia as portas porque havia sido hackeada. Logo depois do anúncio, no entanto, eles supostamente transferiram as criptomoedas das vítimas para um mixer – serviço que permite a ocultação da origem dos ativos digitais – e sumiram do mapa.
Sem revelar onde estão, eles falaram para o veículo que fugiram porque estavam recebendo ameaças de morte.
“Lidamos com muitos sul-africanos de alto nível, como políticos, empresários e celebridades. Algumas pessoas particularmente muito perigosas – que não sabíamos que eram clientes – começaram a sair da linha.”
Leia Também
Ao jornal, eles também falaram que planejam voltar à África do Sul no dia 19 de julho para prestar esclarecimentos sobre o caso. No país, a situação da corretora é investigado pela unidade de investigação da força policial nacional, chamada Hawks.
Promessa de lucro
A Africrypt foi fundada pelos dois irmãos em 2019 com a missão de ser uma “forma fácil de entrar no mundo das criptomoedas” e de levar liberdade financeira para a população.
Mesmo sem conhecimento no mercado financeiro, eles captavam recursos de investidores e prometiam supostos retornos mensais que variavam de 3% a 11%.
O negócio ruiu em abril por causa do suposto hack. Após o ataque, os dois pediram para os clientes não procurarem a Justiça, pois isso poderia atrapalhar a recuperação dos fundos. No entanto, eles supostamente transferiram os recursos para um mixer.
Por causa do anúncio, clientes entraram na Justiça. No dia 26 de abril, o Tribunal Superior de Gauteng South concedeu uma ordem de liquidação provisória em favor das vítimas, que deveria ser paga pelos acusados até o dia 19 de julho.