Estátua da justiça com moedas de Bitcoin - regulação europeia
Foto: Shutterstock

Outro órgão de vigilância da União Europeia (UE) chamou a atenção para os riscos potenciais na indústria cripto.

Em uma declaração recente, a Autoridade Europeia de Valores Mobiliários e Mercados (ESMA, no inglês) e as Autoridades Nacionais Competentes (NCAs, na sigla original) disseram que as criptomoedas devem ser claramente rotuladas como não regulamentadas caso uma empresa ofereça a classe de ativos aos investidores.

Publicidade

Notavelmente, essas ofertas estão sendo comercializadas como alternativas aos instrumentos financeiros regulamentados sob a estrutura MiFID II.

Introduzido em 2014 e implementado em 2018, o MiFID II representa a Segunda Diretiva de Mercados de Instrumentos Financeiros, que é um quadro legislativo instituído pela União Europeia (UE) para regular os mercados financeiros.

Leia também: Ledger pode ser obrigada por governos a revelar senha de cold wallet, admite CEO

Embora a legislação europeia sobre Mercados de Ativos Criptográficos (MiCA), que introduzirá uma estrutura para empresas cripto, esteja prestes a ser adotada, espera-se que esses ativos permaneçam sem regulamentação em muitas jurisdições até que o MiCA entre em vigor em 2025.

Nesse ínterim, a ESMA expressou preocupação em relação à proteção potencial do investidor e aos riscos prudenciais.

Os riscos incluem investidores sendo enganados sobre seu nível de proteção, confusão em torno de produtos e “venda incorreta” ou venda de um produto a um cliente usando informações enganosas.

A declaração indica que as atividades relacionadas a produtos não regulamentados podem representar um risco significativo para a boa gestão da empresa de investimento e potencialmente comprometer a conformidade da empresa com suas obrigações comerciais regulamentadas.

A ESMA defende que as empresas de investimento atuem no melhor interesse de seus clientes, “agindo de maneira justa, profissional e fornecendo comunicação clara e inequívoca”.

Publicidade

Ela recomenda que as empresas assegurem que os clientes estejam totalmente informados sobre a situação regulatória do produto ou serviço que estão recebendo e divulguem claramente quando as proteções regulatórias não se aplicam.

Finalmente, a declaração insiste no fato de que as empresas devem ser cautelosas ao usar seu status regulatório como uma ferramenta promocional e devem distinguir as atividades regulamentadas das não regulamentadas em seus sites.

UE abre caminho para cripto

O comunicado da ESMA é mais uma maneira de adicionar mais clareza em um ambiente regulatório em rápida evolução.

Votado em abril pelos deputados da Europa, o MiCA criará uma estrutura para empresas de criptomoedas a nível europeu.

Ele introduzirá regras mais rígidas sobre stablecoins, exigirá obrigações de divulgação adicionais para todos os negócios de criptomoedas e garantirá a implementação de procedimentos anti-lavagem de dinheiro (AML) e segurança de dados.

O texto entrará em vigor em julho de 2023, mas será aplicável apenas 18 meses após esta data, que será em janeiro de 2025. Até lá, como aponta a ESMA, investidores e empresas devem agir com cautela.

*Traduzido por Vini Barbosa com autorização do Decrypt.

VOCÊ PODE GOSTAR
Moedas de bitcoin sob bandeira da Argentina

Argentina sanciona lei que permite aumento de capital de empresas com criptomoedas

Javier Milei também nomeou um especialista em blockchain para liderar Agência Federal de Segurança Cibernética
Bandeira do Japão

Gate.io de saída do Japão: empresa vai transferir clientes para corretoras de criptomoedas locais reguladas

A exchange deixará de aceitar novos registros de contas de residentes japoneses e iniciará o encerramento gradual dos serviços
Donald Trump posa para foto em evento político nos EUA

Trump cobrará R$ 5 milhões de quem quiser dividir mesa com ele em evento de Bitcoin

Uma foto com Trump também custará caro aos participantes, indo de R$ 330 mil a R$ 550 mil
celular com logo da Coinbase em cima de notas de dinheiro

Coinbase leva multa de R$ 25 milhões por não barrar clientes de “alto risco” no Reino Unido

A operação britânica da Coinbase atendeu mais de 13 mil clientes críticos ao violar um acordo com o regulador