Imagem da matéria: Rede "rebelde" do Ethereum não tem atualizações e pode ficar obsoleta
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A rede EthereumPoW (ETHW), que se rebelou contra a Fusão do Ethereum (ETH) no ano passado, praticamente não fez novas atualizações em seu código desde seu mês de lançamento, em setembro de 2022, tendo registrado uma única atividade em outubro.

Agora, ela pode ficar obsoleta com uma nova atualização na rede principal do Ethereum (ETH), proposta na quinta-feira (27).

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A atividade nos projetos de criptomoedas de código aberto podem ser acompanhadas na plataforma de desenvolvimento open source GitHub, Normalmente a atividade de desenvolvimento é alta, com propostas de atualizações e discussões acontecendo diariamente em cada um dos milhares de projetos.

Algumas páginas de análise utilizam esse tipo de atividade para medir os bons fundamentos de projetos — como a Proof of GitHub no Twitter.

Como medida comparativa, na quarta-feira (26), o Ethereum (ETH) teve 488 atividades em seu GitHub, segundo a página. E ainda assim ficou apenas em quinto lugar, entre os projetos com maior atividade do dia.

A situação é completamente diferente para seu “irmão rebelde”: EthereumPoW (ETHW), que viu apenas uma única atividade em outubro de 2022, tendo seu desenvolvimento se concentrado unicamente nos dois meses anteriores, de lançamento da rede.

Página inicial do EthereumPoW no GitHub, com apenas 17 colaborações em um ano, concentradas no mês de setembro e agosto.
Reprodução: GitHub/ethereumpow — sexta-feira (28 de abril) às 09:50am

Não apenas o desenvolvimento colaborativo da rede “rebelde” está aparentemente morto, mas uma nova proposta na rede principal pode deixar o software completamente obsoleto para qualquer outra alteração futura.

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A proposta de atualização foi feita pelo contribuidor “Karalabe” e tem como objetivo remover referências ao proof-of-work do software Go Ethereum (Geth), utilizado pelos nós que sustentam a rede. O que poderia dificultar o EthereumPoW de copiar melhorias do Ethereum no futuro.

No momento de redação, o token nativo ETHW é negociado por US$ 2,94, com uma capitalização de mercado de US$ 300 milhões, segundo o CoinMarketCap. Enquanto ETH é negociado por US$ 1.900 com US$ 230 bilhões de capitalização.

No Brasil, o Índice de Preço do Ethereum (IPE) marca R$9.595,91 por unidade.

A história de rebeldia no cenário open source do Ethereum

Em agosto de 2022, com a aproximação da polêmica Fusão, que mudou o mecanismo de consenso do Ethereum de Proof-of-Work (PoW) para Proof-of-Stake (PoS), muitos mineradores começaram a se movimentar contra a mudança.

Saiba mais: Fusão do Ethereum: Rebelião dos mineradores será uma ameaça? Analistas respondem

Surgiu então o EthereumPoW como resultado da discordância sobre a atualização, liderado por estes mineradores insatisfeitos.

Em redes descentralizadas, quando um número relevante de participantes se opõem a uma mudança drástica no software, pode ocorrer uma divisão da rede (ou fork, no inglês). Os nós que são contra a mudança simplesmente se recusam a atualizar e as redes ficam incompatíveis.

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Forks são comuns no cenário open source e descentralizado das criptomoedas.

O Bitcoin (BTC) já foi dividido no passado, dando origem ao Bitcoin Cash (BCH) que aumentou o tamanho dos blocos para aumentar a escalabilidade da rede, evitando o acúmulo de transações, longos períodos de espera para confirmar muitas delas e manter as taxas de rede mais baixas.

O Ethereum (ETH) já havia sido dividido, formando o Ethereum Classic (ETC), de nodes que se recusaram fazer um ataque de maioria contra a rede para reverter transações de um hack em 2016.

A nova divisão foi marcada por reviravoltas de preço logo após o lançamento do novo token, o ETHW. Saindo de US$ 35 no dia do “Merge” para US$ 60 e de volta para US$ 32.

E o EthereumPoW não foi o único projeto a tentar conquistar a hashrate dos mineradores de Ethereum, criando-se uma verdadeira corrida para decidir qual seria a rede vencedora. No entanto, o ETHW foi o que conseguiu mais poder computacional e também poder econômico — com o apoio de grandes exchanges como a Binance ou a Coinbase.

A Coinbase, inclusive, foi uma das colaboradoras do código no GitHub, resolvendo um problema na rede “rebelde” já que nenhum desenvolvedor oficial do projeto havia se mobilizado para contribuir.

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