O que seria a primeira criptomoeda de um clube de futebol brasileiro, o token AVAI, anunciado em setembro deste ano pelo Avaí Futebol Clube, passou a ser um projeto mal sucedido e os realizadores agora terão que devolver o fundo arrecadado para os investidores. Ao mesmo tempo, o Atlético Mineiro anunciou o projeto GaloCoin.
A venda dos tokens iniciou no dia 03 de outubro e encerrou em 05 de novembro. Foram vendidos pouco mais de 5 milhões de unidades, o equivalente a R$ 18,5 milhões, montante insuficiente para a continuação do projeto, segundo seu planejamento.
No site da Oferta Inicial de Moeda (ICO), uma nota anunciou o insucesso:
“Crowdsale encerrado. O Soft Cap de 8.000.000 de tokens AVAI pretendidos não foi atingido. De acordo com o White Paper, o processo de devolução dos fundos investidos será iniciado. Nós entraremos em contato com os investidores individualmente no devido tempo. Caso tenha alguma dúvida, entre em contato conosco pelo [email protected].”
No site oficial do clube, um comunicado foi direcionado aos fãs e a todos os envolvidos:
“O ICO do Avaí F.C. foi destaque na imprensa nacional e internacional, contribuindo de forma determinante para a expansão positiva de sua marca. Ainda, posiciona-se o Avaí F.C. no mercado esportivo como um clube inovador, alinhado com as melhores práticas de gestão. Esse posicionamento de mercado trará possibilidades de novos projetos e o Avaí F.C. está atento às novas oportunidades que surgirão a partir dessa iniciativa”.
A criptomoeda havia sido anunciada pela diretoria do ‘Leão da Ilha’ com muito entusiasmo em uma coletiva de imprensa que aconteceu no Estádio da Ressacada, em Florianópolis, no dia 12 de setembro.
Na ocasião, o presidente do Avaí, Francisco José Battistotti, disse que a ideia era ampliar a presença do time não só no Brasil, mas no mundo.
“Com a nossa ICO, nós estamos almejando ativamente alcançar uma base de fãs de futebol global”.
De acordo com o projeto, que visava arrecadar R$ 80 milhões (US$ 20 milhões) com a venda dos tokens (US$ 1 por unidade, cerca de R$ 4), o clube usaria o dinheiro para financiar infraestrutura e realizar investimentos no futebol.
Além disso, os detentores do AVAI token poderiam trocar suas criptomoedas por produtos e experiências relacionados ao time.
No entanto, o mínimo previsto de arrecadação para que o projeto tivesse continuidade era de R$ 32 milhões (US$ 8 milhões, referentes a 8.000.000 de AVAIs). O projeto foi conduzido pelas empresas britânicas SportyCo e Blackbridge Sports, além do clube.
GaloCoin, do Atlético Mineiro
Há poucos dias, precisamente 13 de dezembro, o Atlético Mineiro anunciou o lançamento da GaloCoin (GLC), um criptoativo que será usado para dar maior integração entre o clube, torcedores e parceiros, segundo publicação do site oficial.
De acordo com o texto da empresa, através da GaloCoin, o atleticano navegará pelo marketplace desenvolvido especialmente para o projeto, com acesso a vantagens especiais para os torcedores do Atlético Mineiro, experiências e descontos em produtos e serviços, como na compra de ingressos para jogos, por exemplo.
O projeto deu-se após parceria com a fintech footcoin.club, uma plataforma especializada em token de utilidade que usa a tecnologia blockchain integrada a plataformas tradicionais de e-commerce.
O token da GaloCoin já está à venda. O valor de cada unidade é de R$ 1 e a quantidade mínima para a compra é de R$ 50, ou seja, 50 galocoins.
Criptomoedas e futebol
As iniciativas do Avaí e do Atlético Mineiro acompanham uma tendência dentro do futebol. No início deste ano o Clube Atlético Bragantino, tradicional time do interior paulista, começou os jogos de 2018 com o patrocínio da criptomoeda Martexcoin e da empresa Nação Trader.
A medida havia sido foi inédita no Brasil e, no mundo, o clube paulista foi o segundo a se envolver com o novo mercado financeiro.
O primeiro foi o Real Madrid que iniciou a venda de ingressos para o Tour no Estádio Santiago Bernabeu com Bitcoins.
Na mesma época, o clube espanhol Arsenal assinou contrato com a desenvolvedora de games CashBet, que comercializa tokens em sua plataforma.
O Gibraltar United F.C. também anunciou que começaria a pagar seus jogadores em criptomoeda devido aos problemas que contratados estrangeiros sofriam para abrir contas bancárias.
Em junho, o Atlético-PR e o Sport Club Corinthians Paulista supostamente estavam envolvidos em parceria com uma startup francesa de criptomoedas, a Inoovi LTD, cujo token é chamado “IVI”.
No entanto, não há notícias recentes sobre se esses projetos seguiram em frente ou não.
Na ocasião, o presidente do Conselho Deliberativo do ‘Furacão’, Mario Celso Petraglia, anunciou a sociedade como uma “inovação no mercado esportivo brasileiro”.
Já a diretoria do Timão não se manifestou sobre o assunto, o que causou estranheza. No entanto, o anúncio da parceria tanto do Atlético-PR como do Corinthians foi feito — e gravado em vídeo — pelo advogado do clube paranaense, Marcelo Amoretty, durante uma coletiva de imprensa.
PSG, Juventus e Ronaldinho Coin
A plataforma ‘Socios’ também anunciou projetos de criptomoedas para o clube de futebol francês Paris Saint-Germain (PSG) e para o italiano Juventus.
Até Ronaldinho Gaúcho criou sua própria criptomoeda, a ‘Ronaldinho Soccer Coin’ (RSC), que pretende lançar uma variedade de estádios de futebol digitais em todo o mundo.
Enfim, são muitos jogadores de renome mundial, como Didier Drogba, Michael Owen, Roberto Carlos, Luis Figo e Lionel Messi que, segundo a CCN, também estão endossando projetos ligados ao setor de criptomoedas.
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