Polícia Federal expõe Lamborghini do “Rei do Bitcoin” em museu de Curitiba

Carro foi apreendido do empresário Cláudio Oliveira, que segue preso e indiciado por crimes financeiros
Imagem da matéria: Polícia Federal expõe Lamborghini do "Rei do Bitcoin" em museu de Curitiba

Carro de Claudio Oliveira foi apreendido pelo Polícia Federal (Foto: Polícia Federal/Divulgação)

Recentemente, a Polícia Federal (PF) do estado apreendeu uma Lamborghini do “Rei do Bitcoin”, como era conhecido o empresário Cláudio José de Oliveira, e a transformou em uma viatura. Talvez pelo fato de o carro não poder exercer seus 325 km/h de capacidade, acharam agora outra utilidade: peça de museu.

A exposição “PF em Ação no Paraná” na verdade começou em julho no espaço cultural do Aeroporto Internacional Afonso Pena.  Agora, ganha espaço mais nobre: o Museu Oscar Niemeyer (MON), que irá abrigar a coleção entre os dias 15 de setembro e 3 de outubro de 2021.

Publicidade

Segundo o comunicado da PF, a exposição “conta com quarenta imagens que ilustram as ações da Polícia Federal pelo estado, evidenciando as multifuncionalidades e a variedade das atividades policiais.” Mas a estrela do show é inegavelmente a Lamborghini do “Rei da Bitcoin” devidamente fardada e transformada em viatura da PF.

Em agosto, a Justiça Federal autorizou a PF do Paraná a transformar em viatura a Lamborghini modelo Gallardo LP 560-4, avaliada em R$ 800 mil. “Equipado com motor de 10 cilindros e potência de 560 cv, o veículo vai de zero a 100 km/h em 3,7 segundos, podendo alcançar a velocidade máxima de 325 km/h”, descreveu a PF em nota à imprensa na época.

No informe da PF sobre a exposição no MON, consta que “o esportivo de luxo foi plotado para ser utilizado em exposições, eventos e ações pedagógicas de repressão ao crime organizado”.

Para os interessados em cultura em Curitiba, além das fotos e do carro, uma outra atividade empolgante: demonstração de exercícios táticos, dos cães farejadores da instituição, exibição de material técnico e operacional.

Publicidade

A exposição é gratuita e fica aberta de terças-feiras a domingos, das 12h às 18h.

Exposição da PF no Museu Oscar Niemeyer em Curitiba (Foto: Polícia Federal/Divulgação)

“Rei dos Bitcoins”

No dia 24 de agosto, o juiz Paulo Sérgio Ribeiro da 23ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, aceitou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) e Cláudio José de Oliveira virou oficialmente réu pelos crimes de estelionato, organização criminosa e crimes financeiros.

O braço direito do empresário, Johnny Pablo Santos, também se tornou réu por organização criminosa, estelionato e obtenção de ganhos ilícitos em processos fraudulentos. Já Lucinara da Silva Oliveira, esposa de Cláudio, além de ser acusada de organização criminosa, também vai responder por impedir a investigação das autoridades. Lucinara foi pega em contato com outros investigados na operação a mando de Cláudio Oliveira, voltando a ser presa oito dias após ter ganho a liberdade.

Ansiedade e hipertensão

Claudio Oliveira foi preso preventivamente e ficou sob a custódia da Polícia Federal do Paraná. De lá, foi transferido para a Cadeia Pública de Curitiba, local em que os presos precisam ficar enquanto aguardam uma vaga no sistema prisional do Estado. Oliveira, no entanto, não quer ir para a prisão comum.

O falso Rei do Bitcoin disse, em petição juntada ao processo que corre na Justiça Federal, que tem saúde debilitada, ansiedade e hipertensão. Por isso, falou, deveria ser enviado para o Complexo Médico Penal, penitenciária destinada a detentos que necessitam de tratamento médico e psiquiátrico. O local de seu desejo já abrigou outros milionários, como o correntista suíço e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.