A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu na manhã desta quinta-feira (23), 13 membros de uma quadrilha de milicianos que utilizava criptomoedas como o Bitcoin (BTC) para lavar dinheiro do crime, conforme informou o G1.
As investigações da operação Blood Money revelaram que o grupo paramilitar que atuava nas comunidades de Rio das Pedras e Muzema, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, movimentou grandes quantias de dinheiro em um curto espaço de tempo.
Para enganar os órgãos fiscalizadores e tentar mascarar o dinheiro fruto das atividades criminosas, a quadrilha passou a investir em bitcoin.
O delegado responsável pelo caso, Moysés Santana, disse ao G1 que “uma das técnicas que eles estavam usando para branquear esse dinheiro era a compra de criptomoedas, além da compra de joias e imóveis e transferências em pequenos valores, tudo para ocultar a origem da verba”.
Dois dos investigados transacionaram juntos cerca de R$ 8,5 milhões em pouco mais de um ano. “Essas movimentações não são compatíveis com o que os investigados afirmam ser. Um deles relatou trabalhar como encarregado de obras, recebendo a quantia mensal de R$ 4 mil”, diz a nota oficial da Polícia Civil.
Leia Também
O G1 compartilhou imagens do que parecem ser envelopes com o logo do bitcoin apreendidos durante a operação. Segundo O Dia, as autoridades apreenderam nesta manhã veículos, documentos e celulares.
Operação Blood Money
As autoridades que atuaram na operação Blood Money cumpriram 63 mandados de busca e apreensão e 23 mandados de prisão temporária contra os membros da milícia por associação criminosa e lavagem de capitais.
Além da lavagem de dinheiro com bitcoin, o grupo é investigado por praticar crimes típicos de milícia como loteamento ilegal do solo, desmatamento e venda de imóveis irregulares, segundo o Tupi.fm.
Entre os alvos da operação estava o casal Luiz Carlos dos Reis Príncipe Júnior e Clébia Conserva Barros Gondim, donos da construtora dos prédios que desabaram em Muzema dois anos atrás, tragédia que causou a morte de 24 pessoas.
De acordo com o G1, outro alvo da investigação é Laerte Silva de Lima, acusado de movimentar R$ 900 mil em apenas cinco meses. Ele era considerado o braço armado da milícia e estava preso desde 2019 quando foi alvo da operação Intocáveis.