A polícia da Turquia prendeu mais seis funcionários da exchange Thodex, incluindo o irmão e a irmã de Faruk Fatih Özer, o CEO foragido da plataforma.
Os suspeitos trabalhavam na corretora e ficarão detidos até serem julgados em tribunal, segundo informações da Reuters.
As autoridades vão investigar qual foi o envolvimento deles no escândalo da semana passada protagonizado pela Thodex, a corretora que saiu do ar e deixou 391 mil usuários sem acesso a suas criptomoedas.
A inconsistência nas justificativas da exchange e o sumiço do seu líder um dia antes da plataforma sair do ar, causou pânico entre os clientes que temem ter sido vítimas de um golpe.
Assim que o caso veio à tona no dia 22 de abril, as autoridades entraram em ação e prenderam 83 funcionários da exchange — a maioria foi libertada desde então.
O grande alvo das operações, no entanto, é o diretor-executivo e fundador da Thodex, Faruk Fatih Özer, que viajou para a Albânia na noite anterior à plataforma travar os fundos dos usuários.
A pedido do governo turco, a Interpol emitiu um alerta para que todos os países fiquem de olho no empresário, mas o seu paradeiro continua um mistério.
“Se Deus quiser, ele será pego e será devolvido”, disse o ministro do Interior, Suleyman Soylu, em entrevista à emissora NTV.
Criptomoedas na mira dos reguladores
Além da Thodex, os policiais turcos também investigam a Vebitcoin, a segunda corretora a sair do ar no país em menos de uma semana.
A exchange interrompeu as negociações de forma suspeita, assim como fez a Thodex, sem emitir qualquer aviso prévio aos clientes.
Esses casos podem fortalecer os argumentos dos reguladores da Turquia para a criação de restrições ainda mais firmes para o setor de criptomoedas. Antes mesmo dos acontecimentos da semana passada, eles já demonstravam uma postura restritiva à indústria.
Nesta sexta-feira (30), por exemplo, passou a valer uma lei que proíbe que o bitcoin e outras criptomoedas sejam usadas como forma de pagamento no país.
A medida partiu do Banco Central, que justificou a proibição citando os “danos irreparáveis” e o suposto “risco” das transações que envolvem criptomoedas.