A Justiça de Mato Grosso do Sul vai começar a ouvir em março de 2022 os réus no caso Minerworld, um suposto esquema de pirâmide financeira com bitcoin que causou um prejuízo de R$ 300 milhões a cerca de 50 mil investidores. O esquema, que começou em 2015 com a oferta de poder de mineração de bitcoin, foi desmantelado em 2018 na ‘Operação Lucro Fácil’ do Gaeco.
Segundo o Midiamax, serão três dias de oitivas presenciais determinadas pelo juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Campo Grande (MS).
De acordo com Gomes Filho, estão convocados para o dia 08 de março de 2022 os principais nomes envolvidos nas investigações que são Cícero Saad Cruz e Jonhnes de Carvalho Nunes. Neste dia, três partes também vão responder ao tribunal: José Aparecido Maia dos Santos, Ivan Félix de Lima, e Luís Augusto Yamashita de Souza.
Os demais envolvidos serão ouvidos nos dia 09 e 10, dentre eles estão tanto líderes do chamado ‘G10’, um ‘grupo de elite’ dentro do esquema de pirâmide financeira, quanto familiares dos acusados, como a mãe de Saad, Mirna Saad Cruz. No total são 16 réus e 12 mil páginas de processo.
O Midiamax ressalta que, de acordo com Gomes Filho, a Minerworld é a principal responsável pelos prejuízos às vítimas, esquema que depois foi associado com a outras empresas do ‘grupo’ comandadas por Saad e Nunes, a Bit Ofertas e Bitpago, sendo os dois executores da pirâmide com bitcoin.
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Parte da equipe se concentrava em eventos de divulgação e outra parte no caixa, mais precisamente na ocultação de patrimônio oriundo da suposta fraude.
Caso Minerworld
De acordo com o Gaeco, que deflagrou a Operação Lucro Fácil em abril de 2018, o principal líder da Minerworld era Cícero Saad, que teria explorado e executado a ideia de de supostos serviços de mineração de bitcoins. O caso veio à tona depois que os réus deixaram de honrar com as promessas de lucro feitas aos investidores. A empresa prometia aos clientes dobrar o valor dos investimentos.
A Minerworld alegava ser uma empresa de mineração de bitcoin com sede em Campo Grande e no Paraguai e prometia rendimentos. O caso foi acompanhado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) que encaminhou parecer ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul, o que mobilizou autoridades mato-grossenses e federais.
A suposta empresa de mineração de bitcoin alegou ainda ter sido roubada por hackers a quantia de 851 bitcoins que estavam na exchange Poloniex, mas a exchange na época se manifestou sobre o assunto. Fato é que, de acordo com o magistrado, há produção de prova pericial e de oitiva de testemunhas, uma vez que a materialidade dos fatos pode ser analisada a partir de inúmeros documentos.