A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) deflagraram nesta terça-feira (26) uma operação de desdobramento da Operação Halving, que investiga a pirâmide financeira Braiscompany. Durante a ação, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão, de acordo com um comunicado da PF.
Segundo o órgão, a Operação CTO de hoje “tem como objetivo combater crimes contra o sistema financeiro e contra o mercado de capitais, em tese cometidos por sócios e colaboradores de empresa especializada em criptoativos”. A Braiscompany, que era comandada pelo casal Antônio Neto e Fabrícia Ais, oferecia rendimentos fora da realidade do mercado financeiro.
A PF ainda não divulgou a relação dos bens apreendidos, mas imagens divulgadas pela entidade com o Portal do Bitcoin mostram que computadores e documentos foram encontrados na operação:
O nome da operação se refere ao nome do local onde a Braiscompany acomodava seus traders, chamado Centro Tático Operacional — daí a sigla CTO. Em tese este deveria ser o coração da empresa, onde seriam gerados os supostos lucros que permitiram os pagamentos prometidos aos investidores.
“Nos últimos quatro anos, foram movimentados valores equivalentes a aproximadamente R$ 2 bilhões em criptoativos em contas vinculadas aos suspeitos. Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão nos municípios paraibanos de Campina Grande e Lagoa Seca”, concluiu a PF.
Líderes foragidos da Braiscompany são réus no Brasil
No mês passado, a 4ª Vara Federal da Seção Judiciária da Paraíba acatou a denúncia do Ministério Público Federal na ação penal contra os sócios da Braiscompany, suposta pirâmide financeira com criptomoedas que deixou de pagar os clientes no final de 2022.
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Na decisão, o juiz federal responsável pelo caso, Vinícius Costa Vitor, aponta que o fato de o casal líder da Braiscompany, Antônio Neto Ais e Fabrícia Campos, estar foragido, torna necessário a citação deles como réus na ação penal.
Na denúncia do MP vista pelo Portal do Bitcoin, além do casal, outras 11 pessoas ligadas ao esquema da Braiscompany também se tornaram réus na ação, incluindo: Victor Hugo Lima Duarte, Mizael Moreira Silva, Sabrina Mikaelle Lacerda Lima, Arthur Barbosa da Silva, Flávia Farias Campos, Fernanda Farias Campos, Clélio Fernando Cabral, Felipe Guilherme da Silva Souza, Gesana Rayane Silva, Fabiano Gomes da Silva e Deyverson Rocha Serafim.
Deste grupo, três já estão presos preventivamente, sendo que Sabrina e Arthur estão detidos no Brasil e Victor Hugo na Argentina.
O MP dividiu a denúncia de 335 páginas em três partes, dado o grande número de réus investigados no caso e os diferentes crimes que são suspeitos de terem cometido e que incluem formação de organização criminosa, obstrução de investigação, crimes financeiros, crimes contra o mercado de capitais e lavagem de dinheiro.
Entre as descobertas está que a revelação que, em meados de fevereiro deste ano, a Braiscompany possuía uma carteira de R$ 1,1 bilhão e 18.570 clientes. Os números fazem parte de uma planilha de controle interno da própria empresa que foi encontrada durante as investigações da Polícia Federal.
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